Diário do Alentejo

Seleções regionais de hóquei em patins com o foco nos Torneios Inter-Regiões

23 de outubro 2022 - 11:00
Ambição moderada ...
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

As seleções regionais da Associação de Patinagem do Alentejo e Algarve, no escalão de Sub/15, encontraram- se, recentemente, no Pavilhão Municipal Armindo Peneque, em Aljustrel, numa primeira etapa de observação tendo em vista os compromissos que se aproximam.

 

Texto Firmino Paixão

 

Foi um primeiro treino de observação, quer para o conjunto masculino, que tem no horizonte o Torneio de Natal em Coimbra e, mais adiante, o Torneio Inter-Regiões; quer para a seleção feminina, que prepara, igualmente, a sua presença no Inter-Regiões.

 

À seleção masculina foram chamados atletas dos clubes que a Associação tutela, no Alentejo e no Algarve, o conjunto feminino agregou hoquistas dos clubes do Algarve e da região de Setúbal. A equipa técnica, liderada pelo estremocense Carlos Silva, foi pragmática na projeção dos resultados.

 

Uma ambição moderada e a convicção que há muito trabalho por fazer. Num olhar sobre o conjunto masculino, Carlos Silva revelou que: “A maioria destes atletas são Sub/15 de 2.º ano, embora estejam alguns de 1.º. Esperamos que, durante a competição que vão realizar, um campeonato regional em conjunto com os clubes filiados na Associação de Patinagem de Setúbal, eles possam evoluir, uma vez que nós, na Associação de Patinagem do Alentejo, sozinhos, não conseguimos realizar muitos treinos, devido ao facto de as distâncias entre os clubes serem enormes, e com os atletas empenhados nas competições, muitas vezes não será possível reuni-los para fazermos mais sessões de treino”.

 

Identificada a primeira dificuldade, a exiguidade de treinos, o selecionador reforçou a ideia: “Nós gostávamos de fazer mais sessões de treino, mas teríamos que andar todas as semanas, ou de 15 em 15 dias, a fazer cerca de 600 quilómetros para nos juntarmos, para se fazer um treino e, com as competições a decorrer, nem sempre isso seria possível”.

 

Quanto ao critério das escolhas, Carlos Silva disse o óbvio. “Estes atletas já estavam referenciados. Muitos dos miúdos que estão nesta seleção vieram da seleção de Sub/13 do ano passado, outros que fomos observando na época anterior e todos os que aqui estão nesta primeira etapa de observação são aqueles que nos parecem que podem reunir mais condições, embora não possamos ficar com tantos atletas, pois teremos que dispensar alguns”. Ainda assim, existem talentos e hoquistas com boa margem de progressão.

 

“Sim, temos aqui jogadores talentosos, mas também reconheço que existe muito trabalho para fazer, por aquilo que me foi dado observar, esta fornada está muito a necessitar de trabalho tático e técnico, correm muito com a bola, demasiado até, são individualistas, falta-lhes um pouco de espírito de equipa, coisas que se vê mais nos miúdos mais novos, nos Sub/13, que pegam na bola e vão por aí à frente”.

 

Por isso, há que melhorar, assumiu o treinador: “Temos que fazer um trabalho mais abrangente, centralizando as coisas num jogo mais planeado e não estarmos sistematicamente a jogar em contra-ataque. Percebo que isto tenha acontecido porque foi o primeiro treino, todos se querem mostrar ao melhor nível, foi mais um momento de avaliação e de lhes deixarmos algumas indicações, mas temos, de facto, atletas que nos deixaram esperançados de podermos fazer alguma coisa de positivo”.

 

No horizonte está um compromisso em Coimbra, confirmou. “Sim, teremos um torneio antes do Natal, na cidade de Coimbra e, mais adiante, teremos o Inter-Regiões, torneio que é, de facto, a grande montra e o grande foco neste escalão de Sub/15, em termos de hóquei em patins a nível nacional. Um torneio bastante bom, porque estarão representadas todas as associações regionais, contudo, é pena que nós, por vezes, não consigamos ser mais competitivos, mas lá estaremos a representar o melhor possível a nossa associação”.

 

Num passado não muito longínquo, o Alentejo esteve no pódio deste importante torneio, agora, lá está, a ambição é mais moderada. “Sim, neste momento, temos que ser francos, não existe qualquer possibilidade de superarmos essa meta ou, sequer, de a igualarmos, porque, atualmente, não existe qualidade para isso. Não quero ser pessimista mas temos uma seleção ligeiramente inferior, em termos de qualidade, a outras que tivemos no passado, não só em termos de qualidade de jogo, mas também em termos de estrutura física, porque no hóquei em patins, por vezes, conta muito uma boa compleição física para chegarmos à bola primeiro que o adversário”.

 

Num segundo momento desta etapa de avaliação, Carlos Silva e o adjunto, Nuno Curtinha, reuniram também a seleção feminina, e aqui, revelou o selecionador, tiveram que “juntar atletas das Associações do Alentejo e Algarve e de Setúbal”.

 

“Só assim é que se consegue juntar atletas em número capaz de organizar uma seleção. No ano passado, quem preparou esta seleção, e realizou os treinos, foi a Associação de Setúbal. Este ano somos nós, existe esta parceria de alternarmos a atividade entre as duas associações. Mas aqui também se repete a tal dificuldade em realizarmos treinos derivado às distâncias entre os clubes”, assumiu. Neste caso da selecção Sub/15 feminina, avançou o selecionador, haverá, “também, um Torneio Inter-regiões, uma competição muito interessante. Nesta vertente, tenho a expectativa de que temos qualidade para fazermos um bom torneio”.

 

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