Diário do Alentejo

A época mais longa...

10 de agosto 2024 - 08:00
Dinâmica da Associação de Voleibol Alentejo e Algarve promove assinalável crescimento da modalidadeFoto| Firmino Paixão

A Associação de Voleibol do Alentejo e Algarve (AVAL) fechou a época desportiva no final do mês de julho. Uma temporada em que se manteve a tendência de crescimento do número de clubes e de atletas. O organismo, que tem sede em Castro Verde, mantém forte interação com as escolas.

 

Texto e Foto | Firmino Paixão

“O voleibol está forte, consolidado e mantém, em todas as áreas, o crescimento que tem sido notório nos últimos anos”, revelou Ruben Lança, coordenador técnico da associação que tutela a modalidade no Alentejo e no Algarve. O dirigente vincou que “na época finda entraram novos clubes”, mas já têm “contacto com outros na zona Alentejo/Algarve para se filiarem”. “O objetivo de há três ou quatro anos, de crescimento do indoor, tem sido largamente cumprido. Neste ano, tivemos muito mais jogos do que em anos anteriores. Tivemos mais atletas, mais árbitros, mais competição”, garantiu Ruben Lança.

 

O plano de consolidação da modalidade está plenamente cumprido?Mantemos a nossa linha orientadora que é: primeiro, massificar, e foi o que conseguimos com o gira-vólei e o minivoleibol, e agora estamos a passar para a parte dos campeonatos indoor, onde temos já todos os escalões. Conseguimos ter equipas nas “finais a oito” nacionais, equipas com bons resultados, e tudo isto tem a ver com esse crescimento dos últimos anos. Sentimos, apenas, uma lacuna, que também se regista a nível nacional, que é o menor crescimento do voleibol masculino. Apesar de neste ano termos tido duas equipas nas “finais a oito”, pois o Atlético Clube de Albufeira colocou as equipas masculinas de juvenis e cadetes entre as oito melhores equipas nacionais.

 

O aumento de clubes potencia o crescimento do número de jovens que chega de novo à modalidade?Sim. Temos muito mais atletas federados e temos muito mais “alunos” em contacto com a modalidade, gosto de os tratar assim, porque a vertente do gira-vólei não é federada. Mas podemos dizer que houve um crescimento de atletas em todos os escalões. E isso vem ao encontro daquilo que falávamos nos últimos anos: mais atletas, mais campeonatos, mais jogos, maior competitividade e melhor qualidade.

 

O voleibol é uma modalidade mais apetecível para as raparigas? Será essa a causa do défice em masculinos?O voleibol feminino tem uma projeção completamente diferente. Temos muito mais equipas e atletas femininas do que masculinos. Tentamos lutar um bocadinho para que o setor masculino cresça, mas o voleibol feminino tem uma grande implantação. Qualquer clube que abra portas ao voleibol rapidamente consegue equipas femininas, a constituição de equipas masculinas é mais complexa.

 

Pretendem nivelar o número de praticantes masculinos com os femininos?Gostaríamos de o fazer. Mas também, em termos nacionais, existe uma grande disparidade entre o número de atletas femininos e masculinos. É algo cultural, terá, eventualmente, a ver com o facto de os homens optarem por outros desportos. Mas, sem termos muitos jogadores masculinos, os que temos têm muita qualidade. E deixe-me puxar pelos clubes da nossa região, onde as equipas masculinas, sem terem uma formação de base muito forte, têm belíssimos resultados, por isso, temos de valorizar o trabalho dos clubes que têm equipas masculinas. Temos grandes resultados a nível nacional e isso pode ser um estímulo para o crescimento do número de atletas. Desde há dois anos que temos seleções regionais masculinas para puxar um bocadinho os rapazes para o voleibol e isso tem resultado.

 

No universo que a AVAL tutela, qual é a região que tem mais peso?Neste momento, a região do Algarve tem uma força bastante grande no voleibol, o que também se justifica com a geografia da região. Existe uma maior proximidade entre os clubes, o que facilita os hábitos competitivos e o aparecimento de novos clubes. No Alentejo, as distâncias são maiores e isso dificulta o aparecimento de novos clubes face à exigência financeira com as deslocações.

 

A época está fechada, quer no indoor, quer no ar livre?A etapa que encerrou a nossa época desportiva foi uma de gira-praia, que se realizou, no final de julho, no Campo de Jogos de Areia, em Castro Verde. Foi a época mais longa desde sempre. Proporcionámos aos clubes filiados competição desde outubro até ao final de julho. O indoor esteve em atividade entre outubro e maio, algo fantástico para os miúdos, porque estiveram muitos meses em competição, mas tivemos uma diminuição na atividade de ar livre, algo que consideramos normal. Chegámos a ter sete e oito etapas e, neste ano, fizemos três de ar livre e três de gira-praia. Foi um decréscimo natural, que se justifica com o crescimento do indoor. Fechámos a atividade regional nos dias 27 e 28 de julho, teremos apenas uma competição nacional com equipas do Alentejo e do Algarve, neste fim de semana, dias 10 e 11, em Esmoriz, onde se realizará a fase nacional do gira-praia. Estarão lá seis duplas nos escalões de sub/14, sub/16 e sub/18 a disputar o título nacional.

 

Estava identificada uma lacuna na expansão da atividade da AVAL para as sub-regiões norte-alentejanas. Permanece essa dificuldade?Mantém-se essa lacuna. Um problema difícil de ultrapassar. Continuamos a ter clubes na cidade de Évora e com grande atividade. Mas sentimos dificuldade no aparecimento de clubes mais a norte e isso deve-se muito àquele problema da grande dimensão da região. Temos clubes interessados, nomeadamente, em Avis. Pontualmente, nós desenvolvemos atividades nas escolas do norte e nordeste alentejano, mas clubes federados, para participarem em competições, é difícil, devido, principalmente, às grandes deslocações que terão de fazer. Mas o problema continua na agenda, até porque isso nos dará uma grande margem de crescimento.

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