A 18.ª Gala dos Campeões de Pesca Desportiva laureou os vencedores e vencedoras dos diferentes campeonatos regionais de pesca desportiva, nas vertentes de mar e de água doce, organizados no ano de 2022 pela Associação Regional do Baixo Alentejo de Pesca Desportiva (Arbapd).
Texto Firmino Paixão
O certame decorreu no Centro Sócio Cultural de São Miguel, na freguesia de São Teotónio (Odemira), com organização do Clube Desportivo de Caça e Pesca de São Miguel e apoio da Câmara de Odemira, cujo presidente, Hélder Guerreiro, presidiu à consagração dos pescadores desportivos que mais se destacaram nos diferentes desempenhos, acompanhado de Manuel Ranhola e António Combadão, presidentes da assembleia-geral e da direcção da Associação Regional do Baixo Alentejo de Pesca Desportiva (Arbapd), respectivamente.
António Combadão afirmou ao “Diário do Alentejo” que é nestes momentos “que se fortalece” o espírito de pescador desportivo”.
“Há dois anos que não conseguíamos reunir-nos, este ano foi possível e voltámos a São Miguel, para onde estava já marcada a gala de 2020, se ela pudesse ter sido realizada. Portanto, voltámos a endereçar o convite a estes amigos do Clube de São Miguel e estamos reunidos para consagrarmos os vencedores em diferentes áreas, sendo evidente que gostamos de reunir todos os outros que não venceram, porque a pesca, em geral, faz-se de vencedores e de vencidos”.
O presidente da Arbapd reiterou: “É esse momento de festa que estamos a reeditar nesta 18.ª Gala dos Campeões, num ano em que a associação celebra o seu 21.º aniversário”. O dirigente recordou, ainda, que a associação descentraliza estas organizações. “Esta foi a segunda edição que se realizou em São Miguel. Anualmente fazemos a alternância entre um clube do mar e um clube de água doce e já estamos a começar a segunda volta”, fazendo-o, exatamente, no clube mais ao sul do distrito.
Por isso, comentou: “Será longe para uns, mais perto para outros, a região alentejana é imensa, mas, tal como nos deslocamos para pescar, também o poderemos fazer para conviver, assim haja essa vontade dos pescadores, de tornarem perto aquilo que está longe. Tem muito a ver com a vontade. Mas essa descentralização é necessária, para levarmos estes momentos a todos os locais onde temos clubes associados”.

Dando conta de algumas ausências, Combadão assinalou que, neste ano, “as presenças ficaram aquém das expectativas”.
“Habitualmente tínhamos cerca de 140 ou 150 pessoas, mas estes dois anos de interregno também alteraram um pouco aquilo que era a normalidade destas organizações. Não temos cá o número que gostaríamos, temos o que foi possível, na ordem das 70 pessoas. Faltam aqui, até, alguns dos campeões regionais de 2022, mas a vida é assim mesmo, existem sempre imponderáveis, esperamos que, no próximo ano, seja possível termos mais gente”.
Combadão adiantou ainda que os pescadores sentem-se melhor quando há reconhecimento entre pares. “O pescador deve merecer os aplausos daqueles que com ele pescam e com ele lutam, e esta modalidade permite isso. Também sei que na pesca o adversário não está ao nosso lado, está à nossa frente, porque lutamos com o peixe, embora daquilo que conseguirmos capturar, assim será a nossa relação com os outros concorrentes. É a característica especial que a pesca tem, de poder juntar, no mesmo espaço, os vencidos e os vencedores”.
Quanto ao balanço da última época desportiva, fez notar: “Foi positiva. Repare que tivemos oito pescadores dos clubes desta associação a representar Portugal em competições internacionais, e alguns com grandes prestações, também, em campeonatos nacionais. A competição ao nível regional acabou por ser forte até ao último momento, campeonatos bem disputados até à última jornada de pesca, por isso, foi uma época normal, tendo em conta que vínhamos de um período de inatividade e isso vai levar algum tempo a recuperar”.
Por outro lado, continuou o seu raciocínio: “As questões financeiras também estrangulam esta atividade, que não é muito barata, tendo em conta as nossas necessidades do dia a dia. Sabendo já que teremos menos filiações, acreditamos que a próxima época venha a ser também positiva”.
No que diz respeito às estratégias para o crescimento da associação, António Combadão revelou algum ceticismo: “Neste momento isso não se afigura muito fácil. Por vezes, pensamos que as dificuldades em trazer jovens para a modalidade são apenas uma questão nossa, das regiões do interior, mas verificamos que não é assim. É uma questão sentida noutras regiões, portanto, é um problema nacional. Mas não é só. Quando vou aos campeonatos do mundo procuro perceber como funcionam as coisas lá fora. Estive recentemente em França onde falei com os nossos congéneres daquele país e eles têm problemas semelhantes. Mas não vamos desistir porque, se não tivermos jovens, a modalidade não terá futuro”.
Campeões Regionais 2022 de Água Doce:
- Masters Rio | Bento Raposo (CAP Baixo Alentejo/Alvito);
- Veteranos Rio | António Nunes (CAP Baixo Alentejo/Alvito);
- Seniores 1.ª Divisão | Jorge Feio (CAP Baixo Alentejo/Alvito);
- Senhoras | Elisabete Ginete (CAP Viana do Alentejo);
- Iniciados | Edgar Carvalho (APD Grândola);
- Juvenis | Miguel Santos (CAP Viana do Alentejo);
- Juniores | Pedro Mestre (CPD Mértola);
- Feeder | Octávio Serra (CAP Baixo Alentejo/Alvito);
- Achigãs Margem | André Turíbio (CAP Serpa);
- Clubes Rio | Clube Mourense Amadores de Pesca Desportiva;
- Taça Duplas Bóia | João Reis/João Antunes (CAP Viana do Alentejo);
- Taça Clubes | Clube Mourense Amadores de Pesca Desportiva;
- Taça Clubes Achigã Margem | Clube Pesca Desportiva de Mértola;
Campeões Regionais 2022 de Mar:
- 1.ª Divisão | Luís Couto (CDPA);
- Esperanças | José Simões (Seagull Rescue);
- Juniores | Bruno Duarte (CDCP São Miguel);
- Juvenis | João Carneiro (JD Melidense);
- Veteranos | Fernando encarnação (JD Melidense);
- Clubes | Associação Pescadores Desportivos de Grândola;
- Duplas | Márcio Parreira/ Alexandre Serrano (JD Melidense);
- Taça Arbapd Clubes | Associação Pescadores Desportivos de Grândola;