A Associação Desportiva Cubense conseguiu a primeira vitória no Campeonato Interdistrital de Futsal em Seniores Masculinos, derrotando o Clube Atlético Aldenovense. Cinco jogos, uma vitória, um empate e três derrotas é o palmarés da equipa liderada pelo treinador Paulo Nunes.
Texto e Foto Firmino Paixão
A Associação Desportiva Cubense é o prolongamento da antiga, e extinta, secção de futsal do Sporting Clube de Cuba. Um projeto autónomo, focado na criação de escalões de formação, ainda que, até ao momento, só tenha conseguido manter as equipas de juniores e seniores, já existentes quando estavam associados aos “leões” de Cuba. Há cerca de três semanas, António Borges, um dos mentores do projeto, cedeu a liderança técnica da equipa sénior a Paulo Nunes, que, no início de um novo ciclo, conseguiu o primeiro triunfo no campeonato. Motivação e ambição são as palavras de ordem que reinam no seio do clube, cujo percurso, segundo o treinador, deve terminar entre os quatro primeiros classificados do campeonato, assegurando um lugar nas meias-finais, algo que, para já, parece utópico. Porém, esta primeira vitória deixou o grupo confiante.
Uma boa estreia: a equipa conseguiu o primeiro triunfo no campeonato...
Isto foi fruto do muito trabalho que fizemos ao longo de duas semanas. Folgámos na última jornada, o que nos permitiu ter duas semanas para trabalhar. Mas ainda temos muito para evoluir. Esta foi realmente uma boa vitória, um resultado que dá motivação aos jogadores e isso é algo essencial para estarem motivados para os próximos compromissos.
Não há jogos fáceis, a sua equipa foi claramente superior ao Aldenovense, mas, em alguns momentos, o adversário deu-vos uma boa réplica?
Nunca diremos que este ou aquele jogo foi fácil. Os jogos nunca serão fáceis, serão sempre complicados e só com o evoluir de cada jogo é que vamos encontrando as dificuldades que temos de superar. Temos as nossas armas, tanto dentro do campo, como fora dele. Hoje mostrámos muita união, muita garra na forma como encarámos este jogo, que era muito importante vencer.
Neste jogo a equipa marcou mais golos (nove) do que tinha conseguido nas quatro jornadas anteriores (sete). Algo está a mudar?
Sim. Pelo que tenho visto nos treinos, e como vi neste jogo, os níveis de confiança dos jogadores estão claramente mais acima do que estavam. Assumi a equipa há duas semanas, não sei o que se passou anteriormente, não me interessa isso minimamente. O que valorizo é o trabalho que estamos a fazer, desde que assumi a equipa, e tudo aquilo que vamos continuar a trabalhar, no sentido de nos tornarmos cada dia mais competitivos.
Mas não deixo de lhe perguntar: como é que encontrou esta equipa, que tinha apenas um empate nos quatro jogos disputados?
Encontrei alguns jogadores com os índices motivacionais um bocadinho em baixo, porque as coisas não estavam a resultar. Ao longo destas duas semanas o trabalho que achei prioritário foi tentar inverter essa tendência de desânimo e acho que já consegui um bocadinho esse objetivo. Mas continuamos a trabalhar com esses atletas que ainda estão desmotivados, também com a colaboração dos outros atletas que estão mais motivados. Terá de ser um trabalho de grupo.
Como é que se faz isso?
É um trabalho que se faz, essencialmente, nos treinos. Unir o grupo. Fazê-los caminhar todos no mesmo sentido, sem divergências de opinião quanto à prestação menos conseguida de um ou de outro. Os jogadores terão de se apoiar uns aos outros. Somos uma equipa. Temos de ser um grupo coeso, com objetivos comuns. Não podemos permitir que este ou aquele atleta caia emocionalmente, temos de lhe dar força, porque aqui temos todos de ser uma família. Uma família unida.
Os primeiros jogos não foram compromissos fáceis. Jogaram com equipas do topo da tabela e os objetivos não foram muito bem conseguidos…
Este é um novo ciclo. A equipa começou a época com três jogos muito difíceis, partidas muito complicadas, mas as coisas agora mudaram. O treinador é outro, o anterior continua como jogador. A equipa tem de manter uma motivação acima da média. O próximo jogo será com o Internacional, de Évora, uma equipa bastante forte que, eventualmente, também terá as suas fraquezas. Há dois anos que conheço os eborenses, tanto a equipa de juniores como a de seniores, o treinador é o mesmo, portanto, sei como devemos montar a estratégia no sentido de conseguirmos um resultado positivo.
O clube terá iniciado a época com determinadas metas, que podem, necessariamente, não ser coincidentes com as suas. Como as coisas mudaram, quais são, então, os seus objetivos?
Com esta equipa tentaremos chegar aos play-offs. Não será fácil, admito, porque temos equipas muito fortes com os mesmos objetivos, mas estamos confiantes em conseguir atingir essa meta. É um objetivo perseguido por equipas que atualmente estão melhor classificadas na tabela, como o Mourão, o Estremoz, o Internacional, os núcleos do Sporting de Moura e de Portel e o próprio Baronia, mas nós lutaremos até ao final. Temos de ganhar todos os pontos em casa e conquistar muitos nos jogos fora. Tudo dependerá do nosso espírito de sacrifício e da nossa motivação para termos sucesso. Se todos remarmos para o mesmo lado, se todos acreditarmos que poderá ser possível, ficaremos mais perto de o conseguir, começando já no próximo jogo, em Évora, em que temos de ganhar ao Internacional.