Diário do Alentejo

Ultra Maratona e Corrida Atlântica repetiram vencedores da 2022

21 de julho 2023 - 11:30
Fotos | Firmino PaixãoFotos | Firmino Paixão

Patrícia Serafim Marques (Clube Desportivo Areias de São João) e Carlos Papacinza (Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira) venceram a Ultra Maratona Melides-Troia. Bruno Paixão (Beja Atlético Clube) e Kcénia Bougnova (Run Tejo) venceram a Corrida Atlântica Comporta-Troia.

 

Texto Firmino Paixão

 

Um vento muito forte, soprando no sentido contrário à progressão dos atletas, quer na Ultra Maratona, quer na Corrida Atlântica, marcou, inquestionavelmente, esta edição de 2023 do grande certame desportivo promovido pelo município de Grândola.

 

No ano de 2022, aos lugares mais altos do pódio instalado no areal da praia do Bico das Lulas, em Troia, tinham subido exatamente os mesmos atletas que os foram ocupar neste último domingo.

 

Depois, outra contrariedade, esta a castigar muito mais os participantes na prova mais extensa, foi a subida da maré, quando aos primeiros atletas ainda faltavam cerca de uma dúzia de quilómetros para o final. Para os que vinham mais atrás, a corrida ainda se tornou mais penosa, porque a maré os empurrava para a areia seca e mole, onde o andamento era ainda mais dificultado.

 

Foi uma jornada em que não se pensou em melhorar os registos horários, pertença de três dos quatro vencedores (Carlos Papacinza não é detentor da melhor marca), contudo, repetiram-se os nomes dos laureados e o que mudou relativamente à edição anterior foi, tão só, o vento e a maré.

 

O primeiro atleta a chegar à meta foi Bruno Paixão e, na hora de escutar os protagonistas, ouvimo-lo dizer: “Consegui hoje a minha quarta vitória nesta prova, mas eu trabalho para todos os anos conseguir subir ao lugar mais alto do pódio. As provas em areia são, naturalmente, diferentes de todas as outras em que tenho competido, e hoje foi um dia muito difícil, não era dia de recordes. Os meus concorrentes mais diretos também estiveram muito bem, mas destaquei-me logo à partida, tentando ganhar alguma distância para chegar ao fim um pouco mais folgado, não fosse surgir alguma surpresa na ponta final, e consegui vencer. Mas felicito todos os atletas, felicito igualmente esta grande organização e deixo os votos para que consigam repetir este evento por muitos e largos anos”.

 

No setor feminino triunfou Kcénia Bougrova, a bielorussa que o nosso país “adotou” nos primeiros meses de vida, e que veio confirmar o que já aqui se escreveu: “Foi uma prova muito mais difícil do que as anteriores, tínhamos o vento de frente e isso dificultou-nos muito o andamento. Queria fazer um tempo abaixo da hora, sabendo que as condições em que estávamos a competir dificilmente seriam favoráveis a conseguir baixar o recorde que consegui bater em 2022, porém, não foi fácil, fiquei um pouco além da hora, mas julgo que todos os atletas hoje sentiram a mesma dificuldade que eu senti. Mas foi mais um desafio, estou feliz porque foi a minha terceira vitória consecutiva”.

 

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Foto | Carlos Papacinza e Patrícia Serafim Marques, vencedores da Ultra Maratona

 

Quando o cronómetro oficial ultrapassou as três horas e nove minutos de prova, surgiu Carlos Papacinza, atleta que reconheceu: “Foi mais um triunfo que me deixa feliz, é para isso que trabalhamos todos os dias e, neste ano, esta prova foi de facto muito bem preparada, mas, como eu costumo dizer, por muito bem preparados que estejamos, no dia da prova é que se avaliam outros fatores que, durante a preparação, não se nos deparam. Nomeadamente, o vento e as condições da areia, neste ano, foram condições muito difíceis mas, como é obvio, tanto é difícil para mim, como será para os meus adversários. Tinha feito treinos intensos e longos, que me dão maior resistência para a parte final da prova, e foi isso que aconteceu. A partir da Comporta, onde vínhamos juntos, eu, o Edgar e o Zacarias, imprimi um ritmo mais forte, nada de extraordinário, mas foi suficiente para ganhar algum avanço e repetir o triunfo do ano passado”.

 

Patrícia Serafim Marques, vencedora feminina, assumiu que esta vitória, além de difícil, não foi tão folgada. “Nesta edição tive mais concorrência. Tive de apertar comigo ali no último quilómetro e meio, já quase com a meta à vista, para fugir à adversária [Laura Grilo] que vinha também a andar muito bem. Vínhamos as duas nos calcanhares uma da outra, mas as dificuldades não foram só com o bom desempenho das adversárias, foi o vento forte que soprava de frente e, já na segunda metade da prova, a maré cheia, que nos dificultou muito o andamento. Como se vê, foram só ajudas”, ironizou. “Mas, sim, felizmente, consegui a minha oitava vitória, mas sem baixar o registo que fiz em 2021. Mas isso também é subjetivo, porque as condições da orla costeira nunca são iguais. No ano em que bati o recorde, o areal estava excelente, parecia uma autoestrada”, concluiu.

 

Resultados Ultramaratona Melides-Tróia Femininos:

  • 1.ª Patrícia Serafim Marques (Areias São João), 4h08’18;
  • 2.ª Laura Grilo (Clube Praças da Armada), 4h08’41;
  • 3.ª Sheila Azevedo (TP Mário Sá), 4h16’43;

 

Resultados Ultramaratona Melides-Tróia Masculinos:

  • 1.º Carlos Papacinza (NDC Odemira), 3h09’03;
  • 2.º Edgar Matias (GDR São Francisco da Serra), 3h18’21;
  • 3.º Zacarias Sitoe (Sporting Clube de Portugal), 3h25’27;

 

Resultados Ultramaratona Melides-Tróia Equipas:

  • 1.º Casa do Benfica de Reguengos de Monsaraz;

 

Resultados Corrida Atlântica Comporta-Tróia Femininos:

  • 1.ª Kcénia Bougrova (Run Tejo), 1h02’26;
  • 2.ª Marta Páscoa (Tãlentos Team), 1h06’02;
  • 3.ª Ana Lourenço (NDC Odemira), 1h07’39;

 

Resultados Corrida Atlântica Comporta-Tróia Masculinos:

  • 1.º Bruno Paixão (Beja Atlético Clube), 54’23;
  • 2.º Pedro Arsénio (Escola Atletismo Coimbra), 55’49;
  • 3.º Carlos Tiago (Run Tejo), 56’02;

 

Resultados Corrida Atlântica Comporta-Tróia Equipas:

  • 1.º GDR São Francisco da Serra.
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