Os 37 anos de existência do Núcleo do Sporting Clube de Portugal em Moura têm-no afirmado como uma voz dos mourenses, adeptos do clube. Agora, é tempo de consolidar as suas atividades e procurar um novo espaço para melhor projetar o futuro.
Texto e Foto Firmino Paixão
Futsal, natação e karaté são as três modalidades que o Núcleo já dinamiza, embora seja a primeira delas a que lhe tem dado maior projeção, face aos bons resultados obtidos em passado recente. Com a equipa mobilizada e ansiosa por enfrentar os desafios que se adivinham, o presidente do Núcleo, Francisco Manta, revela ao “Diário do Alentejo” algumas ideias, pintadas a verde e branco, num momento em que o Sporting Clube de Portugal é tido como o grande favorito à conquista do título nacional.
O Núcleo do Sporting Clube de Portugal em Moura era virtual campeão distrital de futsal, na época anterior, quando a prova foi cancelada. O título chegou a ser homologado pela Associação de Futebol de Beja?
Quando a prova foi cancelada o título estava garantido. Faltava apenas uma jornada e tínhamos mais quatro pontos que o segundo classificado. A Associação de Futebol de Beja entendeu, na altura, que não seria assim. Mas, depois de uma longa batalha de argumentos, acabaram por concordar e atribuir-nos o título, com a respetiva homologação.
O Núcleo poderia ter participado nas competições nacionais (III Divisão) da época em curso? Porque não o fez? De resto a prova nem chegou a iniciar-se?
Primeiro, porque estávamos, e estamos, num período complicado das nossas vidas. Depois, porque as exigências para os campeonatos nacionais são imensas. E um clube que nunca lá esteve tem que se preparar atempadamente e avaliar se consegue reunir as condições necessárias. Por exemplo, exigem que o treinador possua o nível II. Acontece que, tal como no futebol, não abrem cursos e nós não temos capacidade para ir contratar um treinador ao exterior. Vamos ver se as coisas melhoram e, se voltarmos a ser campeões, veremos se já existem hipóteses de ir ao nacional. O nosso treinador é formado e está a preparar-se para isso.
Competirá, isso sim, no Campeonato Distrital e na Taça Distrito de Beja, logo que (e se) estas competições chegarem a realizar-se?
Sim. Estamos inscritos nessas duas competições e vamos aguardar a oportunidade de as mesmas se virem a concretizar.
Estão apenas quatro clubes inscritos nas duas provas. Que razões estarão na base de uma adesão tão irrelevante?
É difícil responder. Já tivemos épocas com 12 clubes e agora estamos reduzidos a isto. Penso que a Associação terá de fazer um levantamento da situação para aferir das causas e dinamizar a modalidade. Talvez passe pela falta de espaços para treinos, especialmente na formação, algo que não existe. A Associação entra nas provas jovens de seleções, mas com atletas que vai recrutar ao Desporto Escolar. Penso que terá que existir uma maior ligação entre o Desporto Escolar e os clubes … Associação, autarquias e escolas terão que trabalhar em conjunto. Mas os encargos são enormes e os clubes vão desaparecendo.
Reuniram recentemente com a direção da AFBeja. Com que expectativa ficaram os responsáveis do Núcleo, quanto à retoma das competições?
Ficou definido que, se tudo isto melhorar, no que diz respeito ao confinamento, os treinos iniciar-se-ão a 9 de abril, para depois se iniciar o campeonato e taça. O único problema que existe, da nossa parte, é que o Pavilhão Municipal de Moura estar ocupado com o centro de vacinação. Já apresentámos o problema ao município e, segundo o seu presidente, estão a pensar mudar o centro para os pavilhões da feira nesse fim de semana.
Caso persista essa contrariedade com um eventual impedimento da utilização do pavilhão de Moura, que alternativas existem?
Se não for possível utilizar o pavilhão da nossa cidade, algo em que não acreditamos, a Câmara de Serpa já se disponibilizou para nos ceder o pavilhão de Vila Nova de S. Bento, para treinos e jogos. Penso, por isso, que essa contrariedade estará ultrapassada.
A equipa está mobilizada para que, uma vez que exista permissão, iniciar o seu percurso competitivo? Com que metas?
Os atletas e técnicos estão impacientes para regressar ao trabalho. Estão parados há imenso tempo, sem fazer aquilo de que gostam. As metas são as mesmas, voltaremos a lutar pelo título e pela conquista da Taça Distrito de Beja.
O Núcleo do Sporting Clube de Portugal, em Moura, celebrou recentemente 27 anos de existência. Tem valido a pena este percurso? Que projetos têm para o futuro?
Tem sido um percurso gratificante. Já passaram muitos anos e temos conseguido ser a voz dos sportinguistas do concelho. Afirmámo-nos na cidade, no concelho e na região. Tentamos encontrar um espaço para uma nova sede que nos permita embalar para outros projetos. Temos contado sempre com os nossos sócios, simpatizantes e com os patrocinadores e, especialmente a Câmara de Moura, que sempre nos tem apoiado.
Este ano, com o Sporting Clube de Portugal na frente da Liga, é mais um motivo de regozijo e união dos sportinguistas mourenses?
Claro. Nós nunca baixamos os braços mas, este ano, atravessamos um bom momento e, apesar das necessárias cautelas, esperamos que no próximo mês de maio seja possível comemorarmos o título no futebol nacional.