CASA DA RESISTÊNCIA
Em Vale de Vargo, no Centro Cultural, vai ser instalada a Casa da Resistência, sendo o edifico alvo de trabalhos de conservação e qualificação para acolher um núcleo interpretativo e expositivo sobre a resistência antifascista. Este espaço será assim dedicado à histórica relação da freguesia com o acolhimento da clandestinidade política de oposição à ditadura, com disponibilização de informação de apoio à descoberta da história e preservação da memória das vidas dos militantes antifascistas, sendo também uma homenagem ao povo de Vale de Vargo que participou nas lutas contra o fascismo e que custou a muitos a perseguição e, bastas vezes, a prisão.
CASA DO RIO
Em Brinches, já noutra candidatura, submetida em maio de 2020, no quadro do Leader – medida 10 (Renovação de Aldeias – Proder), e que está em vias de aprovação, vai ser criada a Casa do Rio, no edifício da Sociedade 1.º de Junho. Mais uma vez, alia-se a requalificação do edifício a novas funcionalidades, sendo que este espaço vai ser dedicado ao rio Guadiana e à sua ligação com a população, disponibilizando um conjunto de ferramentas informativas de apoio à interpretação e descoberta do rio e do seu património natural e histórico-cultural. A Casa do Rio terá, assim, uma exposição permanente sobre o rio Guadiana e a sua biodiversidade e terá, também, um espaço polivalente que permitirá a organização, preparação e dinamização de atividades dirigidas à população local e a outros públicos, para promover o turismo cultural, gastronómico, de natureza e aventura. Continuará a ser um espaço para a comunidade, mantendo-se também a sua componente de espaço multicultural e funcionando como sede de várias associações.
TERRA E PATRIMÓNIO
Para o presidente da Câmara de Serpa, Tomé Pires, o grande objetivo dos investimentos em curso, na área cultural, “é o desenvolvimento do concelho através de uma estratégia consolidada de salvaguardar e valorizar os seus recursos, tendo como premissa a sustentabilidade e a melhoria da qualidade de vida, reforçadas pelo papel da identidade cultural”. Por conseguinte, “ao definirmos os recursos terra e património como os grandes pilares desta estratégia, estamos já a assumir um compromisso grande no trabalho nas áreas do património cultural material e imaterial, no património ambiental, na dinamização da economia e nas potencialidades da agricultura e das indústrias agroalimentares”. Mas, sobretudo, “nos fatores que possam contribuir para o desenvolvimento integrado e sustentado deste território, sempre com o foco primeiro em quem aqui vive, em quem aqui desenvolve os seus projetos, e em simultâneo, criando igualmente novas atractividades, novas dinâmicas geradoras de investimentos, com grande foco também no turismo cultural”. Daí também os outros projetos em andamento – especifica o autarca serpense –, “todos eles complementares desta linha de trabalho, dos quais saliento a requalificação e dinamização dos mercados do concelho, os Passadiços do Pulo do Lobo, a criação da Zona Industrial Agroalimentar de Serpa que inclui o Centro de Transformação Agroalimentar do Alentejo, entre muitos outros”.
Todo o território concelhio como espaço museológico
A par dos sete requalificados espaços nas chamadas freguesias rurais, na sede do concelho há o Museu Municipal de Etnografia (atualmente em obras de requalificação), o Museu Municipal de Arqueologia, a Galeria Municipal de Arte Contemporânea, o Centro Interpretativo do Queijo (em fase de conclusão, no renovado mercado municipal) e o Museu do Cante (também em fase de conclusão), todos eles integrando o plano estratégico para a rede museológica do concelho intitulado “Serpa, Museu Aberto”.
O presidente da Câmara de Serpa, Tomé Pires, explica esta ideia de museu aberto: “Este conceito decorre da estratégia traçada pelo município há muitos anos e que preconizava um desenvolvimento do concelho assente na cultura e no património, no quadro da qual se criaram um conjunto de espaços e de atividades – o Centro Musibéria, a Casa do Cante, o Encontro de Culturas, entre muitos outros”.
A partir de 2016, acrescenta, “foi redesenhada este estratégia sob o ‘chapéu’ de ‘Serpa, Museu Aberto’, com o objetivo de dar um novo impulso e um caráter multidisciplinar às políticas de salvaguarda do património, definindo-se todo o território concelhio como um espaço museológico, um museu aberto integrado na vida das populações, valorizando e promovendo os espaços museológicos já existentes – e aqui cabe referir também o Museu do Relógio, museu privado e que é essencial nesta dinâmica alargada –, e criando novos núcleos englobando o património material e imaterial do concelho, a sua biodiversidade e especificidades locais. No fundo, é a lógica de ‘isto estar tudo ligado’ (como canta Sérgio Godinho), reforçando as complementaridades existentes”.
O autarca disse ao “Diário do Alentejo” que o Centro Interpretativo do Queijo abrirá quando o Mercado Municipal de Serpa reabrir, ou seja, em finais de abril ou maio, “dependendo também da evolução da pandemia”. O Museu do Cante, que integra todas as valências da Casa do Cante e do Centro Interpretativo do Cante, “abrirá em junho ou julho, segundo as nossas previsões”. Quanto ao Museu Municipal de Etnografia, “esperamos que reabra até ao final deste ano”.