Diário do Alentejo

Grupo Desportivo de Baronia venceu Taça Distrito de Beja em futsal

25 de março 2023 - 09:30
Um figurino inédito
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

O Grupo Desportivo e Cultural de Baronia venceu o Núcleo Sportinguista de Moura na final da Taça Distrito de Beja, seniores masculinos, em futsal, e conquistou o troféu. Os jogos disputaram-se no Pavilhão do Parque Desportivo Municipal de Vila Nova de São Bento.

 

Texto Firmino Paixão

 

Está entregue o segundo troféu da época desportiva em curso (o primeiro foi para os iniciados do Desportivo de Beja). A Taça Distrito de Beja em futsal viajou para Vila Nova de Baronia. Uma competição com um figurino invulgar. Desde logo, pela fraca participação de equipas, apenas três: o Sporting de Cuba, o Núcleo Sportinguista de Moura e o Desportivo de Baronia. A Casa do Benfica de Castro Verde, quarta equipa do distrito que disputa a Liga Interdistrital de Futsal, em conjunto com os clubes de Évora, renunciou à participação na taça.

 

Depois, o formato, uma meia-final cujo sorteio juntou os “leões” de Moura com os de Cuba, numa sexta-feira, às 21:00 horas, e uma final no domingo seguinte, pelas sete da tarde. Um figurino pouco apreciado por vencidos e vencedores. O Núcleo Sportinguista de Moura ganhou ao Sporting de Cuba (5-2), apurando-se para a final, em que o Baronia, disputando e vencendo (5-2) uma única partida, levantou o troféu.

 

Nuno Gaspar, técnico dos mourenses, estava claramente agastado com a organização desta competição. “O Baronia foi melhor, venceu com mérito, mas houve fatores que contribuíram para que esta diferença de rendimento se tivesse acentuado”. O técnico recordou: “Jogámos a meia-final há menos de 48 horas. Tivemos um jogo contra uma equipa muito difícil, o Sporting de Cuba, uma equipa muito competitiva, em que tivemos de trabalhar muito, e é completamente diferente chegar a um segundo jogo com menos de 48 horas de descanso, perante um adversário que estava sem jogar há mais de uma semana”.

 

Nuno Gaspar acentuou que “não são desculpas”.

 

“Estas queixas fizemo-las antes do sorteio, altura em que manifestei o meu desagrado aos responsáveis da Associação de Futebol de Beja (AFBeja) relativamente a este modelo”, deixando claro que é “defensor de competições neste formato, mas as coisas não podem ser marcadas em quinze dias, para um domingo que era Dia do Pai”.

 

“Os jogadores, amanhã cedo [segunda-feira, 20 de março], terão de ir trabalhar. Tinham coisas marcadas com os seus filhos e não foi possível. Houve uma série de fatores que condicionaram. É preciso cuidado, quando se olha para estes clubes, porque eles respeitam e defendem a AFBeja, mas ficamos muito desagradados com as atitudes que a associação tem para com os seus filiados”.

 

Sobre o facto de o troféu ter sido apenas disputado por três cubes, o técnico mourense deixou a nota: “Este é o único distrito onde o futsal está tão pobre. É uma pena, mas com situações como esta, as equipas afastam-se cada vez mais. Com muita pena nossa, não vemos que a associação tenha força para fazer com que o futsal ande para a frente. Sabemos que é preciso fazer formação. Nós e o Baronia já o fazemos, mas precisamos de uma aposta mais consistente e generalizada para a modalidade surgir em força, como no resto do País”.

 

Miguel Carvalho está habituado a conduzir a sua equipa às vitórias. Esta foi mais uma. “Era uma final e queríamos ganhá-la. É isso que pretendemos fazer em todos os jogos e em todas as épocas. Ambicionamos sempre conquistar as competições em que entramos e hoje não seria diferente”.

 

Assumiu que competiram “contra uma excelente equipa, muito rotinada, com jogadores que jogam juntos há muito tempo”. “Mas deixámos uma boa imagem do futsal distrital, é pena não existirem mais equipas, mas isto é o que temos. Agora, este troféu já é passado, vamos olhar para o campeonato, para chegarmos aos play-offs e tentarmos vencer o interassociações que está a decorrer, entre Évora e Beja, que é isso que queremos”.

 

Reconhecendo a justiça na vitória dos seus atletas, a equipa mais eficaz, o treinador do Baronia também lamentou que o troféu tivesse tão pouca participação: “Fico bastante triste”, confessou. “Soube-me bem ganhar esta taça, foi uma final contra um adversário muito forte, um rival. Disputamos os troféus há muitos anos, umas vezes ganham eles, outras ganhamos nós, mas fico um bocadinho triste que um troféu com esta dimensão seja disputado apenas por três equipas”.

 

Miguel Carvalho assumiu que “se calhar não será muito justo o Baronia ter passado diretamente para uma final”. “O adversário jogou na sexta-feira, estavam mais desgastados do que nós, a minha equipa estava parada há quinze dias, pode ser uma vantagem, mas sempre se perdem rotinas”.

 

Mas também reconheceu: “Na verdade foi um sorteio e o que sucedeu ao Moura podia ter acontecido connosco. Mas acho que tem de existir mais organização e logo desde o início da época, com as coisas bem planeadas, porque há sempre quem saia insatisfeito”.

 

O técnico fez notar que alertou “a associação para o facto de uma equipa fazer dois jogos em três dias, com pouco descanso”. “A Taça Distrito também merece mais participação de equipas. A Casa do Benfica de Castro Verde acabou por não participar mas, na minha opinião, as coisas foram feitas assim um bocadinho em cima do joelho. Mas, pronto, não sou eu que organizo, alertei para esta situação, contudo, a associação entendeu que este era o momento para fazer a final. Foi um bom espetáculo, mas o que ficou para trás, na minha opinião, deveria ter sido feito de maneira diferente”, concluiu o treinador dos vencedores.

 

TAÇA DISTRITO DE BEJA FUTSAL - SÉNIORES MASCULINOS

Resultado: GDC Baronia - NS Moura, 5-2;

Local: Pavilhão do Parque Desportivo de Vila Nova de São Bento;

Equipa GDC Baronia: Diogo Lopes, Cláudio Barbeiro, Paulo Pestana, Fábio Pacheco, José Miranda, João Monte (cap.), Rodrigo Tripa, João Oliveira, Tomás Bento, Filipe Carvalho, Bernardo Esteves, Sandro Cavaco;

Treinador: Miguel Carvalho

Equipa NS Moura: Cláudio Clérigo, Gonçalo Moita, Álvaro Serra, João Valente, Daniel Batista, João Sousa, João Ildefonso, Rui Estrela, Ivo Ambrósio (cap.), Francisco Botelho, Pedro Turíbio, Luís Inácio;

Treinador: Nuno Gaspar;

Árbitros: Mário Burrica e João Lagoa;

Cronometrista: João Lopes;

Marcadores: 0-1 João Valente (2’), 1-1 José Miranda (3’), 2-1 Paulo Pestana (4’), 3-1 Cláudio Barbeiro (14’), 3-2 Francisco Botelho (17’), 4-2 João Monte (27’), 5-2 Cláudio Barbeiro (37’).

 

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