Diário do Alentejo

A 38.ª Escalada do Mendro abriu-se à participação do desporto adaptado

20 de junho 2025 - 16:00
Uma escalada inclusiva
Fotos | Firmino PaixãoFotos | Firmino Paixão

Nuno Lopes e Emília Pisoeiro foram os vencedores absolutos da 38.ª Escalada do Mendro, uma competição organizada pelo município de Vidigueira que, nesta edição, recebeu cerca de meio milhar de participantes e quis sublinhar o conceito de que o desporto é para todos.

 

Texto|  Firmino Paixão

 

Uma corrida pedestre, com um percurso renovado, de 14 quilómetros, até ao cume da serra do Mendro e regresso ao ponto de partida, e duas caminhadas de diferentes graus de exigência foram, mais uma vez, os desafios propostos a quem ousou, e foram, de facto, algumas centenas, enfrentar a orografia do terreno e as temperaturas elevadas.

 

Nuno Lopes, atleta da equipa “3 Santos Populares”, e Emília Pisoeiro, da sua própria equipa, foram os mais rápidos em termos absolutos, superando outras estrelas que, à partida, deixavam antever muita competitividade. Falamos de Carlos Papacinza (NDC Odemira) e de Bruno Paixão (“3 Santos Populares”), entre outros, no setor masculino, mas também de Patrícia Serafim, Kcénia Bougrova e de Ana Lourenço. Porém, Nuno Lopes e Emília Pisoeiro conseguiram repetir os triunfos da edição anterior. Lopes assinou o segundo triunfo, Pisoeiro rubricou-o pela quarta vez. Mas foram inúmeros os que não conseguiram voltar ao magnífico Parque Verde Urbano de Vidigueira ou aqueles que chegaram àquele aprazível espaço em estado de completa exaustão devido ao calor que já se fazia sentir.

 

Nuno Lopes, o vencedor masculino, revelou a estratégia: “Comecei, logo de início, a tentar destruir o grupo que se ia formando na frente, para ficar sozinho”. E acrescentou: “Uma vez isolado tentei gerir a vantagem, porque tenho mais duas corridas no fim de semana e tive que me resguardar. Esta prova foi um treino muito intenso porque, além da prova já ser difícil, o calor também já era bastante”.

 

Emília Pisoeiro não fugiu muito da tónica, admitindo: “Hoje a prova foi muito difícil. Ainda bem que começámos tão cedo, porque o calor era muito e esse é sempre o meu maior inimigo. Impus um andamento rápido, logo de início, para fugir da concorrência e ganhar algum avanço. Depois, mantive um ritmo tranquilo para chegar à meta na frente e conseguir a quarta vitória nesta prova, na sexta participação que aqui tenho”.

 

Rui Raposo, o líder autárquico, acompanhou, de perto, as incidências da escalada e admitiu que a prova é já muito prestigiada: “Sim. Não só pela elevada participação, como pela consolidação que conseguiu ao longo dos anos, porque estamos a falar na trigésima oitava edição e, a cada ano, fomos criando sempre melhores condições para podermos receber os nossos atletas, adaptando-as àquilo que entendemos sempre ser o melhor para a prova e para o bem-estar dos concorrentes”.

 

O autarca regozijou-se, dizendo: “Tem sido muito bom assistir ao crescimento desta prova e, em simultâneo, à sua consolidação. Vamos adaptando-nos e não queremos esquecer ninguém, temos provas também para as crianças e, neste ano, fizemos história com uma Escalada do Mendro inclusiva, para atletas em cadeira de rodas, ou seja, atletas com mobilidade reduzida. A Escalada é uma prova que, neste momento, tem condições para receber todos e todas, e isso deixa-nos particularmente orgulhosos, a nós e à equipa que trabalhou nesse sentido, a todos os parceiros e patrocinadores que estão connosco nesta organização. Vermos a prova cada vez mais inclusiva e adaptada a todos é um motivo de orgulho e, por isso, neste ano, marcámos essa diferença”.

 

Mas será esse o ponto de partida para uma prova que possa, no futuro, receber mais atletas de desporto adaptado? Rui Raposo afirmou que sim. “Sem dúvida. Este foi o ano zero e serviu, exatamente, para testarmos as condições, mas queremos, naturalmente, destacarmo-nos nessa intenção, já que esta prova, com a notoriedade que tem no calendário nacional, também poderá evidenciar-se a esse nível, criando condições para crescer ao nível de atletas de mobilidade reduzida. Um numa prova inclusiva”, concluiu.

 

RESULTADOS ABSOLUTOS

Feminino

  • 1.ª Emília Pisoeiro (CA Emília Pisoeiro): 59’43
  • 2.ª Patrícia Serafim (CD de Espite): 1h04’11
  • 3.ª Kcénia Bougrova (Run Tejo): 1h06’16
  • 4.ª Laura Grilo (Clube Praças da Armada: 1h06’57
  • 5.ª Ana Lourenço (NDC Odemira): 1h09’07

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  • 64.ª Heveline Silva (Individual):2h52’50

 

 

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Masculino

  • 1.º Nuno Lopes (GD 3 Santos Populares): 50’32
  • 2.º Carlos Papacinza (NDC Odemira):  50’58
  • 3.º Bruno santos (GDR Reboleira): 51’59
  • 4.º Bruno Paixão (GD 3 Santos Populares): 52’32
  • 5.º Cláudio Pica (CD Areias São João):53’44

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  • 175.º Gonçalo Fernandes (Os Kotas):2h48’14

 

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