Carlos Pinto, 44 anos, natural de Entradas (Castro Verde)
Licenciado em Filosofia pela Universidade de Coimbra, é jornalista desde 2003. Foi colaborador do “Diário do Alentejo” e dos extintos semanários “Topo Sul” e “O Campo”. Colaborou com a “Rádio Castrense” e esteve na fundação do “Correio Alentejo” (2006) e do “Jornal Sudoeste” (2014), jornais onde é atualmente diretor. Foi correspondente no distrito de Beja da “Rádio Renascença” e do “Correio da Manhã”, colaborando atualmente com a agência “Lusa” e com o jornal “Voz das Misericórdias”.
Apresentado no passado dia 7, 100 Anos de AFBeja é o título do livro, da autoria de Carlos Pinto, que, assinalando um século da respetiva associação de futebol, revisita os momentos mais marcantes da modalidade, relembrando os seus protagonistas.
Como nos apresenta este livro?
Trata-se de um livro que passa em revista os momentos capitais da afirmação do futebol no distrito, desde 1906, ano que ficou registado para a história como sendo o primeiro em que se jogou futebol em Beja. Nesta obra apresentamos uma cronologia, ano a ano, dos principais momentos da AFBeja, desde a criação dos primeiros clubes à fundação da própria associação, em 1925. Também fazemos referência às principais conquistas nacionais alcançadas pelos nossos clubes, assim como breves biografias dos atletas, técnicos e árbitros que chegaram à 1.ª divisão nacional ou representaram as seleções nacionais, elevando bem alto o nosso distrito.
Qual o maior contributo que esta entidade tem prestado ao território ao longo destes 100 anos de existência?
Naturalmente, a dinamização do futebol e do futsal na região, o que se comprova com o crescente número de atletas inscritos e clubes filiados. A AFBeja tem sido um baluarte neste processo.
Qual o maior feito desportivo, associado a clubes pertencentes à AFBeja, registado neste período secular?
Apesar da realidade da nossa região, os nossos clubes têm alcançado, ao longo destes 100 anos, alguns feitos desportivos notáveis. Entre estes, parece-me ser imperativo destacar a participação do Desportivo de Beja na 2.ª divisão de honra, na década de 90 do século passado, ou os títulos nacionais da 3.ª divisão alcançados por Futebol Clube de Serpa e Desportivo de Beja. É ainda de registar, mais recentemente, as subidas do Mineiro Aljustrelense e do Moura Atlético Clube à, então, 2.ª divisão nacional (hoje Liga 3).
Qual a razão, no seu entender, para que AFBeja nunca tenha tido inscrito qualquer clube de futebol a disputar a primeira liga nacional?
Porque estamos a falar de um distrito como Beja, com pouca população, envelhecido, sem indústria e grandes empresas que possam apoiar esse tipo de projetos desportivos. É por isso que nunca tivemos clubes na 1.ª divisão nacional e – atrevo-me a dizer – nunca iremos ter.
Para além de registar a história da AFBeja, pretende este livro estimular os atores, atuais e vindouros, com responsabilidades na entidade, para que o futuro da modalidade venha a ser cada vez mais auspicioso na região?
Acima de tudo, espero que este livro seja uma referência para todos aqueles que gostam do futebol distrital, aqueles que anseiam pelas “tardes de bola” ao fim de semana ou que, diariamente, dão o seu contributo para que os clubes da sua terra continuem vivos e dinâmicos. Se assim acontecer, já será uma “vitória”.
José Serrano