Atrair novos e novas atletas e novos públicos para a patinagem, recrutar e formar treinadores, árbitros e juízes, e reforçar o papel da região Sul no panorama nacional da modalidade são os princípios orientadores do mandato da nova presidente da Associação de Patinagem do Alentejo.
Texto Firmino Paixão
Sílvia Graça, recentemente eleita para a presidência da Associação de Patinagem do Alentejo (APA), tomará posse em meados deste mês, mas os seus propósitos como líder da patinagem no Sul do território nacional estão identificados: “Um programa dinâmico que será continuamente aprimorado e valorizado com o contributo dos clubes filiados no organismo”. Uma missão que não é de todo estranha à nova líder da modalidade na região, que tem um percurso de dirigente no hóquei do Sport Clube Mineiro Aljustrelense, no executivo associativo liderado por Nuno Palma Ferro e no Clube de Patinagem de Beja.
Que motivação sentiu para se candidatar à presidência da APA?
A minha motivação é, dentro da minha disponibilidade, trabalhar para e em prol da patinagem no Alentejo e no Algarve, porque a associação tem clubes filiados das duas regiões. Foi um desafio do professor Nuno Palma Ferro (presidente da assembleia-geral do organismo) que eu aceitei com muito gosto e muita honra, e espero levá-lo em frente durante os próximos quatro anos.
Encara este desafio com um certo espírito de missão?
É isso! Com espírito de missão. A ideia é essa. Contribuir, o melhor possível, para que a patinagem evolua, quer em termos de afirmação, quer em termos de imagem do que é o Alentejo e o Algarve.
A associação tutela um território bastante extenso, o que lhe dificultará levar a cabo um mandato de grande proximidade?
Mas a ideia é exactamente essa. Termos um mandato de proximidade com os clubes. Realmente é um território extenso mas, hoje em dia, através das tecnologias conseguimos contactar com toda a gente de forma muito fácil, nem que seja à distância, há tecnologia para isso. Basta termos vontade. Tentarei estar fisicamente junto de todos os clubes, reunirmo-nos já neste mês de janeiro com todos os clubes. Iniciaremos o mandato com uma reunião de direção e, a partir daí, desenharemos um plano e uma agenda de proximidade com os clubes, tentando fazer um levantamento das suas necessidades, dos constrangimentos e também das expectativas que têm relativamente à associação em que estão filiados.
Manteve a grande maioria da equipa, mas também terá feito alguma renovação?
Entraram novos elementos em todos os órgãos. A própria direção tem uma equipa renovada com elementos que representam clubes do Alentejo e do Algarve, nas disciplinas que a associação agrega, que são cinco: hóquei em patins, patinagem artística, patinagem de velocidade, inline-free-style e skate.
Trouxe ideias inovadoras que, de alguma forma, possam deixar uma sua marca para o futuro?
Aquilo que me motiva muito é, em primeiro lugar, levar a patinagem a todos e a todas. A ideia passa por irmos junto das escolas, para conseguirmos divulgar a patinagem, para termos mais atletas. Isso irá beneficiar os clubes e a região e, eventualmente, poderão surgir novos clubes, que é um objetivo que temos a longo prazo. O facto de levarmos a patinagem a toda a gente também nos permitirá criar público, porque os pavilhões estão cada vez mais despidos. Quem vai aos acontecimentos desportivos ligados à patinagem são, essencialmente, familiares, os adeptos são muito poucos, e achamos que é muito importante uma boa divulgação dos eventos, no sentido de criarmos novos públicos para a modalidade.
Está determinada em aumentar o número de clubes e de praticantes e, naturalmente, incrementar o crescimento de cada uma das disciplinas da patinagem?
Sim, a ideia é essa e vale para todas as disciplinas. A partir do momento em que as crianças tenham um primeiro contacto com a patinagem e se, de facto, conseguirmos um crescimento através de todas as ações que temos planeado, os praticantes poderão escolher qualquer uma das cinco especialidades. O skate é um bocadinho diferente, é uma disciplina que não existe em clubes da associação, existe através de atletas individuais, tem um público um bocadinho diferente.
Tem existido uma lacuna na associação que é a comunicação, uma maior abertura ao exterior, à comunidade…
Essa será outra área de trabalho muito importante. Queremos, de facto, melhorar a comunicação. Não só a comunicação externa, mas também a interna, dentro da própria associação e com os clubes filiados, e depois espelhar isso para a comunidade, quer através de um site renovado e através da presença nas redes sociais. A associação tem uma página no Facebook que não é muito dinamizada, mas queremos ter outro tipo de redes sociais, porque isso, hoje em dia, é fundamental, para além de queremos também estreitar as relações com os órgãos de comunicação social de uma forma mais permanente.
Herdou um dossiê difícil, que é legalizar a agregação do Algarve à Associação de Patinagem do Alentejo para que a designação completa se torne oficial? Quando terminará esse processo?
Quando termina não sei. Sei que esta direção vai reiniciá-lo. O processo transita do executivo cessante e vamos reiniciá-lo com a colaboração do anterior presidente, Rui Mateus, que se comprometeu a colaborar connosco para o levarmos a bom termo e oficializarmos a presença do Algarve na Associação de Patinagem do Alentejo. O processo provocará algumas alterações em termos de comunicação e imagem e do próprio logotipo. Não sei quando é que o processo estará concluído, mas sei que iremos trabalhar para que a situação fique regularizada o mais rapidamente possível. Terá de ser reativada a Associação de Patinagem do Algarve para, mais adiante, a extinguir e, num segundo momento, agregar os clubes à Associação de Patinagem do Alentejo.