João Ferreira/Filipe Palmeiro, em Mini T1+, campeões nacionais em título, foram os vencedores absolutos da Baja TT Montes Alentejanos 2025, que se realizou, no último fim de semana, na região de Beja, com organização do Clube de Promoção de Karting e Automobilismo.
Texto e Fotos | Firmino Paixão
A Baja TT Montes Alentejanos abriu as hostilidades nos campeonatos nacionais de todo-o-terreno, na região de Beja, com um lote de cerca de 180 pilotos de muita qualidade, nas diferentes categorias. Os vencedores absolutos foram João Ferreira/Filipe Palmeiro (Mini WC T1+) nos automóveis, Martim Ventura nas motos, Tomás Paulo nos quads e Roberto Borrego/Daniel Jordão em SSV.
“Foi uma prova muito positiva”, admitiu João Ferreira, de 25 anos, campeão nacional em título, recordando, em exclusivo ao “Diário do Alentejo”: “Ganhámos algum avanço e depois só tivemos de fazer a gestão para não acontecer algum percalço. Vencemos todos os setores e conseguimos a pontuação máxima para o campeonato, que é o que importa mais. Cada ponto conta e nós conseguimos sair com o máximo de pontos”.
O piloto leiriense, oitavo classificado no último Dakar, assumiu ainda: “Foi muito bom ter voltado a Beja, já não vinha a esta prova desde 2021, foi óptimo estar aqui. Os troços foram absolutamente excepcionais, a organização, como sempre, fez um excelente trabalho. Foi muito bom ter disfrutado de cada quilómetro. No primeiro dia com muita lama, no segundo bastante mais seco, o que permitiu divertirmo-nos ainda mais. Os troços são rápidos, aqui ou além estreitos e sinuosos, mas nada de excessivo, aliando velocidade à exigência da condição”.
Com o desejo de terminar o mundial entre os 10 melhores (atualmente é oitavo), o jovem piloto deixou claro: “O objetivo passa por renovar o título nacional e, no campeonato do mundo, onde estamos em oitavo lugar, é acabar entre os 10 melhores pilotos do mundo”.
Quanto ao carro, revelou: “O Mini é reconhecido pela sua fiabilidade. Aqui foi submetido a vários testes e comprovou, mais uma vez, que é um excelente carro, mas isto é um trabalho de equipa, existe todo um trabalho do navegador, embora muitas vezes as pessoas só falem do piloto, mas o Filipe [Palmeiro] torna tudo isto possível”.
Quanto ao balanço da organização, a satisfação dos pilotos é o barómetro que mais avalia o sucesso da prova, assumiu Humberto Vairinhos, presidente do Clube de Promoção de Karting e Automobilismo. “Correu bem. Correu ao mesmo nível, pelo menos, ou a um nível superior, às edições anteriores. Foi o que todos os concorrentes me disseram e quando corre bem para os pilotos, naturalmente, que também corre bem para nós, que somos a organização. Nós trabalhamos sempre para lhes proporcionar uma boa prova e quando tudo corre bem e nos reportam que, mais uma vez, tivemos uma prova de excelência, só temos de ficar felizes e continuar por este caminho. Sabemos que não existem provas perfeitas, mas tentamos sempre retificar o que estiver menos bem e melhorar de edição para edição”.
Os índices de participação também foram satisfatórios, avançou o organizador: “Não se pode pedir mais. Estamos ainda no mês de fevereiro, tivemos o Dakar há poucas semanas, tivemos aqui pilotos que vieram dessa competição internacional, há carros que regressaram há poucos dias. A nossa Baja é uma prova nacional, mas tomara a todas as provas internacionais terem um elenco de luxo como nós tivemos aqui. Tivemos menos cinco ou seis carros, mas tivemos muito mais qualidade. Quando o nível dos concorrentes é tão superior como aqui aconteceu, isso eleva sempre a qualidade da prova e do próprio espetáculo que os pilotos proporcionam”.
O facto de estarmos em presença da prova de abertura dos campeonatos nacionais pode ter vantagens ou desvantagens, mas Humberto Vairinhos considerou: “Se calhar, se fosse outra organização, poderia ter algumas contrariedades, mas nós temos a vantagem de os Montes Alentejanos serem uma prova de excelência, a vantagem de toda a gente adorar a prova, considerada a melhor prova do campeonato nacional há quatro anos consecutivos. Estamos convencidos de que continuará a ser na próxima edição, porque a bitola está muito alta e nós trabalhamos intensamente para que esta Baja seja sempre, e continue a ser, a melhor prova do campeonato, e isso faz com que os concorrentes estejam sempre presentes, que passem a palavra para que venham mais e cada vez com maior qualidade. Repare que temos aqui pilotos que fazem o campeonato europeu, fazem o campeonato mundial e que querem estar sempre aqui nesta prova, e isso significa que é uma prova de excelência que temos aqui em Beja, com condições fantásticas”. A segurança é um fator fundamental numa modalidade em que os incidentes são recorrentes. Nesta Baja, testemunhámos um. Um SSV saiu do troço e colheu um espectador, que recolheu ao hospital com fracturas múltiplas. Humberto Vairinhos admitiu: “Faz parte! Os incidentes, geralmente, fazem parte de qualquer desporto motorizado”. Mas, só por ironia, pode ter afirmado: “O que houve foi um espectador que atropelou um carro. O carro saiu de pista, mas o espectador atrapalhou-se, fugiu para o lado contrário e jogou-se para cima do carro”. Inacreditável!