Diário do Alentejo

Carlos Alves, vice-presidente do município de Serpa, lamenta declarações de Paulo Fernandes

15 de outubro 2022 - 12:00
Consciência tranquila
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

Surpreendido com as declarações do treinador Paulo Fernandes ao nosso jornal, o vice-presidente da Câmara Municipal de Serpa, Carlos Alves, considerou-as absolutamente infundadas e injustas, sublinhando que o município sempre apoiou o Clube de Futebol União Serpense Sport Clube de forma igual à que tem apoiado todos os clubes do concelho.

 

Texto Firmino Paixão

 

O vereador Carlos Alves, responsável pelo pelouro do desporto no município de Serpa, disse ao “Diário do Alentejo”: “Tivemos conhecimento dos problemas do clube numa reunião que se realizou no dia 23 de setembro, na Câmara Municipal de Serpa, a pedido do seu presidente, Alfredo Mestre, que nos queria dar conhecimento da situação”.

 

O autarca relatou que assistiu a essa reunião, onde esteve Alfredo Mestre e o corpo técnico do União Serpense e que o dirigente do clube informou a autarquia “do que se estava a passar”.

 

“Nós dissemos-lhes que, perante aquela situação, a Câmara nada poderia fazer, porque a equipa não estava inscrita e o plano de atividades do União Serpense não tinha dado entrada na Câmara e, com base no regulamento que temos para o movimento associativo, sem a apresentação do plano de atividades por parte de qualquer clube, o município não pode ceder qualquer verba para fazer face as despesas inerentes à atividade ou a inscrições e a tudo isso”.

 

Paulo Fernandes refere uma comunicação do município em que, alegadamente, o problema era desconhecido…

Não, quando o senhor presidente do município disse não ter conhecimento da situação, referia-se ao processo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. O processo do União Serpense, esse, já o município conhecia. E nessa mesma reunião, alertámos que deveriam enviar um e-mail para o município nessa data, nessa sexta-feira, 23 de setembro e, até hoje, essa comunicação ainda não nos chegou, a dizer em que situação é que o clube estava, se iria ser extinto, ou não.

 

A União Serpense continua a utilizar as instalações desportivas para treinar?

O clube solicitou à Câmara Municipal de Serpa a possibilidade de continuar a utilizar o Parque de Jogos Manuel Baião para treinar durante mais duas semanas e o município, como sempre, acedeu a esse pedido e, até hoje, 6 de outubro, posso dizer-lhe que ainda não chegou nada à Câmara, daquilo que nós solicitámos, com as informações sobre se o clube iria ser extinto, ou não, é isso que lhe posso dizer. Depois, também lhe posso dizer que a Câmara Municipal de Serpa trata todos os clubes por igual, no concelho de Serpa. Com base no regulamento que temos para o movimento associativo, os clubes apresentam o plano de atividades para a época desportiva, os serviços do município analisam-nos e, com base nessa análise dos serviços, assim é o subsídio que a Câmara lhes concede. É assim que sempre temos feito.

 

Serpa é um concelho onde o movimento associativo é efetivamente muito forte e dinâmico…

É por isso que também podemos dizer que, tanto o União Serpense, como todos os clubes do concelho, o Serpa, o Aldenovense, o Piense, todos os clubes são tratados da mesma forma pela Câmara Municipal de Serpa. No que diz respeito à cedência de instalações fazemo-lo gratuitamente, sem cobrarmos consumos de água, nem de eletricidade, ou qualquer outra despesa na manutenção de equipamentos. Cedemos também viaturas para os transportes, muitas das vezes com pedidos que nos chegam em cima da hora, situações que nós compreendemos, porque os clubes funcionam com pessoas que trabalham por carolice e sabemos que, muitas das vezes, têm dificuldade em conjugar as suas atividades profissionais com a disponibilidade para o associativismo, nomeadamente, em fazer chegar as coisas atempadamente à Câmara, mas sempre tivemos essa postura, mesmo com pedidos feitos em cima da hora, sempre procurámos resolver as situações que nos são solicitadas.

 

Houve solicitações do União Serpense noutros momentos?

Quero dizer que, ainda há bem pouco tempo, o União Serpense pediu à Câmara Municipal de Serpa um subsídio de 10 500 euros para aquisição de um autocarro. O assunto foi à reunião de coordenação, foi à reunião de Câmara, foi aprovado e o município cedeu esse subsídio. Portanto, aquilo que a câmara faz, com base na lei e nos regulamentos que estão aprovados, é tratar todos os clubes por igual. Agora, não podemos é fazer aquilo que não faz parte da regulamentação, nem compete à Câmara Municipal de Serpa, nomeadamente alimentar jogadores, que foi esse o problema que aqui nos foi colocado e que nós dissemos que a Câmara não podia fazer nada disso. Mas demos indicações para onde é que as pessoas se podiam dirigir para resolver essas situações. Agora tudo o que se passou fora do que são os regulamentos do município, a Câmara não vai comentar, nem vai manifestar a sua opinião sobre aquilo que se está a passar, neste momento, com o União Serpense. Lamentamos, porque é um clube que foi criado em Serpa e já tinha dois anos de existência e aconteceu o que aconteceu, mas a Câmara é alheia a esses problemas.

 

Considera que as acusações do treinador do União Serpense são infundadas?

Para mim, são infundadas e lamento-as, porque a pessoa esteve aqui numa reunião, até com técnicos da Câmara que acompanham esta área do movimento associativo, e é lamentável que depois de todas as informações que lhes foram prestadas, as pessoas venham prestar declarações a dizer que a Câmara não apoiou. A Câmara de Serpa sempre apoiou o União Serpense de forma igual, como tem apoiado todos os outros clubes. Lamento esses comentários. Quem leva essas informações para a comunicação social saberá porque o faz, mas nós estamos de consciência tranquila, porque sabemos o que fazemos aqui, diariamente, em prol do movimento associativo.

 

O município não deixou nada por fazer, que pudesse ter sido feito, para ajudar o União Serpense a ultrapassar o problema?

A Câmara Municipal de Serpa não se pode substituir a um clube no fornecimento de alimentação e estadia para os atletas. Não o fazemos para nenhum clube, não abriríamos uma exceção para o União Serpense. Aliás, são matérias que não são da nossa competência. Um clube, quando traz determinados atletas para Serpa ou para quaisquer outras localidades terá que criar as condições dignas para a sua alimentação e alojamento. São situações que a Câmara não poderia resolver, nem se iria meter nisso.

 

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