Diário do Alentejo

Piscinas Municipais de Aljustrel receberam o Troféu de Natação da ANA

02 de julho 2023 - 11:00
Um ensaio para os regionais
Fotos | Firmino PaixãoFotos | Firmino Paixão

A Piscina Municipal de Aljustrel recebeu o Troféu Associação de Natação do Alentejo, uma competição de abertura da época de verão, que contou com a participação de 210 atletas de 17 clubes da região Sul do País.

 

Texto Firmino Paixão

 

Uma jornada muito proveitosa, com elevada participação de atletas de diferentes escalões, embora o torneio fosse dirigido apenas aos infantis. A organização coube à Associação de Natação do Alentejo (ANA) com o apoio do Centro Republicano de Instrução e Recreio de Aljustrel (Crira).

 

Participaram os clubes filiados na ANA e outros filiados na Associação de Natação do Algarve. O coordenador geral da Associação de Natação do Alentejo, Rui Lopes, revelou ao “Diário do Alentejo”: “Este foi um torneio de abertura daquilo a que chamamos a época de verão em piscinas de 50 metros. Os equipamentos com estas dimensões que possuímos na região são todos ao ar livre e estas provas realizam-se um pouco mais para o final da época regular. Esta foi a primeira, depois o Torneio de São João, em Évora, foram as duas provas que antecederam o campeonato regional que irá decorrer em Reguengos de Monsaraz, de 6 a 8 de julho próximo”.

 

O dirigente revelou ainda: “Convidámos todas as associações e, em boa hora, vieram alguns clubes do Algarve participar nesta prova que, aliás, tem mesmo esse objectivo, que é abrir a participação a clubes de outras associações do País e que se dirige, essencialmente, aos nadadores infantis, ainda que possam participar nadadores de outras categorias, mas as classificações, quer individuais, quer coletivas, são só para os infantis”.

 

No final, um quadro de resultados bastante positivos com inúmeros recordes batidos por nadadores de diferentes clubes.

 

“Tivemos, realmente, bons resultados, aliás, a participação de clubes de outras associações procura enriquecer o nível global do torneio e proporcionar aos nossos atletas esta partilha competitiva, mas também esperamos que tenha sido uma boa preparação para os campeonatos regionais, porque aí já existirão mínimos de acesso e este torneio é uma boa oportunidade para os atletas os garantirem”, disse Rui Lopes, adiantando que “esta partilha é muito enriquecedora, porque toma-se contato com outras realidades competitivas, com nadadores com outros resultados. Sabemos que cada zona do País tem a sua realidade, nós somos uma associação do interior, juntamente com a Associação do Interior Centro e Nordeste e, como em tudo neste país, sofremos bastante com a interioridade, pelo reduzido número de pessoas, o reduzido número de apoios e isso também ao nível da natação. Portanto, temos esta prova em conjunto com outras associações. Também fazemos o campeonato regional em conjunto com a Associação de Natação do Interior Centro, que abrange os distritos de Portalegre, de Castelo Branco e da Guarda, já no sentido de potenciar o crescimento dos nossos atletas”.

 

Questionado sobre o atual momento da natação alentejana, o coordenador regional da modalidade considerou: “Viemos de um período de quase três anos de pandemia, sofremos obviamente muito, como aconteceu com as restantes modalidades, e um pouco como no nosso quotidiano, mas tenho a convicção de que, apesar de tudo, estamos a fazer uma boa recuperação. O número de atletas está a regressar ao nível do que existia antes da pandemia, de resto, temos sempre limitações, principalmente, ao nível de apoios, porque na região não existe um grande tecido empresarial e isso limita-nos. Tirando as capitais de distrito, como Évora e Beja, a população dos restantes concelhos também é cada vez mais reduzida. Mas continuamos a fazer este trabalho com gosto, com paixão, com o movimento associativo empenhado, apesar das dificuldades de voluntariado para o associativismo. Os clubes vão sobrevivendo, vão crescendo e também temos nadadores com bons resultados ao nível regional, atletas que participam em campeonatos nacionais em todas as categorias. Penso que, depois deste abanão que foi a pandemia, as coisas estão a recompor-se. Queremos sempre melhorar, actualmente, fala-se muito na seca e no problema da água, isso pode atingir as piscinas, mas, neste momento, ainda não se coloca, nem tem afetado a prática da natação”.

 

Multimédia0

 

Já no plano da disponibilidade de instalações que permitam o crescimento da modalidade, Rui Lopes anunciou que “a Piscina de Aljustrel, como a de Odemira, estão homologadas para provas regionais, a de Reguengos de Monsaraz está homologada para campeonatos nacionais e até se realizam regularmente lá os nacionais de masters”, mas, a esse nível, adiantou, “claro que beneficiaríamos se tivéssemos mais equipamentos devidamente homologados ou em condições de homologação”.

 

“Ao nível de piscinas cobertas de 25 metros temos algumas com boas condições e homologadas mas, para provas nacionais, creio que apenas Sines e Odemira. Nos 50 metros, que me lembre, só a de Reguengos. É pena que, muitas vezes, quando se projetam estas instalações, não se tente conciliar a parte lúdica, virada para o público, com a competição. Não seria difícil fazer essa conciliação”. Por essa razão, fez notar: “Hoje, em Aljustrel, tivemos 207 atletas, juntamos-lhe treinadores e delegados, mais algumas famílias, e veja o retorno que um evento desta natureza tem na economia local, além de promover o território. Sabendo o impacto positivo que a natação tem na saúde física dos jovens, acho até que devia ser feito um grande investimento nacional em tudo o que é deporto, porque, daqui a uns anos, nas próximas gerações, evitaríamos um investimento maior no Serviço Nacional de Saúde. Nem sempre as coisas são tão lineares como nós gostaríamos que fossem, mas fica o reparo”.

 

A natação pura é a disciplina que tem mais peso na ANA pela expressão do número de praticantes, mas o dirigente recordou: “Temos também algumas provas em águas abertas. Nesta época já aconteceram em Montemor-o-Novo, no próximo mês realiza-se outra em Sines, que integra o circuito nacional, outra em Mora e outra na Tapada Grande da Mina de São Domingos [concelho de Mértola]. Depois, temos a natação artística e o polo aquático que, no caso da ANA, só o Aminata, de Évora, tem atletas. Os restantes clubes, incluindo o Aminata, têm natação pura”.

Comentários