Diário do Alentejo

Clube de Xadrez de Vidigueira celebra 25 Anos

04 de maio 2024 - 12:00
Torneio de Xadrez de Vidigueira voltou a contar com a presença de mestres nacionais da modalidadeFoto| Firmino Paixão

O VII Torneio de Xadrez de Vidigueira, organizado pelo Clube de Xadrez de Vidigueira e pelo município local, contou com a presença de cerca de quatro dezenas de xadrezistas, entre os quais se destacou a presença dos mestres nacionais Júlio Santos (Clube EDP/Lisboa) e Carlos Carneiro (AX Portugal). O torneio disputou-se nas vertentes oficial e popular.

 

Texto e Fotos Firmino Paixão

 

Inserido anualmente nas comemorações da Revolução dos Cravos do concelho de Vidigueira, no ano em que se comemora o 50.º aniversário do 25 de Abril, o município local e o Clube de Xadrez de Vidigueira, que está a comemorar os 25 anos desde a sua fundação, voltaram a celebrar Abril com a mesma intensidade com que ao longo destes últimos sete anos foi possível colocar no calendário este importante evento nacional de xadrez.

Otelo Galinha, praticante e dirigente do Clube de Xadrez de Vidigueira, revelou ao “Diário do Alentejo”: “Este é um torneio oficial, homologado pela Federação de Xadrez de Portugal, com contagem para o ranking nacional e internacional. É uma prova perfeitamente oficial. A vertente popular serve para reunir antigos jogadores, pessoas que apenas querem conviver, o típico jogador de xadrez de mesa de café, porque o objetivo é que, existindo um ambiente salutar entre os jogadores, os bons e os menos bons, a prática seja salutar”.

Quanto ao número de jogadores presentes, deixou a nota: “Inicialmente, tivemos muito mais jogadores inscritos do que no ano passado, porém, neste ano, devido ao simbolismo da data dos 50 anos do 25 de Abril, aconteceram por todo o País várias atividades e torneios de xadrez incluídos, do Algarve a Lisboa, e Vidigueira, enquanto vila pequena do interior, não consegue naturalmente competir com isso. Ainda assim, foi uma agradável supressa verificarmos que mantivemos o número de atletas igual ao do ano passado. Muitos que já cá estiveram, uma tradição que se mantém e que nos motiva a manter a organização deste torneio anual”. O regresso de praticantes é, aliás, um bom sinal: “A possibilidade do passa-palavra tem sido muito eficaz. As pessoas ficam curiosas, querem visitar-nos e saber o que terá o torneio de Vidigueira de tão especial que tanto se fala dele. E nós temos conseguido corresponder. As pessoas saem de cá muito agradadas com o ambiente de convívio e com a prática salutar, porque temos lugar para todos nas duas vertentes do torneio, federados e populares, e os jogadores acabam por transmitir aos seus clubes e aos seus amigos que no ano seguinte aqui estarão”.

Na sexta edição a prova contou com o mestre nacional Vítor Morais, que neste ano não participou. Otelo Galinha justificou: “O mestre Vítor Morais chegou a estar inscrito mas, por motivos pessoais, não conseguiu vir. Mas temos connosco outros dois mestres nacionais (título atribuído aos jogadores que consigam uma pontuação superior a 2000 pontos no ranking federativo da modalidade), o mestre Carlos Carneiro, um dos jogadores mais cotados a nível nacional, ele próprio dirigente da Academia de Xadrez de Portugal, que é o principal dinamizador de torneios em Portugal. Organiza provas todos os fins de semana e às vezes mais do que uma. E temos o mestre Júlio Santos, pai do grande mestre António Fernandes, que também já visitou a Vidigueira há uns anos numa simultânea. O mestre Júlio Santos continua a jogar xadrez do alto dos seus 94 anos de idade”.

Otelo Galinha recordou, de facto, aquele que foi um dos momentos mais prestigiantes deste torneio com a presença do grande mestre nacional, António Fernandes, em 2016: “O António Fernandes deixou, de facto, a sua marca. Aquela simultânea foi importante para incutir a prática nos mais jovens, para levar o nome do torneio mais além, dando-lhe uma visibilidade importante, que nos permitiu avaliar a dimensão do espaço e da logística, para continuarmos, mais adiante, com o torneio, não de demonstração, mas de índole competitiva. Foi um grande contributo”. E acentuou: “É sempre interessante que existam pessoas altamente cotadas a nível competitivo, com curiosidade e interesse em participar num torneio que, enfim, fica fora dos grandes centros urbanos, fica fora daquilo que são os torneios mais antigos, muitos deles com prémios monetários. É um facto muito importante para o nosso torneio e isso enche-nos de orgulho”.

Como praticante, dinamizador da modalidade e do clube local, Otelo Galinha não esconde o seu reconhecimento ao município da sua terra natal, por manter, anualmente, esta aposta no xadrez, celebrando Abril: “Sobretudo este ano, em que, além do 50.º aniversário do 25 de Abril, também o Clube de Xadrez de Vidigueira assinala 25 anos desde a sua fundação. Infelizmente, não foram 25 anos de atividade contínua, mas, em maio assinalamos essa data de fundação do clube”. Por isso, deixou claro: “Sem a Câmara Municipal de Vidigueira seria de todo impossível colocarmos de pé este evento. O município continua a ser o principal patrocinador do torneio, na cedência do espaço, na logística, na oferta da refeição e nas visitas culturais. Neste ano introduzimos no programa do torneio uma visita ao Museu Municipal Etnográfico, portanto, o município continua a ser o principal pilar e a dar-nos total confiança para o futuro”.

Já quanto ao Clube de Xadrez de Vidigueira, 25 anos depois, admitiu: “O Clube de Xadrez vive um período de pausa mas, pelo menos, temos um objetivo anual que é a organização deste torneio, mas continuaremos interessados em captar novas gerações para se interessarem pelo xadrez”.

O xadrezista Diogo Sousa (Gil Eanes) venceu o torneio oficial, seguido de Carlos Carneiro (AXP) e de Carlos Corte-Real (Loulé). Coletivamente ganhou a Academia do Lumiar. O torneio popular foi conquistado pelo vidigueirense Carlos Cristo, seguido de Eduardo Nóbrega e de Rui Ferreira (Vidigueira).

 

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