Diário do Alentejo

Cadernos da Biodiversidade: Abutre-preto (Aegypius monachus)

10 de março 2023 - 12:00
Foto | Dinis CortesFoto | Dinis Cortes

Texto Dinis Cortes

 

O abutre-preto (Aegypius monachus) é uma ave de rapina de grande porte que é considerada residente no território do Baixo Alentejo. Efetua altos voos planados em correntes térmicas muitas vezes integrando bandos de grifos (Gyps fulvus).

 

Alimenta-se de cadáveres de animais, nomeadamente, ovelhas, vacas, cavalos e outros sendo, portanto, uma espécie necrófaga. Por vezes pode observar-se igualmente a alimentar-se no solo nas proximidades de uma carcaça.

 

Possui uma grande envergadura de asas que lhe permite voos de longa distância quase sem as mobilizar, aproveitando as correntes térmicas ascendentes. No Baixo Alentejo aparece também isoladamente, sendo a área mais propícia à sua observação a zona leste do concelho de Beja (Quintos/Salvada), em Serpa e zona de Moura/Barrancos, mas também nos amplos territórios abertos de Mértola e Castro Verde, podendo, quando em dispersão, aparecer em voo alto em qualquer lugar, incluindo sobre ambientes urbanos.

 

A nível mundial existe nas zonas montanhosas da Península Ibérica, norte da Grécia e Turquia estendendo-se ao Cazaquistão e Mongólia.

 

O seu estatuto de conservação é NT (Nearly Threatened), ou seja “Quase ameaçado”, pelo que a sua proteção no que respeita à preservação de locais de alimentação e nidificação é fundamental.

 

Recentemente há relatos confirmados de nidificação na herdade da Contenda, em Moura.

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