Diário do Alentejo

Os Campeonatos Distritais de Absolutos e Veteranos tiveram poucos atletas

08 de julho 2022 - 15:00
Uma prova fim de estação
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

Os Campeonatos Distritais de Absolutos e Veteranos, organizados pela Associação de Atletismo de Beja, cuja 1.ª jornada se realizou no último fim de semana, no Complexo Desportivo Fernando Mamede, contaram com uma fraca participação de atletas. A 2.ª jornada está marcada para a manhã de domingo, na Pista Municipal de Odemira.

 

Texto Firmino Paixão

 

O Beja Atlético Clube, a Juventude Desportiva das Neves e a Casa do Povo de São Luís foram os três clubes que se apresentaram com atletas, ainda assim poucos, no tartan da pista bejense. Um exemplo do reduzido número de participações foi a prova de 800 metros planos, com apenas quatro atletas, outra foi a estafeta de 4x100 apenas com duas equipas. Nos 800 metros assistiu-se à eterna luta entre os fundistas João Cruz (Beja AC) e Carlos Papacinza (Individual), que venceu a corrida. No setor feminino, esteve pista, apenas, a atleta Eugénia Izaías, do Beja Atlético Clube.

 

O professor José Silveira, técnico da Juventude Desportiva das Neves, comentou a fraca adesão a estes campeonatos, sugerindo que “pode ser que esta participação tenha a ver com a altura da época em que estamos, mas também temos que ver que a nossa população de atletas seniores é diminuta. O nosso atletismo resume-se, praticamente, aos jovens, os seniores que aparecem são aqueles que, por alguma razão, deixaram de estudar, ou que estão a trabalhar. Repare que a maior parte são veteranos”. Por outro lado, Silveira fez notar que “o agendamento das provas para um sábado de manhã, também não facilita, se fosse da parte da tarde, ou domingo de manhã, acredito que tivesse vindo mais gente. Mas também não temos muito mais e, por outro lado, faltam aqui atletas que estão em Elvas, a competir, nesta altura, no ‘Torneio Atleta Completo’ e, como tal, não apareceram cá”.

 

Quanto ao balanço da época, para o clube que representa, o técnico revelou que “a época foi um pouco atípica, começámos bem, com muita gente, com alguns bons projetos, alguns objetivos, mas depois as coisas foram descambando um bocadinho. Tínhamos alguns atletas que, sem terem grandes objetivos como atletas, estão acabando o seu 12.º ano e foram embora. Tudo aquilo que tínhamos planeado foi um pouco ‘por água abaixo’, mas os que ficaram têm feito boas marcas e estão a evoluir.

 

Já Luís Candeias, dirigente da Secção de Atletismo da Casa do Povo de São Luís, justificou a presença da equipa dizendo que “vale sempre a pena vir às provas para continuarmos a motivar os nossos atletas a treinar e a competir”. Quanto ao saldo da temporada, confessou que “esta época, para nós, não foi a melhor, praticamente foi só de treinos, estivemos, apenas, em duas ou três provas, por motivos de impedimento profissional de muitos dos nossos atletas, que trabalham em turnos e têm dificuldade em conciliar esse aspeto com a calendarização das provas”. Ainda assim, e apesar das contrariedades, vão mantendo a atividade, mas com algumas reservas quanto ao futuro. “Temos que pensar muito bem o futuro, porque as dificuldades são muitas e os apoios são escassos, sobretudo nos transportes. Estamos muito fracos nas camadas jovens, vamos lá a ver o que o futuro nos reservará”.

 

Ainda a recuperar do esforço investido no triunfo na prova de 800 metros, Carlos Papacinza disse ao “Diário do Alentejo” que tem “cumprido todos os campeonatos organizados pela Associação de Atletismo de Beja. Esta prova veio um bocadinho fora de tempo, mas como tenho apostado em cumprir todos os campeonatos associativos, cá estive, conquistando mais um título, é verdade, numa prova onde poderia ter existido mais competitividade, mas enfim, nesta altura do ano, muitos atletas já se retiraram, estão cansados e é o que temos”. Sobre a renhida a disputa do título, com o bejense João Cruz, Papacinza fez a sua análise. “Eu e o Cruz somos os atletas mais batalhadores da Associação de Beja, em termos de conquista de campeonatos e de liderança das provas, quer em estrada, corta mato ou pista. Todas as provas onde nos comprometemos a competir, é para darmos tudo aquilo que podemos”. Quanto à manutenção da sua condição de atleta individual, não obstante o palmarés, Papacinza comentou: “Acho que não tenho um grande palmarés, só a nível regional, mas tenho falado com alguns dirigentes de clubes que me apresentaram convites para os representar, contudo, até ao final da época continuarei como individual e depois se verá”. Um dos convites veio do Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira, emblema que representou nas Brisas do Atlântico, confirmou. “Sim representei-os nas Brisas do Atlântico a título meramente pontual, mas depois se verá, porque ainda terei a 2.ª jornada deste campeonato, em Odemira, onde irei correr os 3000 e os 3000 metros obstáculos e finalizarei a época com a Ultra Maratona Atlântica Melides-Tróia”.

 

Eugénia Izaías, a atleta cubense que veste a camisola do Beja Atlético Clube, correu os 800 metros sozinha, mas isso não retirou mérito à conquista do título, ainda assim, lamentou não existirem mais atletas femininas a competir. Feliz pela conquista do título, sublinhou também a boa prestação que, recentemente, teve na Corrida de São João, em Évora.

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