Diário do Alentejo

A edição 2024 da “Alentejana” termina no domingo na cidade de Évora

22 de março 2024 -
“É tão grande o Alentejo…”Foto| Firmino Paixão

Um pelotão com mais de 120 ciclistas, de 18 equipas (Portugal, Espanha, Estados Unidos, Alemanha, Suíça e Polónia), está nas estradas alentejanas a disputar a 41.ª Volta ao Alentejo Crédito Agrícola. Cinco dias, 852,7 quilómetros, entre a vila de Castro Verde e a cidade de Évora, num certame promovido pela Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, com organização técnica da Podium Events.

 

Texto e Foto Firmino Paixão

 

Cumpre-se nesta sexta-feira, entre Mourão e Reguengos de Monsaraz, a terceira das cinco etapas que dão forma ao percurso da 41.ª Volta ao Alentejo Crédito Agrícola que, mais uma vez, visita as quatro sub-regiões deste território, o baixo, o central, o litoral e o norte alentejano, tornando-se a mais longa dos últimos anos. Com duas novidades, ausência de uma etapa no sistema de contrarrelógio individual e a atribuição de bonificações horárias aos três primeiros ciclistas nas metas volantes e nos finais de etapa.

Para trás já ficaram as ligações entre Castro Verde e Beja (168 quilómetros), com uma incursão pela margem esquerda do Guadiana, e uma inédita passagem pelo interior da aldeia de Baleizão, tirada que abriu esta edição 2024 da “Alentejana” e que foi ganha pelo ciclista Thomas Silva da equipa Caja Rural Seguros RGA, vestindo a primeira camisola amarela da prova, o símbolo da liderança da classificação geral individual.

O segundo dia de prova foi preenchido pela ligação entre as vilas de Vidigueira e Grândola (180,9 quilómetros), uma etapa que levou a caravana a passar por Alvito, Viana do Alentejo, Alcáçovas, descendo depois para Torrão e Ferreira do Alentejo, a caminho do litoral, onde visitou Ermidas, Santiago do Cacém, Melides e aportou na “Vila Morena”.

A etapa de hoje, entre Mourão e Reguengos de Monsaraz, terá a extensão de 168,4 quilómetros para ligar duas localidades da sub-região do Alentejo Central que distam, entre si, cerca de 22 quilómetros. É assim o ciclismo, uma modalidade popular que é levada à porta de cada um em todas as localidades por onde o pelotão serpenteia. Há alguns anos que a Volta ao Alentejo não visitava a vila raiana de Mourão, ali bem à beirinha do maior lago artificial da Europa, criado pelo aprisionamento das águas do rio Guadiana no grande empreendimento que é a barragem de Alqueva.

A partida simbólica de Mourão está agendada para as 11:20 horas na praça da República e o lançamento da corrida ocorrerá, mais adiante, junto à herdade dos Piscos. Dez quilómetros após o início da etapa, os corredores passarão pelo exterior da vila medieval de Monsaraz, onde está traçada uma contagem de quarta categoria para o prémio de montanha, que o pelotão voltará a cruzar, mas no sentido inverso, quando já tiverem sido percorridos cerca de 150 quilómetros. A corrida rumará, entretanto, até Terena e Alandroal, onde encontrará a primeira meta volante do dia, após o que se dirigirá para Vila Viçosa (segunda meta volante), contornando a serra de Ossa, por Borba e Estremoz e depois, sim, começará a subir esta elevação natural, com uma nova contagem de montanha (quilómetro 92,9), descendo para a vila de Redondo (meta volante) e, mais adiante, Montoito e Falcoeiras, até fazer um primeira passagem pela cidade de Reguengos de Monsaraz e rumar a São Pedro de Corval, para a tal segunda passagem por Monsaraz, entrando nos 15 quilómetros finais da etapa em direcção à praça da Liberdade, em Reguengos de Monsaraz, onde a chegada está prevista para as 15:30 horas. Uma etapa que se prevê movimentada, com os ciclistas a tentarem bonificar nas três metas volantes (três, dois e um segundos) e os trepadores a revelarem-se nas três contagens para o prémio de montanha, mas cujos 15 quilómetros finais, em linha reta, são propícios ao reagrupamento do pelotão, para a vitória na etapa ser disputada pelos velocistas, com os três primeiros a cortar a meta a bonificarem (10, seis e quatro segundos, respetivamente).

Se a tradição se cumprir, amanhã será o dia de todas as decisões. Corre-se a quarta etapa, com saída matinal da vila de Monforte, uma terra rica em tradições taurinas que nos últimos anos tem acolhido a prova junto ao seu parque desportivo. O pelotão cumprirá mais de 147 quilómetros até Castelo de Vide, em plena serra de São Mamede, onde os ciclistas serão presenteados com nada menos do que cinco contagens para o prémio de montanha, uma delas de segunda categoria (a mítica rampa para o Cabeço do Mouro) e as restantes de terceira. Será, acreditamos, a etapa da verdade, aquela que decidirá quem será o sucessor do venezuelano Orluis Aular (Caja Rural Seguros RGA), vencedor das duas últimas edições da “Alentejana”. Vaiamonte, Assumar, Arronches (meta volante) e Portalegre (meta volante) serão pontos de passagem da caravana a caminho da bela “Sintra do Alentejo”, terra natal de Salgueiro Maia.

No domingo disputa-se a etapa mais extensa da prova, 187,9 quilómetros, entre Nisa e Évora, com passagem pelo Crato, Alter do Chão, Avis, Pavia, Mora, Montemor-o- -Novo, Arraiolos e chegada a Évora. É a chamada “etapa da consagração” dos vencedores, no pressuposto de que tudo estará decidido e nestes derradeiros quilómetros apenas se rolará a contemplar a paisagem. Mas pode não ser assim. Uma vez terminada a etapa e a corrida, na praça do Giraldo, na Cidade Património Mundial, serão laureados os vencedores das diferentes classificações individuais: Camisola Amarela “Crédito Agrícola” geral individual, Camisola Verde “Delta Cafés” classificação por pontos, Camisola Azul “Correio da Manhã” prémio de montanha e Camisola Branca “Turismo do Alentejo” geral da juventude e a equipa vencedora.

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