Por definição, uma mina é um local considerado perigoso e dos menos acessíveis do planeta. Desta forma, tornar o Parque Mineiro de Aljustrel acessível e amigável para os utilizadores, especialmente, para aqueles com mobilidade condicionada, tornou-se num desafio complexo, mas, ao mesmo tempo, desafiador.
Ultrapassar barreiras e tornar o Parque Mineiro de Aljustrel acessível a todos foi, desde a primeira hora, uma meta a alcançar para este projeto, aberto ao público pelo município de Aljustrel a 4 de dezembro de 2023, que conta já com mais de 11 mil visitantes, muito deles com mobilidade condicionada.
Pretendeu-se mostrar a história e partilhar a identidade mineira de Aljustrel com todas as pessoas, sem exceção. Assim, o parque prima por promover um turismo acessível, baseando-se no pressuposto de que a cultura, o património, a ciência e o lazer devem estar ao alcance de todos os cidadãos.
Os edifícios e estruturas do parque estão, assim, adaptados para pessoas com mobilidade reduzida. É possível a circulação acessível, em cadeira de rodas ou outras ajudas técnicas, tanto no centro receção e interpretativo do Parque Mineiro de Aljustrel, como na galeria do piso 30, bem como em várias outras áreas do complexo.
A possibilidade de aceder a uma galeria mineira real, aos malacates e restante edificado mineiro, a oportunidade de aprofundar conhecimento sobre geologia, em contacto com o “Chapéu de Ferro” e com o cante alentejano, personificado no Grupo Coral do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira de Aljustrel (o mais antigo do País em atividade), são elementos fortes e diferenciadores deste projeto, favorecidos pelo investimento em acessibilidades.
O parque está vocacionado para acolher diferentes públicos e de várias faixas etárias, sendo o segmento das escolas forte, e, sendo acessível a todos, também ganha especial relevo em contexto escolar.
Os visitantes tradicionais, famílias, grupos, também encontram nesta oferta um destino capaz de acolher diferentes especificidades, sendo que o turismo industrial ganha cada vez mais adeptos, o uso de tecnologia, assente em propostas inovadoras, também capta à atenção.
Acontece que, para além destes públicos-alvo, e assente no pressuposto de que existem milhões de pessoas com alguma incapacidade física ou sensorial, mas também no aumento da população com 60 ou mais anos de idade, é percetível que a taxa de pessoas que viajam com deficiência/incapacidade também está a aumentar.
Este é, assim, um segmento de mercado que ganha especial interesse. Porque, inevitavelmente, haverá também um aumento da procura no que diz respeito ao turismo acessível, e que só se coaduna com infraestruturas, transportes e serviços pensados para este segmento de mercado.
O Parque Mineiro de Aljustrel, sendo um destino acessível e tendo por base este mercado, também espera alcançar impactos positivos no que diz respeito ao seu crescimento estruturado, tendo na sua génese a conceção de um produto capaz de ser utilizado por todas as pessoas.
A ambição é que o parque, num futuro próximo, seja totalmente acessível a qualquer visitante ou turista, independentemente das suas características físicas, intelectuais ou sensoriais. Trata-se, não só, de ser acessíveis, mas proporcionar experiências de que o visitante possa usufruir em plena autonomia.
Em jeito de conclusão, refira-se que se espera que o Parque Mineiro de Aljustrel não venha a ser apenas um “espelho do passado”, mas que se constitua fundamentalmente como uma oportunidade de projetar um cenário de desenvolvimento centrado na acessibilidade patrimonial, através de um “trajeto cultural” inscrito na paisagem mineira alentejana, acessível e amigável para todas as pessoas.
Mais informações em www.parquemineiroaljustrel.pt/.