O hangar da empresa Mesa para manutenção de aviões no aeroporto de Beja foi inaugurado e já começou a funcionar, tendo recebido um avião Airbus A321, da companhia aérea Hy Fly (proprietária da Mesa), para o primeiro trabalho de manutenção: uma modificação de cabine.
No hangar são também realizadas tarefas de manutenção de linha e outras atividades já estão programadas, "com a entrada de outro avião para substituição de motores", diz fonte da empresa, assegurando que esta será uma "instalação de referência" em Portugal, com capacidade para acolher aviões de grande porte, nomeadamente os modelos Airbus. Nesta primeira fase foram criados 40 postos de trabalho.
Segundo o grupo, o hangar, que ocupa uma área 9.500 metros quadrados e envolveu um investimento de 30 milhões de euros, tem "espaço para realizar trabalhos de manutenção em até três aeronaves em simultâneo" e, se necessário, a equipa terá capacidade para operar 24 horas por dia, sete dias por semana.
A nova infraestrutura, que é composta por oficinas, armazém, escritórios e instalações de formação e de apoio, vai fazer a manutenção de aviões Airbus não só da frota Hi Fly, que desde 2016 usa o aeroporto de Beja para estacionamento dos seus aviões, como de outras companhias aéreas.
"Beja é um local privilegiado para a manutenção de aeronaves", sublinha o presidente do grupo Hi Fly, Paulo Mirpuri, revelando que com a "capacidade adicional" criada com o hangar da Mesa, o grupo espera "não só acompanhar o forte crescimento da frota da Hi Fly, mas também atrair novos clientes", sobretudo da Europa e de África. "É um grande projeto para o grupo e estamos ansiosos por dar as boas-vindas à nossa frota nesta infraestrutura fantástica".
Segundo o grupo, durante os próximos três anos, a Mesa prevê criar 150 postos de trabalho para técnicos "treinados para a realização de uma abrangente gama de trabalhos de manutenção relacionados com a manutenção de linha/base", incluindo atualizações e modificações do interior de cabine, substituição do motor e do trem de aterragem, testes hidráulicos, correção de defeitos e solução de problemas e modificações programadas.
Com a abertura do hangar, frisou o grupo, os técnicos da Mesa deixaram de estar "condicionados" aos horários de funcionamento do aeroporto e passaram "a ter um espaço que lhes permite trabalhar protegidos das intempéries e com todas as comodidades necessárias para o desenvolvimento do seu trabalho".
A abertura do hangar permitiu "uma maior flexibilidade em todo o processo da logística e transportes", porque está situado no lado terra do aeroporto de Beja e "este é um aspeto muito importante nos prazos relacionados com as intervenções nas aeronaves".
A atividade do hangar irá aumentar "progressivamente", garante Paulo Mirpuri, referindo que a nova infraestrutura prevê criar 150 postos de trabalho "durante os próximos três anos", mas este objetivo "dependerá de uma variedade de fatores" e "irá acompanhar o crescimento da atividade" no hangar e "o número de pessoas que forem sendo formadas".
A Mesa pretende alargar em três mil metros quadrados as oficinas de apoio e armazenamento à volta do hangar, adiantou Paulo Mirpuri, referindo tratar-se de um investimento previsto para 2022. A opção por Beja decorreu do facto de se tratar do único aeroporto português que "pode acomodar todos os tipos de aeronaves" que constituem a frota da Hi Fly.