Texto e fotos | Firmino Paixão
O inglês que ganhou uma vez pode vencer duas ou três. Rima e é verdade. O londrino Noah Hobbs, corredor da formação americana “EF Education/Aevolo” que venceu, em Moura, a etapa inaugural da Volta ao Alentejo “Crédito Agrícola” e que por “uma unha negra” não repetiu a “gracinha” em Grândola, no final da segunda etapa, voltou a ganhar ao sprinte em Arraiolos. Que mais poderá fazer ainda o jovem ciclista britânico nas duas etapas que ainda restam desta edição 2025 da “Alentejana”? É uma sensação muito intensa ver um ciclista com a camisola amarela cortar a meta no primeiro lugar.
A história da terceira etapa só foi diferente das duas anteriores porque esta foi a tirada mais longa do certame. Foram 180 quilómetros entre a freguesia balnear de Carvalhal, no concelho de Grândola, até Arraiolos, conhecida pela nobreza da sua arte de tapeçaria, mas também pelos inevitáveis “pastéis de toucinho”.
Uma vez mais com ciclistas em fuga, mostrando as camisolas e amealhando bonificações nos sprintes especiais do percurso, metas volantes e prémios de montanha, e, nos quilómetros finais, a “armada cor-de-rosa” da “EF Education” a defender o seu líder, intensificando a perseguição aos escapados para anular a desvantagem e promover uma chegada com o pelotão compacto e proporcionar a Noah Hobbs a segunda vitória em terras alentejanas, a quinta no seu palmarés de ciclista profissional. Hobbs já mostrou que é um excelente sprinter, mas, no final da etapa, também revelou grande otimismo quanto a uma possível vitória na prova, mostrando não temer a etapa neste sábado, com um constante sobe e desce entre a serra de São Mamede (seis contagens de montanha) afirmando que “as montanhas também são o meu terreno”.
Nicolas Tivani, corredor argentino da “Aviludo/Louletano”, foi o segundo a cortar a meta e Xabier Berasategi, da “Euskaltel/Euskadi”, foi o terceiro, porém, o colégio de comissários, após visionamento do vídeo do final da etapa, relegou Tivani para último lugar do pelotão, por pretenso sprinte irregular, retirando-lhe a bonificação que o colocava no segundo lugar, a seis segundos de Hobbs. O segundo lugar manteve-se, mas o britânico Noah Hobbs, que tem passeado de amarelo pelas planícies alentejanas, dispõe agora de uma vantagem de 12’ sobre Tivani e 21’ sobre Berasategi. Fábio Costa, ciclista da “Anicolor/Tien 21”, é o melhor português na geral individual, com o terceiro lugar, a 22 segundos do líder.
Tudo em aberto para este sábado, na ligação entre Monforte e Castelo de Vide, a tirada decisiva da Volta ao Alentejo 2025:
4.ª etapa | 29 de março – Monforte/Castelo de Vide (147,7 km)
Partida simbólica junto ao Parque Desportivo Municipal de Monforte (11:30 horas), partida real na placa da Villa Romana da Torre de Palma (11:40), Vaiamonte (11:46), Assumar (12:14), Arronches (meta volante, 12:30), São Tiago (12:57), Portalegre (meta volante, 13:11), Cabeço do Mouro (Prémio de Montanha, 13:17), Odres (Prémio de Montanha, 13:30), Porto Espada (Prémio de Montanha, 13:45), Marvão (13:59), Barretos (14:10), Castelo de Vide (meta volante, 14:28), serra de São Paulo (Prémio de Montanha, 14:32), Carreiras (14:40), Castelo de Vide (15:02), serra de São Paulo (15:07), Castelo de Vide (meta no Parque João José da Luz, 15:39).