O Castrense assumirá os próximos compromissos competitivos no Campeonato Distrital da 1.ª Divisão da Associação de Futebol de Beja sem quaisquer preconceitos, nem medos, no seio do grupo de trabalho.
Texto e Foto | Firmino Paixão
Sem conhecer, ainda, o real valor de todas as equipas concorrentes, o treinador do Castrense, Carlos Guerreiro, admite que a prova será mais equilibrada do que os últimos campeonatos. “O que aconteceu no ano passado, que foi as duas primeiras equipas terem dado 15 pontos ao terceiro classificado, não se verificará neste ano. O campeonato será mais nivelado, haverá mais jogos com possibilidade de perda de pontos, mas só depois de se jogarem as primeiras jornadas teremos alguma informação, e mais fidedigna, principalmente, das equipas que alteraram muito a sua estrutura”, revelou o técnico, sublinhando a ambição, a sua e a do grupo, em estarem em todos os momentos decisivos da época desportiva.
Conhecendo o seu perfil como treinador acreditamos que tenha expectativas elevadas…Sim! Temos de ver o histórico recente do clube no que ao futebol sénior diz respeito, em que nas duas últimas épocas não foi campeão: na época passada, por um ponto e, há duas épocas, por um golo. O histórico que este clube tem, em termos de títulos, obriga-nos a querer sempre mais, a lutarmos pelo primeiro lugar nas competições todas onde entramos. Sabemos que teremos um campeonato com outras boas equipas, mas iremos sem quaisquer preconceitos e sem medos dentro do grupo de trabalho. Quanto ao seu treinador, o objetivo que interioriza é conseguirmos o melhor lugar possível, que é o primeiro.
Já falou do que aconteceu nas últimas duas temporadas. Esta terá de ser a época do Castrense…Vamos tentar. O clube acabou por não fazer uma aposta muito superior àquela que foi feita nos últimos anos. Se olharmos para as equipas que estão aqui à nossa volta, o Castrense estará entre as equipas que tem menos jogadores de fora da nossa região. Temos capacidade para ter três atletas vindos de fora, a residir aqui, mas o que assistimos nas últimas épocas é ao fenómeno de, praticamente, todas as equipas do nosso distrital terem seis, sete e oito jogadores de fora. Não quer dizer que sejam melhores do que os nossos. Mas isso desvirtua um bocadinho a ideia de perspetivarmos com rigor o que aí se adivinha. Portanto, é muito difícil nós conseguirmos aquilatar do nosso real posicionamento enquanto as primeiras jornadas não forem decorrendo. Mas, certamente que será um posicionamento para estarmos nas decisões e lutarmos por elas. Ninguém nos poderá tirar esse sonho e essa ambição, que é mais interna da parte dos atletas e do seu treinador do que uma imposição, ou exigência, da direção.
O presidente do clube assume como prioridade equilibrar financeiramente o Castrense. O grupo terá outra ambição?Claro que sim. Mas o Castrense é um clube muito grande, um clube enorme, que vai muito para além do futebol. O lema “O Castrense somos todos” é verdadeiro. Temos grande número de atletas nas modalidades menos visíveis, mas com excelentes prestações ao nível do atletismo, do voleibol, do hóquei e da patinagem, que são olhadas pela direção de igual forma. Sabemos que somos, muitas vezes, o rosto visível de todos os atletas que estão connosco. Conhecemos a responsabilidade de dignificar o clube e queremos que essa projeção, que o futebol nos dá, sirva, também, para ancorar todos os colegas das outras modalidades. Mas, sim, dentro do balneário, queremos ser cada vez mais fortes, sabendo que tendo de competir no nível seguinte, com os melhores, teremos de ser mais fortes do que os nossos adversários.
Está satisfeito com o plantel?Sim. Um plantel que teve agora um duro revés. Uma lesão de média ou longa longevidade do Pedro Marciano, um atleta que julgamos que é um dos melhores do nosso campeonato para a posição de lateral esquerdo. Mas temos um plantel equilibrado, com 21, agora 20 jogadores, com uma equipa de juniores em que alguns trabalham diariamente connosco, porque esse é outro dos propósitos do clube, preparar, cada vez mais, jovens que possam fazer parte das equipas do Castrense durante várias épocas. Os treinadores querem sempre mais. Se conseguíssemos mais duas ou três opções não fecharíamos a porta, mas, sim, estamos satisfeitos, porque estamos bem servidos.
Na Taça de Honra já atingiram a final a quatro. Agora é para vencer, tal como a Taça Distrito de Beja?A Taça de Honra é uma competição que o Castrense ainda não possui. Conseguimo-nos posicionar na final a quatro, com a possibilidade de conquistarmos o troféu e ficarmos na história, já muito prestigiante, do clube, como sendo os primeiros a vencer esta competição. A final da Taça Distrito de Beja á uma partida que toda a gente gosta de jogar, um momento em que todos os clubes gostam de estar e o Castrense não foge à regra.
Na Taça de Portugal, em Moura, o Castrense teve o pássaro na mão, porém…Uma competição que nenhuma equipa do distrito terá a ambição de vencer, mas a passagem das eliminatórias não só nos dá a parte financeira, que as direções agradecem, como nos dá a parte desportiva de visibilidade. O Moura foi melhor, estava mais rodado, marcou o primeiro golo num momento crucial e, no segundo período, foram uns justos vencedores. Fazemos votos que passem a próxima eliminatória e que consigam manter-se no Campeonato de Portugal.
Está confiante num bom campeonato?Temos muita confiança interna. Olhamos mais para dentro do que para fora. Preocupamo-nos muito com aquilo que são os nossos processos, com aquilo que é o nosso grupo, com o desenvolvimento individual e coletivo dos nossos jogadores. É essa a paixão do futebol, é isso que nos apaixona, tornarmos mais fortes os que trabalham connosco, porque, no final, conseguimos ver a felicidade dos nossos atletas e das suas famílias, que, durante o ano, são tão privadas por causa desta nossa paixão. O sumo de tudo isto são as conquistas, as vitórias, os títulos, momentos que nos permitem encarar o futuro com uma expressão mais sorridente.