A equipa de seniores masculinos da Associação Cultural e Recreativa Zona Azul, de Beja, abriu, oficialmente, a época com um triunfo sobre a formação do CC Loulé, na primeira jornada do Torneio de Abertura, uma competição organizada pela Associação de Andebol do Algarve.
Texto Firmino Paixão
Hugo Estanque, treinador que nesta época voltou ao comando da equipa sénior, não valoriza muito este triunfo tangencial (25/24) sobre os louletanos, preferindo olhar para estes jogos como etapas de formação que potenciam a qualidade de um grupo que, em breve, iniciará o Campeonato Nacional da 3.º Divisão, não sem que antes, na tarde de amanhã, receba o Évora Andebol Clube, na primeira eliminatória da Taça de Portugal.
O Torneio de Abertura é um pouco o prolongamento da pré-epoca?Sim, nós não estamos a encarar este Torneio de Abertura, que nos foi proporcionado antes do campeonato, valorizando os resultados. Tivemos um mês em que trabalhámos as questões mais físicas, fizemos dois jogos de preparação em que a ideia foi colocar a equipa a jogar e, a partir do momento em que a época abriu oficialmente, encaramos este torneio como uma forma de tentarmos consolidar tudo aquilo que vamos trabalhando durante a semana. Temos apenas dois momentos semanais de treino com o grupo e temos que aproveitar estes jogos como mais um momento de preparação. O objetivo não é vencer o Torneio de Abertura, mas, sim, chegarmos ao início do campeonato melhor preparados e criarmos o máximo de rotinas e de entrosamento na equipa.
No próximo fim de semana terão um jogo da Taça de Portugal e a segunda jornada do Torneio de Abertura…Esse jogo da taça surge como uma oportunidade de podermos ter mais competição, porque, ganhando ao Évora, teremos, na segunda eliminatória, mais um jogo em casa, frente ao Serpa. A nossa ambição para esta época é darmos continuidade ao trabalho que tem vindo a ser feito ao longo dos últimos três anos, desde que voltámos para a terceira divisão. Esta equipa é muito nova, temos que dar continuidade ao seu crescimento, consolidá-lo e, aos poucos, subirmos um bocadinho de nível competitivo. O nosso campeonato terá poucos jogos e nós temos que aproveitar todos os momentos em que estamos a competir e, neste contexto, a Taça de Portugal, para nós, será uma competição importante, porque nos permite dar mais rodagem aos atletas que têm menos unidades de treino. Temos que tentar ganhar na primeira eliminatória para podermos fazer aqui um segundo jogo. A partir daí, se nos qualificarmos, já entram equipas mais fortes e isso será um bom estímulo para os nossos atletas. É importante que eles tenham uma envolvência competitiva mais variada, porque isso potenciará o seu crescimento.
Espera um campeonato competitivo?Não será fácil. Teremos jogos com nuances muito diferentes, mas serão todos jogos difíceis. Não é fácil jogar em Sines, no Redondo ou em Portalegre. Não sabendo muito bem o que iremos encontrar. Serão jogos a decidir nos detalhes. Uma das razões que não permitiu que, na época passada, fôssemos apurados, foi a dificuldade que mostrámos jogando fora de casa. Temos que inverter isso. Temos que ser mais fortes em casa e mais competitivos nos jogos fora. Esta é uma equipa em crescimento, que ainda tem alguma dificuldade na gestão dos momentos mais adversos, não só criados pelos adversários, mas também pelo ambiente, ou pelas duplas de arbitragem, que também ainda estão no seu processo de formação. Se quisermos sair desse registo, temos que ser mais fortes e mais concentrados.
A subida à segunda divisão não está nos planos da Zona Azul?Nós não dizemos que queremos subir de divisão. A promoção a uma divisão superior será uma consequência de diversos fatores, como a regularidade. Não perder jogos. O que pretendemos fazer será lutar um bocadinho contra isso, não com o objetivo de subir de divisão, mas focados em sermos melhores e conseguirmos evoluir em cada fim de semana. Uma das razões que me fez voltar e aceitar este projeto não foi só por “treinar os seniores e vamos ver o que é que dará”. Foi tentar que a equipa evolua e cresça ao longo da época. Podemos ter algumas dores de crescimento, podemos não conseguir, ou ficarmos aquém da segunda fase, como no ano passado. Passei por isso como jogador, mas isso também nos fez crescer, e quando chegou o momento certo conseguimos atingir esse passo. A ambição passa por aí: crescermos como equipa, evoluirmos. O grupo é jovem, mas tem muita qualidade. Falta-nos muita rotina, alguma experiência e percebermos o que podemos fazer para tirarmos o máximo rendimento possível.
Uma vez que falou no seu regresso, recordo que foi com o Hugo que, em passado recente, a Zona Azul escreveu algumas das melhores páginas da sua história…O que eu tento transmitir aos atletas é a minha experiência na forma como se encaram as competições e a envolvência desta modalidade. Nós não temos o objetivo claro de subir de divisão. Quando eu era jogador também passei por épocas em que não o tínhamos, mas tínhamos a ambição de querermos ser melhores a cada momento, pois sabíamos que um dia isso daria o seu resultado. Infelizmente demorou um bocadinho de tempo a atingirmos esse patamar. Como treinador das camadas jovens, também demorámos o nosso percurso para lá chegar, mas temos que saber, a cada momento, onde queremos chegar. Mas, para isso, temos que trabalhar. A mensagem é essa, sabendo que temos qualidade.