DESEMPREGO EM BEJA
No distrito de Beja, o maior aumento em números absolutos aconteceu na capital. No concelho de Beja estão agora inscritas 1346 pessoas no centro de emprego, um aumento de 25 por cento em relação a fevereiro deste ano. Os primeiros dois meses de pandemia deixaram mais 270 pessoas sem trabalho. Número que apesar de "suavizado" pelo recurso ao lay-off de dezenas de empresas, se deverá ter agravado durante o mês de maio.
O numero de desempregados em Castro Verde subiu de 139 para 260 no espaço de dois meses (um aumento de cerca de 87 por cento), sendo um dos municípios mais atingidos pela contração da economia.
Em termos gerais, no Alentejo, os números do IEFP dão conta de 18 882 desempregados em abril, mais 3776 do que no mês de fevereiro.
Entrevistada recentemente pelo "Diário do Alentejo", Maria da Fé, coordenadora da União de Sindicatos do Distrito de Beja, explicou que o desemprego no distrito afeta, sobretudo, pequenos negócios, como oficinas, lojas, restaurantes, cafés, cabeleireiros, barbeiros, entre outros. Há também a referir o despedimento de trabalhadores que trabalhavam para subempreiteiros nas minas, mas, neste caso, “a maioria eram de fora da região”, não estando por isso contabilizados nos serviços regionais do IEFP.
“O facto de o setor agrícola estar a funcionar e de uma grande percentagem do emprego ser em autarquias ou serviços públicos” (como saúde, educação ou segurança) e no “setor social” (como lares e creches) pode contribuir para que os números do desemprego não atinjam os níveis de outras zonas do País, refere Maria da Fé.
Em todo o caso, o Sindicato dos Trabalhadores da Industria Mineira (STIM) divulgou que a Lundin Mining, proprietária da Somincor, “suspendeu temporariamente” o Projeto de ZEP-Expansão do Zinco, nas minas de Neves Corvo, situação que, segundo Luís Cavaco, coordenador do STIM, pode traduzir-se “no despedimento de cerca de 1200 trabalhadores” que se encontram ao serviço de subempreiteiros.
Durante a crise provocada pela atual pandemia, António Bota, presidente da Câmara Municipal de Almodôvar, mostrou-se "apreensivo" quanto à notícia sobre "eventuais despedimentos levados a cabo por subempreiteiros que laboram nas minas", lembrando que "muitas famílias no concelho de Almodôvar dependem em parte, ou no seu todo, desta indústria mineira e dos postos de trabalho que a mesma gera".