Diário do Alentejo

Uma boa aposta...

28 de junho 2024 - 10:00
Almodôvar e Castro Verde receberam Campeonatos Nacionais de Ciclismo em Elites Amadores e MastersFoto| Firmino Paixão

Cinco títulos nacionais ficaram por cá. O cubense João Letras (Parapedra), em elites, o almodovarense Manuel Caetanita (Loulé), em masters 70, depois, também, a equipa da Casa do Benfica de Almodôvar a colocar os atletas Filipe Oliveira (masters 30), Nuno Mendes (masters 40) e José Castelo (masters 45) nos lugares mais altos do pódio dos Campeonatos Nacionais de Ciclismo em Elites Amadores e Masters.

 

Texto e Foto Firmino Paixão

 

Uma só? Não! Várias boas apostas. A dos ciclistas que subiram aos lugares de eleição no pódio, mas também a aposta dos dois municípios, Almodôvar e Castro Verde, em aceitarem a parceria com a Associação de Ciclismo do Algarve para que, no seu território, pudessem acontecer estes campeonatos nacionais de ciclismo, nos escalões de elites amadores e masters. O cubense João Letras, que recuperou a camisola com as cores nacionais, a quarta, por sinal, afirmara, no início da prova de fundo, em Castro Verde, que iria apostar forte na conquista do título. No final confirmou: “Foi uma aposta ganha. Correu muito bem, mais um título nacional, depois de 2019, 2020 e 2021. Mas tenho de agradecer à minha equipa o excelente trabalho que eles fizeram ao longo da etapa e eu, no final, só tive que rematar. Correr com as cores nacionais é um enorme privilégio e dá-nos uma força extra”.

O veteraníssimo Manuel Caetanita, de 71 anos, a pedalar, agora, com as cores do Centro de Ciclismo de Loulé, já perdeu a conta aos títulos conquistados: “Não os tenho contado bem, mas serão cerca de 20, entre contra-relógio, fundo, e até dois títulos ibéricos. Hoje veio mais um, estou muito feliz por tê-lo conquistado na minha terra. O ciclismo é muito duro, quem não tiver capacidade para sofrer, não venha para aqui”.

Carlos Matos (AM Cerca do Pinheiro/Castro Verde), de 53 anos, aljustrelense que se iniciou no Centro de Ciclismo de Garvão, ao tempo da Volta à Margem Esquerda, ficou à espreita do pódio. “Ando nisto há muito anos. É uma paixão que tenho desde muito pequeno. Hoje fiquei à beira do pódio, foi pena, mas o pessoal está a andar muito e os lugares decidem-se quase ao milímetro”.

Um dia histórico, considerou José Cordeiro, o diretor desportivo da equipa da Casa do Benfica de Almodôvar. “Ganhámos três camisolas, é um dia memorável para a nossa equipa. Trabalhámos muito para isto acontecer, os atletas estão todos de parabéns, mas queremos agradecer à direção por todas as condições que nos dão para que isto aconteça”.

Terminada a festa do ciclismo numa região que o idolatra, e registada a opinião dos protagonistas da estrada, foram ouvidos outros campeões, aqueles que, vestindo as camisolas dos seus municípios, fazem as coisas acontecer. David Marques, vereador com o pelouro do desporto na Câmara de Castro Verde, garantiu: “Naturalmente que esta aposta de acolhermos uma prova de dois dias representa o reconhecimento de que o ciclismo é uma modalidade que as pessoas em Castro Verde acarinham e acompanham com muito entusiamo. Mas, obviamente que o que procuramos é ir ao encontro do interesse da comunidade e ela segue atentamente, e com muito entusiamo, as provas de ciclismo. Já tivemos aqui, neste ano, a partida inicial da Volta ao Alentejo e, mais uma vez, estivemos cá, desta vez em parceria com o município de Almodôvar, associando-nos também à Associação de Ciclismo do Algarve”.

O presidente da Câmara de Almodôvar, António Bota, vincou também a ideia: “Hoje em dia, tudo aquilo que se faz na região, acho que deve ter a intervenção de vários parceiros, de vários grupos, neste caso, a Associação de Ciclismo do Algarve juntou-se aos municípios de Almodôvar e de Castro Verde, e todos, em conjunto, tentámos trazer pessoas, tentámos trazer desporto, motivar os atletas e as suas famílias, para visitarem os nossos concelhos”. O autarca lembrou ainda: “O ciclismo tem tradição em Almodôvar e em Castro Verde, em toda esta região. Depois, temos excelentes condições para a sua prática, com percursos em planície e em montanha, e cabe-nos promover esta ideia de fazer parcerias com outros municípios, para que seja possível continuarmos a dinamizar esta atividade que está a ficar bastante cara, como tudo, e sem parcerias, sem o apoio de diversas entidades, era difícil para a associação de ciclismo, para os atletas e para uma câmara municipal sozinha”, concluiu, regozijando-se com os triunfos do clube local, mas, também, do símbolo que admitiu ser o seu, o do Sport Lisboa e Benfica. Participaram cerca de 280 ciclistas, em vários escalões.

 

Campeonatos Nacionais de Ciclismo em Elites Amadores e Masters Campeões

Provas de fundo

Elites amadores | Jorge Letras (Grupo Parapedra)Masters 30 | Filipe Oliveira (Casa Benfica Almodôvar)Masters 35 | Bruno Saraiva (CD Pataiense)Masters 40 | Nuno Mendes (Casa do Benfica Almodôvar)Masters 45 | José Castelo (Casa do Benfica de Almodôvar)Masters 50 | Rui Rodrigues (Proteu Cycling Team)Masters 55 | Vítor Lourenço (Sintra Clube Ciclismo)Masters 60 | José Afonso (Flexaco Cycling Team)Masters 65 | José Magalhães (Skoda Irmãos Leite)Masters 70 | Manuel Caetanita (Centro Ciclismo Loulé)

ContrarrelógioElites amadores | João Jacinto (CD Pataiense)Masters 30 | José António Centro Ciclista do Centro)Masters 35 | Hélder Lourenço (Grupo Parapedra)Masters 40 | Nelson Pinto (individual)Masters 45 | Pedro Pinheiros (Bússola BTT Peixovar)Masters 50 | Octávio Cardoso (Black Bulls)Masters 55 | Alberto Amaral (Multimoto/R.Star)Masters 60 | Leonardo Sousa (Penacova/Azeitonense)Masters 65 | João Pinto (Boavista/Rádio Popular)Masters 70 | Carlos Correia (BTT Loulé)

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