Diário do Alentejo

Fase final do Campeonato Regional de Basquetebol sub/16 disputou-se na cidade de Beja

04 de fevereiro 2024 - 08:00
Um palco talismãFoto| Firmino Paixão

O Beja Basket Clube sagrou-se campeão regional de sub/16, oito dias depois de conquistar o título regional no escalão de sub/18. No mesmo palco, o Pavilhão Municipal João Serra Magalhães, em Beja. Um sucesso obtido com uma exibição de enorme qualidade e um triunfo sobre os Salesianos de Évora por 82-61 (14-12, 23-9, 22-25, 23-15).

 

Texto e Foto Firmino Paixão

 

“A vitória de um grupo muito unido, uma família com um espírito de grupo não mensurável” como, há oito dias, já tinha admitido o coordenador técnico do Beja Basket Clube, Pedro Severino, quando o clube se sagrou campeão regional no escalão de sub/18. Uma ideia e um discurso ratificados pelo presidente do Beja Basket Clube, João Margalha, no momento de consagração dos novos campeões. “Os títulos deste ano são o resultado de um trabalho muito intenso. Aumentámos a carga de treino dos miúdos, fizemos um esforço muito grande, compreendido entre os miúdos e os encarregados de educação, no sentido de melhor conciliarem a vida escolar e a vida desportiva, melhorámos as condições de treino, contratámos a parte física separadamente, com uma entidade credenciada, passámos a ter fisioterapia, portanto, houve todo um conjunto de situações que nos conduziram a esta melhoria qualitativa. O passo seguinte é conseguirmos chegar aos campeonatos nacionais, é esse o objetivo”, assegurou.

No mesmo fim de semana, o clube bejense disputou também, na cidade de Évora, a final de sub/16 femininos, onde obteve o segundo lugar, e no próximo, também na cidade Património Mundial, disputará a final a quatro em sub/14 masculinos.

João Margalha garantiu que vão “tentar ganhar também em sub/14”, justificando: “Nós entramos sempre para ganhar, podemos não o conseguir, mas a ambição é sempre vencer, o espírito é disputar, é estarmos lá, o espírito é termos atletas e fazê-los evoluir enquanto jogadores, a formação é isso mesmo”. Contudo, o presidente do Beja Basket Clube deixou a nota: “A formação não é andarmos só à procura de títulos, é, essencialmente, conseguirmos criar e fazer evoluir jogadores que venham a servir a modalidade no futuro, para nós ou para outros clubes. O nosso fito é formar jogadores, formar pessoas com uma educação cívica e com grande amizade entre eles”. E deixou o exemplo dos novos campões. “Esta equipa de sub/16 é uma equipa de uma enorme amizade, um grupo com uma grande ligação entre si, é muito difícil ganhar a esta equipa, porque eles funcionam como um todo. Independentemente de, como em todos os grupos, existirem depois as estrelas, os que são melhores, os que jogam mais, os que jogam menos, mas, no fundo, treinam em conjunto e para um mesmo fim. Treinam e jogam unidos e a vitória é sempre de todos, não é de um, nem de dois, a vitória é de toda uma equipa”.

A verdade é que, perante este novo paradigma, o Beja Basket Clube tornou-se uma referência, admitiu o dirigente. “Penso que, a nível regional, nós somos realmente uma referência na organização e na forma como encaramos o desporto, sim, assumimos isso, e com muito orgulho. Nós vemos o desporto como uma ferramenta para formar o cidadão, isso é essencial, é um ponto de honra, e aí julgo que nos distinguimos de muitas outras associações que terão a sua maneira de ver o desporto e de encarar as modalidades, mas nós temos esta nossa maneira”.

Agora, e no futuro, perante o exemplo de sustentabilidade e de sucesso deste emblema, artífice de desportistas e formador de personalidade, será importante que as comunidades, local e regional, comecem a olhar com atenção para este clube. “Os países europeus que têm uma estrutura mais diversificada pelas mais diversas modalidades são os que têm os melhores resultados, portanto, eu penso é que nós temos que conseguir encarar o desporto de outra forma. O desporto é algo muito importante numa sociedade e as sociedades mais desenvolvidas são aquelas que têm um desporto mais competitivo, mais diversificado e mais inclusivo, e é isso que nós temos que trabalhar”, sublinhou João Margalha.

João Ponte-e-Sousa, treinador dos Salesianos, os finalistas vencidos, comentou o desfecho da final. “Num dia em que o nosso internacional, o jogador Juan Correia, marcou menos triplos do que é costume, marcou sete em 14, o jogo caiu para o Beja Basket Clube, e caiu bem, porque tem uma equipa bem organizada, esteve sempre na liderança e beneficiou dos nossos erros, portanto, o resultado é completamente justo”, reconheceu.

O clube eborense organiza, no próximo fim de semana, a final a quatro no escalão de sub/14, cuja fase preliminar venceu, confirmando o bom momento do basquetebol salesiano, uma opinião corroborada pelo seu responsável técnico e docente. “Os Salesianos têm 30 anos de trabalho na modalidade, naturalmente, com altos e baixos, agora, nos últimos tempos, há um ano ou dois, temos jogadores no Centro Nacional de Treino e temos alguma produtividade. Mas aquilo que eu destaco nos Salesianos é estarmos a chegar aos 100 praticantes. Já tivemos, durante vários anos, 130 federados, estamos a voltar à centena e isso agrada-nos muito, porque o basquetebol é saúde e muito mais do que esta natural tentação de vencer. O basquetebol tem que ser para todos, porque é saúde”, concluiu.

 

Campeonato Regional de Basquetebol Sub/16

Meias-finais

Beja Basket Clube-AC Montemor/NS V. Novas 115-34Salesianos de Évora-Atlético de Reguengos 66-52Beja Basket Clube-Atlético de Reguengos 89-66Salesianos de Évora-AC Montemor/NS V. Novas 100-40

 

3.º/4.º Lugar

AC Montemor/NS V. Novas-Atlético de Reguengos 47-82

 

Final

Beja Basket Clube- Salesianos de Évora 82-61

 

Classificação

1.º Beja Basket Clube2.º Salesianos de Évora3.º Atlético de Reguengos4.º AC Montemor/NS Vendas Novas

 

“5 Ideal”:

Juan Correia (Salesianos de Évora)Luís Janeiro (Atlético de Reguengos)Cristiano Páscoa (Beja Basket Clube)Artur Pinheiro (Beja Basket Clube)Vicente Lézico (Beja Basket Clube)

 

Jogador “MVP”

Juan Correia (Salesianos de Évora)

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