Diário do Alentejo

Grupo Desportivo Renascente, de São Teotónio, caminha para o octogésimo aniversário da sua fundação

12 de abril 2025 - 08:00
“Seremos sérios até ao fim”
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

A ambição que o Grupo Desportivo Renascente, de São Teotónio (Odemira), trouxe para o atual Campeonato Distrital da 1.ª Divisão, da Associação de Futebol de Beja, era um lugar entre os primeiros classificados, objetivo limitado por diversas vicissitudes, que não a atitude, o compromisso e a ambição de toda a sua estrutura desportiva, liderada por Filipe Duarte.

 

Texto Firmino Paixão

 

“Apontávamos para uma classificação entre os três ou quatro primeiros classificados. Não foi possível, mas continuamos a trabalhar bem durante a semana para estarmos bem em todos os jogos e tentarmos vencê-los”, garantiu o treinador do Renascente. E justificou: “Não conseguimos a regularidade que esperámos. Tivemos jogos que não foram muito bem conseguidos e também passámos por momentos em que tivemos alguma infelicidade, digamos assim. Se tivéssemos conseguido essas vitórias teríamos mais pontos e, se calhar, estaríamos mais acima na tabela classificativa”. O técnico, Filipe Duarte, que no último domingo, no seu reduto, travou o Castrense e abriu ao Vasco da Gama o caminho para o título, revelou os prós e os contra de uma época mais produtiva.

 

Que análise faz da época quando faltam quatro jornadas para o final do campeonato?

Inicialmente tinha uma ideia, tínhamos um objetivo para a época. Acho que até dezembro estávamos a fazer um campeonato muito bom, mas, a partir dessa altura, tivemos algumas contrariedades com a saída de dois ou três jogadores e uma ou outra lesão e isso condicionou-nos um pouco em termos de soluções, tanto de treino, como de jogo. Fora isso, também perdemos pontos em jogos em que não fomos competentes, nomeadamente, empatarmos em casa com o Despertar, perdendo com o Ferreirense, no último minuto. E fomos a Cuba perder também no minuto final. Seriam pontos que, se os tivéssemos ganho, estaríamos a lutar pelo terceiro ou quarto lugar, que eram os nossos objetivos iniciais.

 

Os pontos perdidos em casa são sempre determinantes, uma das derrotas foi com o Vasco da Gama, o maior candidato ao título, outra com o Ferreirense…

O jogo com o Vasco da Gama foi o nosso segundo jogo da época. Perdemos no último minuto. Custou-nos imenso, como nos custou a derrota com o Ferreirense também já no final da partida. Estivemos em vantagem, sofremos o empate e uma expulsão de um nosso jogador e, jogando a segunda parte em inferioridade, fomos superiores. Não merecíamos ter perdido com um golo sofrido no último lance do jogo. No jogo com o Despertar, não sei se tivemos excesso de confiança pela classificação do adversário, pensámos que seria um jogo mais fácil do que foi. Saiu-nos tudo ao contrário, não fizemos um bom jogo e consentimos um empate. Em Cuba foi mais do mesmo, estivemos a ganhar, deixámo-nos empatar, jogámos cerca de 70 minutos em vantagem numérica e deixámos lá os três pontos.

 

Outro empate em casa foi com o Milfontes, mas estes jogos, com os vizinhos, são sempre especiais?

Sim. São sempre dérbis. São jogos com um cariz diferente. Já jogámos nesta época três vezes com o Milfontes, em casa do adversário penso que fomos um bocadinho melhores, aqui em casa, apesar do empate, tivemos mais intensidade, mas até podíamos ter sido derrotados na parte final da partida. O jogo da Taça Distrito de Beja foi mais uma partida em que estivemos em superioridade numérica, mas jogar em Milfontes é sempre diferente, o campo tem dimensões reduzidas e menos um jogador não se nota tanto. O Milfontes também tem uma equipa mais madura, com jogadores que estão juntos há vários anos.

 

Ocupam a sétima posição na tabela, mais acima do que na época anterior. Isso serve de consolação?

Como referi, o objetivo inicial era uma classificação mais acima. Lutamos sempre por ficar nos melhores lugares. Mas os objetivos não se alteram, porque não nos desviamos desse compromisso, é trabalharmos bem durante a semana, lutarmos pelos três pontos em qualquer campo e contra qualquer adversário. Neste momento, mais um lugar acima ou abaixo já não acrescentará muito, mas temos o nosso brio pessoal, a responsabilidade de representarmos bem o Renascente e de sermos sérios até ao fim. É isso que faremos até final, seremos sérios e tentaremos lutar pela vitória em todos os jogos, até ao final do campeonato.

 

O concelho de Odemira tem muitas e muito boas equipas. Não é fácil formar um plantel competitivo…

Sentimos sempre muitas dificuldades, até por não termos equipa de juniores, que é o escalão que faz a transição para a equipa sénior. Depois, o facto de existirem muitos clubes e de muitos atletas preferirem jogar na segunda divisão para jogarem ao sábado são sempre limitações. Temos sempre que procurar soluções fora do concelho. No ano passado tivemos um critério, neste ano tivemos outro, possivelmente, para o ano, comigo ou com outro treinador, terá de ser o mesmo, dependerá um pouco também da continuidade, ou não, dos jogadores atuais, mas essa avaliação será feita mais no final da época.

 

A qualidade das instalações e o apoio da estrutura favorecem o futuro crescimento do Renascente?

Claro. Quanto a isso, não há nada a dizer. Temos boas condições de trabalho mas, como digo, nos últimos três anos tivemos sempre plantéis novos e as coisas levam o seu tempo a consolidar, tem os seus custos, há jogadores com uma capacidade de adaptação mais fácil do que outros, também a sintonia com as ideias do treinador. Digamos que é isto que temos, é com esta realidade que temos de viver.

 

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