Texto Dinis Cortes
O elegante pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica cianecula) é uma ave de pequeno porte que visita o Baixo Alentejo, e Portugal em geral, no outono e inverno, regressando aos seus locais de reprodução, mais a norte, por toda a Europa, especialmente zonas litorais e Escandinávia até aos confins siberianos. A sua área de distribuição atinge ainda a América do Norte e Canadá, bem como Índia e Paquistão.
De tamanho ligeiramente inferior ao de um pardal-dos-telhados, apresenta uma tonalidade geral acastanhada, com uma notória sobrancelha de cor creme ou esbranquiçada e os flancos da cauda arruivados. Apresenta em toda a zona da garganta e tórax uma vistosa babete azul-metalizada enquadrada em castanho, com uma mancha interior de cor branca, no caso da variedade “Cyanecula” que lhe confere o nome. A espécie nominal, Luscinia svecica, apresenta uma mancha central castanha.
Frequenta zonas geralmente próximas da água, como aglomerados de tabua, juncais e canaviais com zonas areadas ou de lodo próximas.
Tem mais apetência para as zonas húmidas próximas do litoral, mas pode aparecer junto de qualquer caniçal em barragens , represas ou açudes.
No Baixo Alentejo frequenta zonas marginais de barragens como, por exemplo, Cinco Réis ou Pisão, no concelho de Beja, e a barragem dos Patos, nos concelhos de Ferreira do Alentejo e Alvito, bem como a ribeira de Odivelas, sendo difícil de encontrar, mas não propriamente uma raridade nesses locais.
O seu estatuto de conservação internacional é LC (Least Concern), “Pouco preocupante”.