A Associação de Patinagem do Alentejo promoveu, no último fim de semana, em Beja, o Torneio Regional de Benjamins em Patinagem Livre e o Torneio Planície, duas competições destinadas a patinadores jovens.
Texto e Foto | Firmino Paixão
Quinze clubes, quase duas centenas de atletas, executaram o programa competitivo destes torneios especialmente dirigidos aos escalões de iniciação e benjamins, com exibições de solo dance e patinagem livre. Um fim de semana repleto de uma atividade em que os jovens patinadores desenvolvem uma modalidade que é um misto de desporto e de atividades físicas, mas também de movimentos artísticos.
A patinagem alentejana, propriamente dita, esteve representada pelo Clube de Patinagem Artística de Cuba, Clube de Patinagem de Beja, Futebol Clube Castrense, Moura Desportos Clube, Patinagem Clube de Almodôvar, Sport Clube Mineiro Aljustrelense, Sport Clube Serpa Patinagem Artística, Clube Desportivo os Canaviais (Évora) e Grupo Desportivo Diana de Évora, um total de nove emblemas, aos quais se juntaram os seguintes clubes do Algarve, também tutelados pela Associação de Patinagem do Alentejo: Escola de Patinagem de Portimão, Clube de Patinagem de Albufeira, Patinagem Clube de Tavira, Associação Recreativa de Patinagem de Albufeira, Grupo Desportivo Os Olhanenses e Futebol Clube de Ferreiras.
Maria Antónia Paulino, vice-presidente da Associação de Patinagem do Alentejo, com o pelouro da patinagem artística, revelou ao “Diário do Alentejo”: “O objetivo desta organização passa por proporcionar uma oportunidade de competir aos patinadores mais jovens. São atletas, alguns, no escalão de iniciação, e outros, no escalão de benjamins, e, neste caso, o Torneio Regional de Benjamins qualifica-os para participarem no Torneio Nacional de Benjamins, competição que se realizará ainda neste ano, em finais deste mês ou princípio de novembro”.
A elevada participação, quer de clubes, quer de patinadores, foi do agrado da organização, porquanto significa que são patinadores de escalões etários baixos, mas que já realizaram “os mínimos” para poderem concorrer a esta prova, o que significa que já existiu atividade a montante. Mas também tem outro significado, destacou a dirigente: “Significa que os clubes filiados na associação estão a apostar muito nestes atletas mais jovens e é esse o caminho, porque é assim que se consegue manter a dinâmica de uma modalidade e a fixação dos atletas”.
Maria António Paulino recordou ainda: “Os patinadores, a experiência tem-nos dito isso, quando terminam a sua formação em juniores e atingem o escalão de seniores deslocam-se para universidades noutras regiões do País e, muitas vezes, cessam a atividade. Não significa que não regressem mais tarde, depois dos cursos tirados, mas é sempre uma incerteza, aliás, é raro. Portanto, a aposta tem mesmo de passar pelo recrutamento dos atletas mais novos, para que as escolas de patinagem mantenham a atividade regular”.
Com uma ligação de muitos anos à patinagem artística, a dirigente tem natural legitimidade para avaliar o estado atual da modalidade e do seu eventual crescimento e consolidação. “Tem crescido. Claramente. Tem existido um efetivo crescimento de atletas e de clubes na patinagem artística e ainda mais desde que os clubes do Algarve integraram a Associação de Patinagem do Alentejo. Se fossem apenas os clubes da região alentejana este número seria, certamente, mais reduzido. Os clubes do Algarve vieram, realmente, acrescentar aqui uma grande dinâmica”.
Agora, esse crescimento deve ter uma correspondência proporcional no aumento de treinadores, sublinhámos. Maria António Paulino concordou, sublinhando: “A associação tem promovido algumas ações de formação e têm surgido novos treinadores, mas os clubes estão também a apostar em monitores para poderem ajudar os treinadores que existem, nessa área não tem existido problema. A associação também fez recentemente uma formação de juízes e técnicos de prova, porque tem sentido, principalmente, falta de juízes, apesar de ter sido feito recentemente um curso que teve quase três dezenas de candidatos, quase todos com aproveitamento. Não se fez de treinadores, mas tenho conhecimento de que foram feitos cursos em Setúbal e em Lisboa”.
Boas razões, então, para que a dirigente responsável pela área da patinagem artística esteja satisfeita com o percurso de crescimento e valorização que a modalidade tem vindo a fazer. “Sinceramente que estou. Temos praticamente todos os fins de semana ocupados com provas, um calendário muito preenchido, o que demonstra que existe uma grande atividade e um grande interesse dos clubes em dinamizar a patinagem artística e isso só pode deixar-me satisfeita, é sinal de que estamos a percorrer o caminho certo”.