Diário do Alentejo

André Bexiga, técnico dos Sub/16 da Zona Azul, tem uma ambição ilimitada

09 de dezembro 2022 - 11:00
Quem sai aos seus...
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

A Associação Cultural e Recreativa Zona Azul, de Beja, recebeu, neste domingo, a formação do Lagoa, em jogo a contar para a 2.ª fase de apuramento para o Campeonato Nacional de Andebol no escalão Sub/16.

 

Texto Firmino Paixão

“A nossa mentalidade é vencermos todos os jogos. Se isso acontecer, ficaremos em primeiro lugar, portanto, iremos planear esta fase, jogo a jogo, focando- nos sempre no jogo seguinte e assim, estaremos sempre mais perto de ganhar cada um deles”.

 

Uma ideia expressa pelo jovem técnico da equipa Sub/16 da Zona Azul, André Bexiga (filho de José Bexiga Fialho), a propósito do jogo do próximo domingo, em Beja, às quatro da tarde, que inaugura a 2.ª fase do campeonato nacional.

 

“O primeiro será com o Lagoa, já estamos focados nessa partida, será muito difícil, mas deixaremos em campo todo o ‘sangue suor e lágrimas’ e quando cumprirmos esse desafio, vamos focar-nos no Vela de Tavira que será segundo adversário, e assim sucessivamente, até ao dia 12 de fevereiro, quando cumprirmos a última jornada da segunda fase”, preconizou André Bexiga.

 

O treinador está avisado da qualidade do adversário, sabe mesmo que “o Lagoa e o Costa d’Oiro, de Lagos, foram as duas equipas que, na época passada, não conseguimos ganhar, em Sub/14, mas olhamos para essas duas equipas com maior motivação, trabalhando ainda mais para conseguirmos superá-los”, até porque, garante, “o objectivo é estarmos sempre no topo. Sermos cada vez melhores. Mas a diferença que existe é que em Sub/14 jogam seis jogadores e nos Sub/16 já jogam sete, o facto de acrescer mais um jogador já faz muita diferença e não sabemos como é que essas equipas se comportarão com mais esse jogador”.

 

André tem uma boa escola, por isso, sabe que competir com os melhores facilita o crescimento dos seus atletas. “Facilita e de que maneira”, anuiu. “Mas esse é também um desejo que está no nosso ADN, interiorizámos esse conceito, porque sabemos que só defrontando os melhores, os mais fortes, é que conseguiremos melhorar as nossas capacidades, para darmos um passo em frente, no sentido de, daqui por uns anos, podermos ter uma base forte, estes miúdos podem garantir o futuro e podem ser o bom exemplo para aqueles que virão a seguir”.

 

Na fase distrital do campeonato, a equipa defrontou o CCP Serpa e o Sporting de Cuba, adversários que venceu em casa e fora, elevando-se ao 1.º lugar, seguido do Serpa, mas ambos com passaporte garantido para a etapa seguinte.

 

André Bexiga diz mesmo que, “tirando o jogo de Serpa, o resto das partidas, aqui em casa, e em Cuba, foram mais fáceis. Mas agora iremos passar por uma fase mais complicada, com equipas mais fortes, no entanto, é isso que nós desejamos, queremos sempre jogar com os mais fortes e com os melhores. Essa é a mentalidade que estamos a passar aos miúdos desde que, no mês de agosto, iniciámos os nossos treinos”.

 

O objectivo, de resto, era o topo da tabela. “Claro, nós fomos superiores às outras duas equipas da nossa série e provámo-lo dentro de campo, mas respeitamos sempre todos os nossos adversários, temos isso também como principio, sejam mais fortes ou mais fracos, sejam melhores ou piores, sejam medianos, respeitaremos todos de igual modo. É esse espírito que estamos a tentar transportar para a próximafase da prova, tendo como objectivo darmos mais um passo em frente, rumo à fase nacional, onde nos juntaremos às equipas de Lisboa e Setúbal e provavelmente de Santarém. Esse é o objectivo principal”.

 

A qualidade do grupo é fundamental para o sucesso, explicou ainda. “Sim, temos jogadores em diferentes níveis. Alguns já jogam juntos há muito tempo, outros começaram na época passada, mas entregam-se muito em todos os treinos, até se voluntariaram para virem treinar mais cedo. Estamos a treinar desde o dia 5 de agosto, mesmo com temperaturas elevadas eles dedicaram-se muito e, nessa altura, ainda conseguimos recrutar mais um miúdo”.

 

Ainda assim, existem outros pressupostos. “Temos sempre as portas abertas, temos três ou quatro miúdos que vieram este ano, mas não fechamosa porta a ninguém, estamos cá, queremos ajudá-los a evoluir, a gostarem da modalidade e a sentirem-se bem no clube, porque nós somos uma família”. E depois, mas não menos importante, existem valores, porque a união e a amizade são algumas das virtude do grupo: “Sim, mas também o respeito, a tolerância, a união, é por aí o nosso caminho” – garante o treinador. “Por exemplo, tivemos um jogador com uma lesão um bocadinho grave e os restantes ficaram muito combalidos, porque ele estará ausente do grupo durante dois meses. Mas os outros estão a sentir isso como um factor de motivação, para estarem ainda mais fortes quando ele voltar a jogar”.

 

Ou seja, a vertente social também rola dentro e fora das quatro linhas. “Temos essa preocupação, interesso-me pelo rendimento escolar de todos eles, sou amigo de todos, quero ajudá-los a serem melhores seres humanos e, através disso, melhores atletas, serem pessoas saudáveis e desenvolverem as suas capacidades motoras”.

 

Por outro lado, recorda: “O contacto com os pais, também, é sempre muito importante. Avaliar as questões escolares, preocupo-me muito com isso, falo muito com os pais para perceber melhor que tipo de atleta tenho e no que é que o posso ajudar, cá dentro ou lá fora”.

 

Afinal, a responsabilidade de quem possui aquele apelido, diríamos. “Um apelido muito forte, de facto, mas tenho sempre o meu pai por trás, estou na sombra dele mas, ao mesmo tempo, aprendo com ele todos os dias. Ao que já sabia, como jogador, acrescento o que vou sabendo, como treinador. O meu pai é, e será para toda a vida, a minha grande influência. Aquilo que sou hoje devo-o a ele”, concluiu.

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