Diário do Alentejo

João Ferrador: "Sou um apaixonado pela arte, pela capacidade que tem de nos desafiar"

08 de julho 2022 - 19:20
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Nasceu em Serpa, no ano de 1967. Filho de um casal de alentejanos de Vale de Vargo, foi na aldeia das margens do Enxoé que viveu até cerca dos três anos, altura em que os pais partiram ao encontro do fluxo de trabalho que evoluía no complexo industrial da CUF, no Barreiro. Porém, a casa de partida foi sempre um lugar de regresso aos afetos; um lugar onde as tias o tratavam por Joanico, designação desaparecida com as suas mortes; um lugar onde se passavam as férias na companhia dos avós, tios e primos; um lugar onde a animação reinava.

 

 

Os tempos fora das férias e da aldeia eram passados  no Barreiro. E foi por lá, por volta dos sete ou oito anos, que teve as primeiras experiências teatrais, ainda longe de imaginar que o teatro se pudesse tornar um assunto sério na sua vida.

 

Com a aproximação à idade das responsabilidades, surgiu a oportunidade de ter uma experiência de figuração na peça “D. João”, de Molière, no Teatro Nacional D. Maria II. “Entrava de cara tapada, percorria a plateia e o palco, e saia de cara tapada”. Um projeto que, mesmo sem revelar o rosto, desassossegou-lhe mais o bichinho da representação e instigou-o a fazer um casting com o maestro Pedro Osório, para a produção seguinte.

 

E foi assim que, em 1986, integrou o extraordinário elenco da peça “Mãe Coragem e os seus Filhos”, de Brecht, onde contracenou com os consagrados Ruy de Carvalho e Eunice Munhoz, e com os principiantes, à época, Paulo Oom, André Maia, Teresa Sobral, Sérgio Silva, Ana Padrão e o grande João Baião. Depois desta produção, seguiu-se a Gulbenkian o Teatro Experimental de Cascais e outras companhias, onde foi dirigido por grandes encenadores. Paralelamente ao trajeto de ator de teatro, trabalhou no ensino e na formação de atores, em televisão, cinema, locução e dobragens. Em 2006 começou a encenar e a trabalhar com grupos de teatro e comunidade.

 

Em termos académicos, fez um ano da licenciatura Interpretação/Atores da ESTC – Escola Superior de Teatro e Cinema, dois anos de Medicina Veterinária, a licenciatura em Estudos Artísticos/Artes do Espetáculo, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e está, atualmente, a concluir o mestrado em Teatro e Comunidade na ESTC.

 

Eis João Ferrador na primeira pessoa.

 

Texto Luís Miguel Ricardo

 

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