Texto José Serrano
Sob o lema “Mais cultura, mais vida!”, o IPBejaDáteArte regressará já no próximo mês de abril, sob a forma de transmissão em ‘live streaming’ – opção adaptada aos constrangimentos causados pela pandemia. O evento artístico apresentará quatro espetáculos distintos, ecléticos, sob a forma de teatro, bailado e música. O “Diário do Alentejo” falou com Ana Paula Figueira, pró presidente do IPBeja e responsável pela programação desta iniciativa.
Como nos apresenta o programa do IPBejaDáteArte 2021?
O IPBejaDáteArte 2021 endereça a todos o convite para assistirem, gratuitamente e online, aos seguintes espetáculos: dia 16 de abril – peça de teatro “Passos em Volta”, pela Companhia João Garcia Miguel, com base em textos de Herberto Hélder; dia 7 de maio – o bailado “Não Canteis a Valsa”, pela companhia Dança em Diálogos; dia 18 de junho – Shout!, grupo formado por 12 cantores que baseiam a sua música na sonoridade pop/gospel; dia 1 de outubro – a banda Mano a Mano, formada pelos irmãos, guitarristas, André e Bruno Santos.
Qual a importância que o IPBeja dá, na sua relação com os alunos, à disponibilização de iniciativas culturais?
Considera-a determinante e complementar à lecionação nos diferentes cursos que constituem a oferta formativa do IPBeja. Por isso, temos insistido em manter esta programação, mesmo sem qualquer tipo de apoio financeiro ou mecenato. Lançamos o repto, a quem estiver interessado, a partilhar connosco o papel de promotor da iniciativa.
Considera, assim, que a transmissão de conhecimento científico deverá ser indissociável da instrução cultural dos estudantes, enquanto académicos e cidadãos?
Claro que sim. Apesar de, hoje, serem raras as pessoas que não sabem ler e escrever, assiste-se, com indesejável frequência, a uma outra forma de analfabetismo – o funcional. Para o combater é importante que, em todos os graus de ensino, se aposte num ensino/aprendizagem que promova e estimule, tanto quanto possível, o pensamento abstrato. Só por essa via se chegam a determinadas subtilezas, tão importantes, no desenvolvimento das pessoas enquanto cidadãos e enquanto possuidores de soft skills, competências que fazem a diferença, em mercados cada vez mais competitivos.
Pressupõe o lema desta edição do IPBejaDáteArte – “Mais cultura, mais vida!” – a oportunidade de nos fortalecermos através da arte, particularmente neste período marcado pela covid-19?
Sim, essa foi a ideia. Por um lado, as artes e a cultura ajudam à formação de personalidades mais integradas e mais harmoniosas; por outro lado, são áreas ou setores cujo trabalho realizado pode ser inspirador, constituindo para todos um “alimento” – que tanta falta faz – importante no saber como lidar com situações difíceis e complicadas, de que é exemplo a que estamos a viver.