Diário do Alentejo

Sporting Clube Ferreirense dobrou a primeira fase do Nacional Sub/19

04 de fevereiro 2023 - 10:00
"Se já soubéssemos tudo..."
Fotos | Firmino PaixãoFotos | Firmino Paixão

O Sporting Clube Ferreirense concluiu a primeira fase do Campeonato Nacional da 2.ª divisão de juniores, no penúltimo lugar da tabela. O treinador Rui Marques sublinhou o crescimento da equipa e quer conquistar mais pontos, admitindo, porém, que a manutenção será difícil.

 

Texto Firmino Paixão

 

"Matematicamente ainda será possível”, lembra Rui Marques, técnico da equipa de juniores do Ferreirense. Contudo, o clube vai iniciar a segunda fase da prova com um atraso de 15 pontos relativamente à primeira equipa em zona de manutenção. O técnico fala da inexperiência da equipa e da sua própria impreparação, sublinhando que todos estão numa fase de aprendizagem que tem sido positiva e que pode levar à conquista de mais pontos no segundo momento deste campeonato. Uma vitória e quatro empates, um dos quais na última jornada, com o Louletano, é o saldo positivo da jovem equipa verde e branca.

 

Para trás ficaram 18 jornadas de muita luta e de inúmeras adversidades?

Esta primeira fase foi um misto de sentimentos em que demos o nosso máximo em todos os jogos. Temos uma equipa em construção, uma equipa em aprendizagem, estes miúdos nunca tinham competido em campeonatos nacionais, a minha própria experiência a este nível era de três meses, portanto, também estou a aprender com eles. Se digo que eles não são muito experientes, eles também podem dizer o mesmo de mim. Tem sido um caminho de aprendizagem conjunta, mas acredito que tivemos muitas alegrias. Mesmo tendo em conta os resultados, acho que conseguimos ser felizes muitas vezes, porque quase sempre lutámos pelas vitórias, foi raro o jogo em que não o fizemos.

 

Terminaram a primeira fase com sete pontos. Seguramente que ambicionavam muito mais.

Queríamos fazer o máximo de pontos possível. Foi isso que definimos para nós próprios. Se me disser que queríamos a manutenção, assinava já por baixo. Nunca quisemos entrar em campo para empatar jogos. Ainda nesta última partida, com o Louletano, isso foi visível. Recuperámos duas vezes de resultados negativos e não queríamos ficar empatados, acabámos o jogo com três jogadores na frente e estávamos a jogar com o quarto classificado, mas queríamos ganhar, não queríamos empatar. Temos jogado assim ao longo desta primeira fase. Às vezes, se calhar, tem sido um pouco prejudicial, porque vamos à procura da vitória e somos surpreendidos. Mas estamos a crescer e a aprender. Se já soubéssemos tudo não estaríamos aqui, andávamos na primeira divisão de juniores.

 

Venceram o Lusitano de Évora na ronda inaugural e empataram quatro vezes, em momentos diferentes. Tem sido um percurso de altos e baixos?

Sim. O campeonato tem sido extremamente difícil e exigente. As viagens são muito longas, saímos de casa muito cedo e chegamos bastante tarde. Quando jogamos fora andamos um dia inteiro em viagem, é desgastante e isso gera alguma necessidade de adaptação. Como disse, não definimos um número de pontos a conquistar nesta fase. Queríamos o máximo possível mas, mantendo a nossa identidade, mantendo o nosso jogo e esforçando-nos sempre pela vitória. É isso que temos feito, é isso que continuaremos a fazer. Claro que gostaríamos de ter mais do que sete pontos. Mas conta mais a aprendizagem que temos tido e, na segunda fase, certamente que vamos conseguir pontuar mais. Não conseguirei quantificar, mas sei que temos capacidade para fazermos mais.

 

A sucessão de resultados negativos não ajuda a manter o grupo motivado…

Não! Seria muito difícil se nós não acreditássemos naquilo que estamos a fazer. Mas acreditamos. Não tem sido difícil motivá-los. Felizmente, tem sido assim com este grupo que atualmente tenho à minha disposição. Já saíram alguns atletas, porque há clubes da primeira divisão distrital que vêm abordar os nossos jogadores e nós não conseguimos fazer face a isso, mas não é nada difícil trabalhar com o grupo que tenho no balneário, apesar da sucessão de resultados menos conseguidos, porque eles acreditam naquilo que é o processo, e isso torna as coisas mais fáceis.

 

Tem visto a equipa valorizar-se ao longo das jornadas desta primeira fase?

Ganhámos na primeira jornada ao Lusitano de Évora e digo-lhe que, ao longo do campeonato, já jogámos melhor noutros campos e não conseguimos ganhar. Na jornada inaugural, não creio que tenhamos jogado assim tão bem e estivemos a vencer por três a zero, depois sofremos dois golos. O futebol é um pouco isto. Não existe uma lógica concreta e nós andamos sempre à procura da nossa oportunidade. Estava preocupado era se estes meninos não estivessem a evoluir e não tivessem uma melhor perceção daquilo que é o jogo. Acho que têm e já dominam todos os processos de jogo dentro de campo.

 

O que espera então da segunda fase?

Vamos dar sempre o nosso máximo, entrando em todos os campos com o pensamento na vitória. Tentaremos fazer mais do que os sete pontos que possuímos, certamente que surgirão oportunidades para isso, porque estamos a trabalhar muito bem. Nós, e as pessoas que estão por fora, temos de perceber o contexto em que estamos. Se olharem para o nosso plantel verão que temos um juvenil em campo e muitos juniores de primeiro ano, só temos cinco juniores de segundo ano. Estamos todos a crescer, por isso, esperamos uma segunda fase bem melhor, com muita entrega e com a mesma atitude.

 

Descerão as últimas três equipas da segunda fase e o Ferreirense já está muito atrasado em relação aos lugares de tranquilidade…

Mas acredito que em agosto a tabela classificativa estará toda com zero pontos. Portanto, o trabalho que faço diariamente com estes meninos, em agosto não será igual. Interessam-me mais os valores que lhes passo para uma nova época que aí virá, preparando-os ainda mais, porque alguns deles estão no último ano de formação antes de passarem a seniores e eu estou mais interessado nesse aspeto do que com os pontos conquistados. O desenrolar do processo dirá se conseguimos ficar neste lugar, que será muito difícil, sejamos realistas, mas a nossa aprendizagem e os nossos valores, ninguém os pode tirar.

 

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