Diário do Alentejo

“Só queremos competir!”

13 de outubro 2024 - 08:00
Seniores do Beja Basket Clube jogam no recinto da Associação Cultural e Desportiva de FerragudoFoto| Firmino Paixão

A equipa sénior do Beja Basket Clube apresentar-se-á na tarde de amanhã, às 19:00 horas, na Nave Desportiva de Ferragudo, para o lançamento da época desportiva 2024/2025, com mais uma participação no Campeonato Nacional da 2.ª Divisão Masculina, em basquetebol.

 

Texto e Foto | Firmino Paixão

 

Pedro Severino, coordenador técnico do Beja Basket Clube e treinador de quatro equipas (sénior e três da formação), sublinha a qualidade do trabalho que é feito no clube, recordando que tem equipas de todos os escalões, à exceção dos sub/16 femininos. Quanto aos seniores, a equipa que amanhã jogará em Ferragudo, Severino garante que existe ambição para vencer e desejo de competir, sem estarem focados em subidas de divisão. “Queremos que os atletas gostem de estar connosco e sintam que têm uma boa margem de progressão, pois aqui também se trabalha bem, não é só noutros clubes”.

 

Que meta trouxe o Beja Basket Clube para a presente época em termos daquilo que é o seu universo desportivo?O nosso objetivo é sempre o mesmo todos os anos: angariar mais atletas, ir às escolas, fortalecer o nosso minibasquete. Começámos muito bem a época, com cerca de 30 a 40 atletas abaixo dos nove anos, o que é muito bom, e temos todos os escalões de formação em atividade. Neste momento só nos falta um, que é o sub/16 feminino. De resto, conseguimos ter todos os outros. Temos o objetivo de manter muitos atletas em atividade. Neste início de época já atingimos um número de atletas (130) semelhante àquele com que terminámos a época passada, razão pela qual prevemos uma época muito bem conseguida.

 

Certamente que também têm objetivos desportivos…Os nossos objetivos desportivos passam por treinarmos o máximo possível para conseguirmos ser competitivos em todos os jogos e tentarmos chegar às provas nacionais.

 

Os seniores que, digamos, são o espelho, o exemplo para os mais jovens, iniciam amanhã mais uma participação no nacional da segunda divisão…Sim, mantemo-nos no Campeonato Nacional da 2.ª Divisão. Essa equipa é o nosso espelho, mas não é nosso objetivo possuir uma equipa de seniores forte. O objetivo é dar continuidade ao basquetebol na cidade de Beja. Os seniores são uma consequência dessa ambição, mas temos poucos jogadores seniores, apenas sete ou oito, e alguns miúdos da universidade, mas a equipa é constituída também pelos nossos atletas da formação sub/18. A maior parte dos miúdos que, neste ano, poderiam ser seniores, foram para Lisboa e, então, todos os anos existe uma renovação na equipa sénior. É verdade que vêm alguns estudar para Beja, principalmente, do Algarve, mas o número que sai é sempre mais elevado do que [aquele que] conseguimos recrutar. Se conseguirmos um por ano, já é bom. Portanto, não é nosso objetivo ter uma equipa que possa subir de divisão, nada disso. Queremos é competir, treinamos todos os dias para chegarmos a esses jogos e tentarmos que eles não sejam fáceis para os adversários. O objetivo é ganharmos o máximo possível de jogos, sabendo das nossas limitações.

 

Tendo sempre presente a maior ambição?Treinamos cinco vezes por semana nos escalões sub/14, sub/16, sub/18 e seniores. A ambição ao fim de semana tem de ser para ganharmos os jogos. Ninguém vem todos os dias ao pavilhão e abdica de muitas coisas da sua própria vida para chegar lá e oferecermos o jogo aos outros. Ninguém faz isso, claro.

 

A novidade, segundo a Federação Portuguesa de Basquetebol, é que este campeonato tem, neste ano, um número recorde de clubes…Sim, serão 82 clubes. Inicialmente a federação atribuiu poucos jogos a cada equipa. Os clubes manifestaram-se junto daquele organismo e os calendários foram corrigidos. Voltam a fazer um número mínimo de jogos, que é de 14, no apuramento para a segunda fase, e depois organizam uma taça nacional com as equipas que não se apurarem.

 

Vão competir numa série com oito clubes, entre eles, o Atlético de Reguengos e “Os Javalis” de Grândola. Três equipas alentejanas, apenas…Tendo em conta o passado recente das equipas que formam a nossa série, acredito que as mais fortes sejam o Atlético de Reguengos e o Ginásio Ibéricafrio. Hoje em dia não é fácil difundir mais o basquetebol pela nossa região. São necessárias pessoas para criar clubes, são necessários recursos, não só humanos, como materiais e financeiros, e, hoje em dia, as pessoas não estão para aí viradas.

 

Continuam a dividir a vossa atividade pelo pavilhão municipal e pelas escolas de Santiago Maior e Mário Beirão?Os espaços desportivos arranjam-se sempre. Desde que haja pavilhões ou espaços com duas tabelas, podemos treinar em qualquer lado. Fazemo-lo cinco vezes por semana com todos os escalões. O único problema, que não é só local, é transversal ao País, é que teremos de chegar a casa às onze e meia ou meia-noite. As atividades letivas acabam às seis da tarde, a parte desportiva devia estar incluída nos programas curriculares e assim iríamos todos para casa às oito da noite. Tenho atletas a começar treinos às nove ou nove e meia da noite.

 

O clube tem feito captação nas escolas? O basquetebol é uma modalidade eminentemente académica…Nós vamos às escolas e às instituições particulares que têm turmas pré-escolares. Trabalhamos com quatro turmas de vinte e tal miúdos, cerca de uma centena por escola, mais as atividades extracurriculares e as de tempos livres. Por semana, se calhar, conseguimos estar junto de um universo de 300 a 400 alunos. Fazemos esse trabalho de captação para o clube e, neste ano, já estamos a obter resultados no minibasquete.

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