Diário do Alentejo

Jovens promessas da canoagem nacional estiverem em força na Mina de São Domingos

04 de março 2023 - 16:00
A “pagaiar” à superfície...
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

A Tapada Grande da Mina de São Domingos (Mértola) recebeu a primeira de três provas do Campeonato Nacional de Esperanças I (dos sete aos 16 anos), numa organização conjunta da Federação Portuguesa de Canoagem, Câmara Municipal de Mértola e Clube Náutico de Mértola.

 

Texto Firmino Paixão

 

O Grupo Cultural e Recreativo de Gemeses (Esposende) foi o vencedor coletivo desta primeira etapa do Campeonato Nacional de Esperanças I, disputado na Mina de São Domingos, local que, há quase 10 anos, não recebia uma prova nacional, não obstante o prestígio e palmarés do Clube Náutico de Mértola e as condições naturais que o concelho possui para este tipo de modalidades.

 

O próprio presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, Victor Félix, o reconheceu: “O Clube Náutico de Mértola é dos mais antigos da nossa modalidade. É um clube histórico, que deu muitos atletas internacionais à nossa modalidade”.

 

E recordou aquele que é atualmente o maior embaixador do clube: “Tem agora no seu expoente máximo Bruno Afonso, que faz parte do projeto olímpico e em quem depositamos enormes esperanças para Paris 2024. Entendemos que estava na altura de aqui regressarmos e o balanço que fazemos deste evento é muito positivo. Certamente que, em breve, voltaremos à Tapada da Mina de São Domingos”.

 

Foram à água 719 remadores, em representação de 45 clubes, uma verdadeira demonstração da dinâmica de formação da canoagem nacional, confirmou o dirigente. “Os nossos clubes têm feito um enorme trabalho juntamente com os seus técnicos.

 

Têm trabalhado muito bem na formação e claro que tem existido da nossa parte uma preocupação em renovar aqueles que têm sido os seus expoentes máximos da modalidade, como Fernando Pimenta, Emanuel Silva, João Ribeiro, todos na casa dos 30 anos.

 

Por isso, é preciso começar a lançar sementes para possuirmos novos expoentes na canoagem. Temos tido também bons resultados em campeonatos europeus de juniores e sub/23, o que demonstra que o trabalho tem vindo a ser feito com muita qualidade”.

 

A propósito deste regresso à Mina de São Domingos, Victor Félix deixou a nota: “Encontrámos aqui os parceiros locais, quer o município de Mértola, quer o clube náutico local, que foram, a todos os títulos, fantásticos, para proporcionarmos uma excelente jornada de canoagem a mais de 700 atletas, algo que mostra bem aquilo que é a vitalidade da nossa modalidade e a aposta que os nossos clubes fazem na formação. E tudo isso faz com que a canoagem seja uma modalidade de referência no nosso país”.

 

Entre os clubes presentes contaram-se, além do Náutico de Mértola (28.º classificado), também o Fluvial Odemirense (23.º) e o Náutico do Litoral Alentejano (44.º), de Milfontes, ainda que a grande representação tenha vindo do Norte e Centro do País, o que levou o líder federativo a recordar que “a modalidade está mais centralizada a norte”.

 

“Diria que 75 por centro da canoagem está a norte do rio Mondego, mas temos aqui em baixo clubes muito significativos, quer na área de Lisboa e Vale do Tejo, mas também no Alentejo e Algarve. Temos uma boa dispersão geográfica, de Ponte de Lima até Olhão, e também nas ilhas, porque estiveram aqui atletas dos Açores e da Madeira, por isso, estamos muito satisfeitos ao nível do nosso número de praticantes”.

 

A vereadora com o pelouro do desporto, Rosinda Pimenta, assistiu ao certame e teve oportunidade de acentuar o seu impacto na região. “Foi um fim de semana em cheio para o concelho, excelente para este desporto e para a economia local, alojamentos e restauração.

 

Um fim de semana diferente e também muito motivador para a nossa juventude se deixar implicar nesta modalidade desportiva, para a qual o concelho tem ótimas condições, não só na Mina de São Domingos, como em Mértola.

 

Foi muito positivo para o concelho e para o associativismo desportivo, além de ter sido excelente para todos estes jovens que nos visitaram e que, não conhecendo Mértola, ficaram a conhecer e, sobretudo, também um incentivo para aqueles que, estando aqui em Mértola, possam aderir à prática desportiva”.

 

Sobre a prolongada ausência de eventos nacionais de canoagem no concelho de Mértola, a vereadora, também vice-presidente do município da Vila Museu, concordou que foi um interregno demasiado prolongado.

 

“Podemos dizer que sim, foi um intervalo demasiado longo, mas estamos aqui para retomar em força, com nesta iniciativa que tanta gente trouxe a Mértola. Houve aqui também um tempo em que a dinâmica desportiva foi interrompida por conta da pandemia e, agora, estamos a retomar muito desse trabalho. Neste fim de semana tivemos este campeonato, no próximo teremos os Trilhos de Mértola, evento que trará também mais de 800 atletas a Mértola. No fundo, é o retomar de um ritmo de trabalho que é próprio do município e também o aproveitar das condições naturais e daquilo que são as infraestruturas para a prática desportiva. Felizmente, temos um concelho muito apto para aquilo que são as diferentes modalidades desportivas de ar livre e aquelas que fazem uso dos nossos recursos naturais”.

 

Sobre a eventual conclusão da pista de remo e canoagem da Tapada Grande, a autarca revelou: “A pista tem sido utilizada, todos os anos, em estágios de diferentes seleções em que as condições climatéricas nos seus países são adversas e não permitem a prática desportiva. Portanto, tudo o que ali foi investido está a ter o seu retorno na economia local. Os equipamentos que faltam, referentes à possibilidade de existirem provas internacionais e outras, serão, obviamente, considerados, porque, neste momento, esta pista faz parte da Estação Náutica de Mértola, um projeto que já foi certificado e que inclui a pista e a infraestrutura da praia fluvial da Mina de São Domingos, mas também Mértola e o Pomarão. Portanto, será na senda da Estação Náutica de Mértola que esses investimentos irão ter continuidade”.

 

 

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