Diário do Alentejo

Olivicutores contra "visão errada" do setor

12 de junho 2020 - 10:45

A Olivum - Associação de Olivicultores do Sul congratulou-se com o "chumbo" na Assembleia da República (AR) de iniciativas legislativas que visavam o que considera uma "regulamentação discriminatória" do olival.

 

"A desmistificação da agricultura intensiva, superintensiva e da monocultura, assim apelidadas nos projetos legislativos agora chumbados, e a afirmação do olival como agricultura de precisão, dotada de sustentabilidade económica e ambiental, um dos objetivos da Olivum, sai reforçada", considerou a associação. Afirmando-se satisfeita pela não aprovação no parlamento, de projetos de lei e de resolução "com vista à regulamentação discriminatória do olival", a Olivum concluiu que foi reafirmada a natureza do Alqueva como "projeto multifuncional".

 

"O resultado representa a reafirmação do Alqueva, um projeto de três mil milhões de euros, como um empreendimento de fins múltiplos, abastecimento humano, regadio agrícola e produção de energia, sem exclusão discriminatória de qualquer uma das vertentes”, afirmou Gonçalo Almeida Simões, diretor executivo da Olivum.

 

Segundo a associação, o olival moderno "foi capaz de provar em números a sua eficiência", com um consumo de água de três metros cúbicos por hectare, "com recurso reduzido a fitofármacos que corresponde apenas a 8% do total utilizado em Portugal e com um sequestro de carbono de sete a oito toneladas por hectare".

 

O "chumbo" das iniciativas legislativas deu "vitória à ciência e à razão, ao deixar de lado os argumentos com base nas emoções ou convicções, que em nada contribuem para o esclarecimento do cidadão", referiu o diretor executivo da Olivum.

 

Para Gonçalo Almeida Simões, "a polarização da discussão dos dois modelos agrícolas – agricultura de subsistência e agricultura de escala – é o caminho errado", pois, sublinhou, "ambos os modelos devem coexistir pacificamente”.

 

A Olivum, que representa cerca de 100 associados, o que corresponde a 300 explorações, com cerca de 40 mil hectares de olival, foi ouvida, na semana passada, pela comissão parlamentar de Agricultura e Mar sobre o estado do setor da produção de azeite em Portugal, na sequência do debate em torno de “seis projetos de lei sobre o olival moderno", apresentados por Os Verdes, PAN, PCP e Bloco de Esquerda.

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