Diário do Alentejo

Hóquei Clube Vasco da Gama de Sines venceu em Beja, num jogo marcado pelo sentimento

17 de fevereiro 2023 - 15:00
Com dedicatória...
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

O Hóquei Clube Vasco da Gama, de Sines, venceu o Clube de Patinagem de Beja, por 8-4, em jogo relativo à 16.ª jornada do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão de Hóquei em Patins, em seniores masculinos.

 

Texto Firmino Paixão

 

A equipa de Sines chegou à capital baixo-alentejana consternada pela morte, horas antes, de Armindo Moreira, enfermeiro do clube e pessoa bastante conhecida na comunidade siniense pelo humanismo com que se dedicava às causas, não só neste clube, como no Vasco da Gama Atlético Clube e nos Bombeiros Voluntários de Sines. Marco Costa, treinador da equipa de Sines, dedicou o triunfo à sua memória e falou do percurso da equipa no presente campeonato nacional, onde ocupa o sexto lugar na tabela.

 

Uma vitória justa que, certamente, estaria nos vossos propósitos?

O nosso intuito era ganhar este jogo em Beja. Foi uma vitória que não deixou margem para dúvidas, e até pecámos muito na finalização. O resultado não espelha a supremacia do Vasco da Gama neste jogo. Foi das partidas em que tivemos mais bolas na cara do guarda-redes. O Beja vendeu cara a derrota, lutou sempre pelo melhor resultado e nós, se tivéssemos uma tarde inspirada, teríamos marcado mais, mas temos de dar mérito ao guarda-redes bejense, que fez o trabalho dele. Desejamos ao Beja a melhor das felicidades para o futuro e agradecemos o gesto de carinho que tiveram para connosco neste momento de luto. Louvamos a forma carinhosa como fomos recebidos neste dia difícil para nós.

 

Um jogo com muito sentimento e com uma inevitável dedicatória?

Foi um dia triste para este grupo de trabalho. Perdemos um ente muito querido e próximo deste clube, uma pessoa que estava sempre presente e que nos deu muitas alegrias. Estava sempre presente nas vitórias, como nas derrotas e, por isso, é ao senhor Armindo Moreira, o nosso enfermeiro, que dedicamos esta vitória. Esteja ele onde estiver, sabemos que hoje ainda nos deu mais força do que costumava dar. Estamos tristes pela perda desse amigo, mas satisfeitos por lhe podermos dedicar esta vitória.

 

Como tem decorrido o campeonato?

Tem decorrido dentro das nossas perspetivas. Somos uma equipa competitiva, e entramos em qualquer campo para vencer. Em casa, obviamente, somos mais fortes, mas temos muitos atletas a trabalhar por turnos, enfim, temos uma grande dificuldade, durante a semana, em reunir a equipa para trabalharmos em prol do coletivo, por isso, procuramos sempre apresentar-nos com uma equipa minimamente competitiva. Umas vezes ganhamos, outras perdemos, neste momento temos mais vitórias do que derrotas. Temos muita ambição e queremos um bocadinho mais. Temos jovens a aparecer, temos uma equipa formada, maioritariamente, a partir da nossa formação, e o futuro passa por aí: potenciar os mais jovens para garantirmos a sustentabilidade. Trabalhamos semanalmente sobre dificuldades que estas vitórias, ao fim de semana, fazem esquecer.

 

A equipa tem qualidade e potencial para estar acima do sexto lugar?

Claramente. Se não fossem as dificuldades que já referi, estaríamos garantidamente melhor. Na época passada a equipa lutou sempre pelos lugares cimeiros. Neste ano são mais as equipas a lutar por essas posições. Temos perdido os mesmos pontos que perdemos no ano passado, só que há equipas com outra valia que nos têm tirado mais pontos do que na época anterior. Mas isto é como acaba e nós lutaremos até ao final pela melhor classificação possível, sabendo que será complicado aproximarmo-nos dos lugares de acesso à subida de divisão. Mas queremos um lugar honroso.

 

Estão a 14 pontos do primeiro classificado. É um atraso muito difícil de recuperar?

Sim, se formos analisar pela diferença pontual, será muito complicado discutirmos o acesso à subida, estando já na segunda volta do campeonato. Será muito difícil chegarmos lá acima. Não temos essa ilusão. Mas se formos ver a qualidade das equipas, não estamos muito atrás das equipas que nos precedem, não valemos menos 14 pontos do que o líder, o Hóquei de Grândola. Estamos muito perto das equipas que estão nos lugares cimeiros, até em termos de resultados no confronto direto. É óbvio que, aqui e ali, perdemos alguns pontos que eles não perdem. Porquê? Porque são mais eficazes no momento da finalização. Porque nós temos mais falta de treino e é complicado chegar aos jogos e ter a melhor produção, faltam as rotinas, os automatismos, a velocidade. Enfim, qualidade temos, mas falta-nos esse trabalho semanal para que os atletas se apresentem da melhor forma em pista. Essa é a grande diferença.

 

O próximo jogo do campeonato será com o Fabril, uma partida aparentemente fácil…

Costumo dizer que não há jogos fáceis. A 3.ª divisão está muito competitiva, já não é aquela divisão em que os jogos eram quezilentos. Já se joga bom hóquei, pois as equipas estão bem preparadas, no aspeto técnico e tático. Portanto, não existem jogos fáceis, nós teremos é que os tornar fáceis. O Fabril é uma equipa muito combativa, procura sempre o melhor resultado, mas nós vamos preparar esse jogo com a mesma qualidade. Quando temos o plantel todo disponível, dá-nos imenso prazer trabalhar com este grupo que, além da qualidade e da dedicação, também é muito unido em todos os momentos.

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