O Pavilhão Municipal de Desportos Carlos Pinhão, na cidade de Serpa, acolheu, no último sábado, o Torneio Serpa Terra Forte, competição que reuniu três seleções das sub-regiões da região alentejana: Baixo Alentejo, Alentejo Central e Alto Alentejo. Uma competição algo inédita.
Texto e Foto | Firmino Paixão
Uma organização da Associação de Andebol do Algarve, apoiada pelo município de Serpa, que se revelou uma boa promoção da modalidade, como assumiu João Estrela, o presidente daquele organismo associativo, entidade que tutela os clubes do distrito de Beja. O torneio, referiu o dirigente, “insere-se no projeto de desenvolvimento do andebol no Alentejo e, por isso, estão aqui seleções das três sub-regiões alentejanas, Baixo Alentejo, Alentejo Central e Alto Alentejo. É um bocado nessa perspetiva de desenvolvimento do andebol nesta imensa região que organizámos este torneio, em parceria com a Câmara Municipal de Serpa, que nos acolheu com muito bom agrado. O projeto é muito mais amplo, mas temos de ir fazendo já alguma coisa. Foi um primeiro passo, dos muitos que ainda teremos para dar para darmos continuidade a este processo”.
Uma reunião que não se esgotou nos três jogos realizados entre as seleções porque, adiantou João Estrela: “Na segunda metade do dia, tivemos, também, uma reunião de clubes de todo o Alentejo, em que estece presente o vice-presidente da Federação de Andebol de Portugal, João Escada, para, em conjunto, analisarmos e discutirmos quais os passos que poderemos dar porque sem o apoio da federação será muito difícil”.
Porém, João Estrela, o alentejano que preside aos destinos da associação da região sul do País, fez saber: “Mas não é só o apoio da federação que é importante, é também a grande colaboração das autarquias, pois, queiramos, ou não, quem suporta hoje o desporto em Portugal são as autarquias. Sem o apoio do poder local o desporto não existiria e é nesse sentido que estamos a realizar hoje esta jornada no Pavilhão Carlos Pinhão, na cidade de Serpa”. Um momento competitivo inédito, com a abrangência de jovens andebolistas dos três distritos da região alentejana, uma deixa apanhada por João Estrela para comentar: “Se é inédito, ainda bem que o é. A nossa perspetiva é que isto será para continuar e depois, de entre estas três seleções, fazermos uma para participar nos encontros nacionais inter-regiões. Veremos o que será possível fazer mas, uma coisa é certa, estamos cá para encontrar soluções e nunca para arranjar problemas”.
Problemas que também não existiram na constituição das seleções porque, ao longo dos últimos tempos, foram feitas observações nos diferentes encontros que se têm realizado neste escalão, nos três distritos, e, principalmente, entre os clubes do Baixo Alentejo, porque está enquadrado na Associação de Andebol do Algarve, nomeadamente, jogadores do Cautchú, do Serpa, da Zona Azul, de Cuba e de Sines.
Este final de época tem sido intenso, realizou-se o Sudoeste Cup, em Odemira e São Teotónio, também o Bejandebol e, agora, o Serpa Terra Forte. Porém, adiantou João Estrela, a atividade não ficará por aqui: “No próximo fim de semana teremos a fase final nacional dos sub/16 femininos, em Lagos, e devo referir que, entre as 12 equipas que estarão presentes, a Associação de Andebol do Algarve terá quatro clubes, e uma deles é a Zona Azul. No fim de semana seguinte teremos a Festa do Andebol em Lagoa, onde irão estar 24 seleções regionais masculinas e femininas de todo o País. Depois, no final do mês, teremos as finais das taças, e não iremos parar até 12 de julho, porque, nessa data, deixe-me dar-lhe já esta nota, teremos a gala do andebol organizada pela nossa associação e que, neste ano, se realizará na cidade de Beja”. Como não há bela sem senão, temos a lamentar a descida do Centro de Cultura Popular de Serpa da segunda divisão, mas, projeta-se o aparecimento de equipas seniores do Cautchú e do Lagoa. João Estrela disse mesmo: “Poderão surgir mais equipas de seniores, dependendo da elaboração dos quadros competitivos, situação que estamos a analisar com a federação, e que tem a ver com a possibilidade de o seniores jogarem em dias diferentes dos sub/18. Se isso acontecer, teremos mais equipas de seniores”. Ficará, desta maneira, quase cumprido, o compromisso, digamos mesmo, o sonho, do presidente da Associação de Andebol do Algarve em envolver a região alentejana no desenvolvimento da modalidade. “Sim, mas nós queremos sempre mais e lutaremos por isso. O objetivo é termos 20 clubes, com alguma base de sustentabilidade, ao nível do Alentejo. Vai surgir um novo clube em Santiago do Cacém, que já começou a trabalhar e que já tem dois elementos inscritos no curso de treinadores de grau I, que vamos organizar. Vamos ver…”.
