Diário do Alentejo

Évora "deixa cair" aplicação de taxa turística

17 de junho 2020 - 17:10

A Câmara de Évora deixou cair a proposta para a aplicação de uma taxa turística sobre as dormidas no concelho e suspendeu a discussão do tema, na sequência da pandemia de covid-19. "Não teria qualquer razão avançarmos com uma taxa turística num momento de quebras significativas do turismo", pelo que "não vamos avançar com a proposta e a discussão está suspensa", afirmou  o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá.

 

Proposta pela atual vereadora da oposição socialista Elsa Teigão na campanha para as eleições autárquicas de 2017, a aplicação da taxa turística em Évora começou a ser debatida com empresários e associações do setor em abril de 2019.

 

Na altura, o delegado regional do Alentejo da Associação de Diretores de Hotéis de Portugal (ADHP), Miguel Breyner, manifestou-se contra a taxa turística, considerando que a medida não tinha vantagens.

 

Carlos Pinto de Sá (CDU) indicou que "pela discussão que foi feita provavelmente haverá necessidade" de uma taxa turística em Évora para "financiar o desenvolvimento económico e do turismo no concelho”. Contudo, sublinhou, dada a atual situação provocada pela pandemia de covid-19, com quebras significativas no setor do turismo, a autarquia "deixa cair" a proposta e "a discussão está suspensa".

 

Em declarações à Lusa, a vereadora do PS Elsa Teigão realçou que mantém a proposta, mas concordou que "atualmente não faz sentido avançar" com a sua aplicação, devido à pandemia. "Não é uma ideia para abandonar, é para irmos acompanhando" a evolução da pandemia e do turismo para, "quando for oportuno, voltarmos ao debate sobre essa possibilidade", assinalou, lamentando que a oposição "nunca tinha sido envolvida no debate".

 

Elsa Teigão defendeu a criação da taxa turística no concelho para o "financiamento direto na promoção turística e, sobretudo, na reabilitação de espaços públicos no centro histórico" da cidade alentejana.

 

Já o vereador do PSD António Costa da Silva disse estar "satisfeito" com a decisão, alegando que a aplicação da taxa turística "seria um disparate total", num momento em que "as empresas precisam de apoio económico e que lhes aliviem a carga fiscal”. "Mas adiar não resolve", referiu o social-democrata, notando que o PSD é contra a medida "por várias razões", de entre as quais "o turismo em Évora ainda não ter maturidade e a pressão que existem outros sítios".

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