Etson Barros, do Sport Lisboa e Benfica, e Laura Taborda, do Sporting Clube de Braga, foram os vencedores absolutos da Corrida de São Silvestre Cidade de Beja 2024, uma organização do município de Beja.
Texto e Fotos | Firmino Paixão
O algarvio Etson Barros, de 23 anos, campeão nacional de corta-mato, vice-campeão nacional e europeu sub/23, de 3000 metros, sucedeu a si próprio, ou seja, repetiu o triunfo de 2023 na Corrida de São Silvestre de Beja, retirando um minuto e três segundos ao registo do ano anterior.
No setor feminino o triunfo sorriu à covilhanense Laura Taborda, de 25 anos, bicampeã nacional dos 3000 metros obstáculos, atleta que, no início da época, trocou o Sporting Clube de Portugal pelo Sporting Clube de Braga, camisola com que subiu ao lugar mais alto do pódio na cidade de Beja, baixando, em quase um minuto e meio, o tempo gasto por Ana Cabecinha, a vencedora da edição do ano passado. “Pensei que neste ano a prova seria mais difícil, mas acabou por ser mais fácil do que no ano passado. Talvez eu esteja em melhor forma do que no ano anterior”, disse o atleta do Benfica. E revelou: “Senti-me bem em todos os momentos da competição, andei sempre com o Said [Amecrane, atleta marroquino internacional], só na última volta é que forcei um pouco para me destacar. Não há duas sem três, para o ano cá estarei de novo”, prometeu.
Quanto à campeã bracarense esteve em Beja pela primeira vez. “Gostei muito, tem um bom ambiente, muita gente a apoiar os atletas, como as voltas são de 2,5 quilómetros vê-se gente em todo o percurso, mas não foi fácil, tem algumas subidas difíceis”.
As provas para os escalões mais jovens foram dominadas por atletas da Letónia, sobressaindo, apenas, o triunfo de Catarina Caeiro, benjamim da Juventude Desportiva das Neves, e do juvenil Vicente Paulo, do Beja Atlético Clube, que confessou: “Estou feliz. Foi uma boa prova. Quero agradecer ao meu treinador, Belchior Pereira, e ao Beja Atlético Clube. Temos uma boa escola de formação e nós ajudamo-nos reciprocamente”.
“Uma excelente prova e apenas isto: parabéns a Beja”, realçou Paulo Arsénio, presidente do município de Beja, numa primeira avaliação à prova a que acabara de assistir, considerando ainda: “Foi um sucesso, quer do ponto de vista competitivo, quer do ponto de vista solidário. Tivemos 940 inscritos, não quer dizer que tenham participado todos, mas entre a São Silvestre Jovem, a caminhada e a Corrida de São Silvestre, esta com 535 inscritos, foi a mais participada entre as três vertentes do evento”.
O autarca insistiu na ideia: “A cidade de Beja está de parabéns. É muito bom ter quase mil pessoas nas ruas de Beja a uma sexta-feira, entre o Natal e o Ano Novo. É muito bom também ver as pessoas, na rua, a assistirem a uma prova que começa a consolidar-se no calendário nacional como uma das boas corridas de São Silvestre”. Paulo Arsénio considerou ainda: “Naturalmente que existem detalhes que nós também analisámos e que terão de ser melhorados nas edições futuras”. E deu como exemplo: “Neste ano tivemos aqui uma falha, claramente assumida, em termos de sanitários, o que para o ano teremos de corrigir e instalar. Enfim, são questões que, às vezes, por algum motivo, são descuradas e, depois de detetadas, são ultrapassadas. Não terá sido isso que tirou brilho à prova, mas é, claramente, um dos aspetos a rever no próximo ano”.
Paulo Arsénio quis também agradecer à Associação de Atletismo de Beja “por auxiliar o município nesta organização”. E ainda “agradecer a todas as outras entidades que nos vão ajudando ao longo do percurso e nos circuitos delineados para as provas, cortando o trânsito e acompanhando os atletas mais atrasados”.
E regozijou-se, de novo, pelas “940 pessoas numa noite de dezembro em Beja, com a cidade também iluminada de forma festiva, como também sucede normalmente, portanto, esperemos que a próxima edição seja ainda melhor. Não vou estabelecer objetivos mas, tendo recebido 940 neste ano, vamos tentar atingir os quatro dígitos, os mil participantes na próxima edição”.
Por outro lado, além da crescente participação também é notório o aumento do perfil de qualidade e de palmarés dos concorrentes, admitiu, lembrando: “Começamos também a ter aqui, digamos, uma distribuição monetária interessante, no caso deste ano foram oito mil euros e para alguns destes atletas é muito apetecível ganhar uma corrida em Beja e ter um prémio que, para o vencedor, é de 600 euros”. E acrescentou: “É uma prova que está a fazer o seu caminho e esperamos que, no futuro, venha a ser uma das grandes São Silvestres a nível nacional. Estamos a fazer esse bom caminho, a prova tem vindo em crescendo na participação e, de facto, também na qualidade competitiva e no palmarés dos atletas”.
Numa consideração final, o autarca bejense observou: “Quero deixar uma palavra para todos os nossos munícipes que se associam a esta corrida apenas por diversão e para estarem com os amigos, promovendo as suas marcas e as suas empresas, algo que temos de enaltecer e agradecer, mostrando, igualmente, o nosso reconhecimento a todas as pessoas do concelho, jovens e menos jovens, que se associam a este evento. Se este espírito for mantido estou em crer que, nos próximos quatro a cinco anos, atingiremos um patamar de uma das grandes provas de São Silvestre a nível nacional. Acho que já o somos, mas podemos ser ainda melhores”.
