Diário do Alentejo

Centro de Cultura Popular de Serpa perspetiva manutenção no Nacional da 2.ª Divisão de Andebol

23 de abril 2024 - 12:00
Um clube de abril

O Centro de Cultura Popular de Serpa (CCP Serpa), pela terceira vez na época desportiva, não conseguiu vencer a formação do CCR Alto do Moinho (Corroios/Seixal), equipa que lidera a fase final do grupo B/zona 3, do Campeonato Nacional de Andebol da 2.ª Divisão.

 

Texto e Foto Firmino Paixão

 

A quarta jornada da fase final do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão, em seniores masculinos de andebol, trouxe até ao Pavilhão Municipal Carlos Pinhão, na cidade de Serpa, a formação do Alto do Moinho, líder do grupo B, nesta fase final da prova. O percurso da equipa serpense tem sido bem-sucedido. Na fase inicial do campeonato classificaram-se na sétima posição, entre 10 clubes. Já nesta fase ocupam o quinto posto, a oito pontos do líder, mas com uma vantagem de 11 pontos sobre o Torrense, sete sobre o Vela de Tavira, e em igualdade com o Lagoa. Estão disputadas, apenas, quatro das 14 jornadas desta etapa final, nada está conquistado, a não ser uma vantagem já relevante sobre as duas últimas equipas, aquelas que ocupam as duas posições de despromoção à divisão inferior.

No final da partida em que o CCP Serpa consentiu mais uma vitória do Alto do Moinho (29-32), o presidente do clube, Carlos Amarelinho, afirmou ao “Diário do Alentejo”: “Estamos a cumprir os objetivos que delineámos no início da época”. E especificou: “Na primeira fase deixámos três equipas atrás de nós, o Torrense, o Vela de Tavira e o Lagoa”. Clubes que, à quarta jornada deste último momento competitivo, se mantêm nos últimos três lugares, algo que permite pensar que o CCP Serpa poderá assegurar a manutenção neste campeonato, como adiantou o presidente do clube que recentemente completou 49 anos de existência. “Penso que sim. Julgo que temos uma equipa competente para disputar este campeonato e não pensamos, tão cedo, voltar a competir na terceira divisão. Sentimos que estamos capacitados para mantermos este percurso e não acreditamos em nenhum retrocesso nos próximos tempos”.

Os serpenses, treinados por Manuel Ramos, só não têm conseguido vencer as formações dos Marienses (Açores), do Esfera (Lisboa), e esta do Alto do Moinho, com quem voltaram a perder no último sábado. Carlos Amarelinho afirmou, porém: “O campeonato tem sido bastante regular mas, na verdade, não temos conseguido vencer essas equipas. Ainda assim, perdemos por poucos, mas também ganhamos por diferenças mínimas”. Tem existido algum equilíbrio, insistiu o dirigente, recordando: “Os adversários conhecem o nosso valor, depois, também temos sempre um público muito entusiástico a apoiar-nos no nosso pavilhão, o que motiva bastante a equipa”. E deixou a nota: “Entramos sempre com a ambição de vencer todos os jogos, não o temos conseguido, mas os resultados são globalmente positivos, e isso tem-nos dado algumas garantias de nos mantermos na segunda divisão nacional”. O campeonato não tem sido fácil, as equipas equivalem-se bastante, mas o presidente destacou: “Apostamos em jogadores da região, temos apenas dois atletas de fora, e isto revela bem o percurso que o nosso clube tem feito, quer no mercado local, quer na sua própria formação”. O “ADN” do CCP Serpa, acentuou: “São os jogadores da terra e, quanto muito, jogadores desta região. Não podemos, nem queremos, fazer apostas diferentes. Queremos manter esta postura. Não somos profissionais, dignificamos a nossa terra e a nossa região, valorizamos os atletas da região e temo-nos dado bem com estas opções”. Opções que passam pela manutenção da mesma equipa técnica, do maior número de atletas que tem sido possível reter, fatores que, reconhecidamente fortalecem o espírito de grupo. Os resultados dos próximos jogos serão determinantes para a prossecução dos objetivos, tendo como ponto de partida a vantagem que já dispõem para os dois últimos classificados do grupo. Carlos Amarelinho quer refrear esse otimismo, ainda assim, admitiu: “Temos, de facto, uma vantagem importante, quer para o Vela de Tavira, quer para o Torrense, algo que nos permite pensar que, vencendo mais alguns jogos, conseguiremos assegurar um lugar mais tranquilo na tabela e que consigamos, mais uma vez, a manutenção. Algo que será mais uma vitória para nós, porque no seio de uma região tão extensa como é o Alentejo conseguimos ser a única equipa a disputar o campeonato nacional da segunda divisão. Gostaríamos que fossem mais, somos apologistas de uma maior representação da região a este nível, mas não tem sido possível”, esclareceu.

Fundado em 6 de abril de 1975, o emblema serpense, que desde sempre se dedicou à promoção da cultura e do desporto, entrou na reta que o conduzirá aos 50 de atividade regular. Carlos Amarelinho lembrou: “Temos tentado fazer um trabalho dirigido para os jovens. Temo-lo feito no andebol, já o fizemos no voleibol e noutras modalidades ditas de salão. Estamos, hoje em dia dedicados, exclusivamente, ao andebol, é o que sabemos fazer melhor e achamos que fazemos bem, mas o CCP Serpa tem sido, ao longo desta quase meia centena de anos de existência, um clube que tem dado muito à juventude deste concelho e temos o objetivo de assim continuar. Mas temos também a ambição de alargarmos a prática do andebol a outras freguesias deste concelho. Julgamos possuir condições para isso e para mantermos a nossa juventude ocupada com práticas de vida saudável”, concluiu.

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