Diário do Alentejo

Nova residência de estudantes do IPBeja deverá abrir no início do próximo ano letivo

18 de maio 2025 - 08:00
Empresa já deu por concluída construção da estrutura do edifício
Foto | Ricardo ZambujoFoto | Ricardo Zambujo

Dois dos quatro blocos da nova residência de estudantes do Instituto Politécnico de Beja “já estão praticamente concluídos” e “os outros dois estão em fase de compartimentação, para, em breve, se começar com os acabamentos finais”. A obra, orçada em 22 milhões de euros e que deverá estar concluída no mês de agosto, tem capacidade para alojar 503 estudantes, docentes e investigadores.

 

Texto | Nélia Pedrosa

 

A empresa responsável pela edificação da nova residência de estudantes do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) deu por concluída, na semana passada, a construção da estrutura do edifício. Em declarações ao “Diário do Alentejo”, Maria de Fátima Carvalho, presidente da instituição de ensino, sublinha que “78 por cento da obra já está concretizada”, o que corresponde a cerca de “260 quartos”. Pedro Colaço, diretor técnico da obra, acrescenta, por sua vez, que, dos quatro blocos que compõem o edifício, “dois já estão praticamente concluídos”, devendo começar a ser mobilados ainda nesta semana ou na próxima, “e os outros dois estão em fase de compartimentação, para, em breve, se começar com os acabamentos finais”.

Segundo Maria de Fátima Carvalho, a obra “está dentro do cronograma estabelecido” – a conclusão está prevista para o mês de agosto –, sendo que “tudo indica que os estudantes possam vir para cá no início do próximo ano letivo”, diz, frisando que a nova residência compreende “três tipos de desafios”: “Termos conseguido submeter o projeto num curto espaço de tempo, em três meses, utilizando novas tecnologias de construção e sendo possível adaptar essa construção ao financiamento [no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência]. Depois, a fase de construção. Conseguirmos construir durante o período pré-definido. E o final será a gestão da residência, que será, talvez, o maior desafio deles todos”, porque “os preços [a cobrar pelo alojamento] são muito reduzidos e as despesas serão permanentes” e o financiamento por parte do Governo “não se irá alterar”. “Estamos a tentar encontrar o modelo [de gestão da residência] neste momento. Com o dinheiro que temos, temos de gerir a residência. E isso é, de facto, um desafio”, admite.

O novo edifício, orçado em cerca de 22 milhões de euros (com IVA), e que está a ser desenvolvido pelo Grupo Casais com base “num modelo híbrido que alia madeira e betão – que é mais sustentável comparativamente com o modelo tradicional –, através da construção industrializada”, inclui um piso térreo e três pisos elevados e tem capacidade para 503 estudantes, docentes e investigadores. No total, são 327 alojamentos, divididos por 126 quartos individuais e 150 duplos e por 25 estúdios individuais e 26 duplos. Quinze destes 327 quartos destinam-se a pessoas com mobilidade reduzida.

Para além do alojamento, a residência irá contar com zonas de convívio, zonas de estudo, cozinhas comunitárias, espaços de refeição, lavandaria, ginásio e áreas técnicas. Terá, ainda, um claustro que fará ligação para um pátio interior e zona verde não coberta.

Para a presidente do IPBeja, a nova residência “vai ser estruturante” para a instituição de ensino. “Esta quantidade de alojamento que temos [900 camas no total, contando com as já existentes nas outras residências da instituição] vai-nos permitir fazer outro tipo de ofertas. Por exemplo, os docentes que não vivem em Beja poderem ter aqui um quarto em permanência a preços mais vantajosos. E, depois, também, conseguirmos, com toda esta capacidade de alojamento, atrair estudantes para Beja. Portanto, é, de facto, digamos, um outro projeto, o conseguirmos rentabilizar e tornar as residências um polo de atração para a instituição. [A residência] será um fator de distinção para o Instituto Politécnico de Beja”. Maria de Fátima Carvalho realça que o IPBeja pretende “premiar” os estudantes alojados nas outras residências, “dando-lhes a possibilidade, caso queiram, de optar pela nova residência”, seguindo-se, posteriormente, a atribuição de quartos para os alunos que ingressem no próximo ano letivo.

A finalizar, a dirigente descreve o processo de construção como sendo “um processo de sucesso”, em que “o montante estabelecido para a obra é cumprido, portanto, não há trabalhos a mais, nem a menos”, assim como “os prazos”, o que é, também, “um motivo de descanso e de orgulho por conseguirmos levar a cabo algo tão complexo como uma obra destas”.

 

Maria de Fátima Carvalho garante que estará “sempre disponível” para o IPBeja

 

A presidente do Instituto Politécnico de Beja – cujo mandato termina em dezembro –, quando questionada sobre a intenção de se recandidatar ao cargo, adianta ao “Diário do Alentejo” que se disponibilizou para a instituição com espírito de missão e, por isso, estará “sempre disponível para a instituição”. Maria de Fátima Carvalho sublinha que há projetos, estruturantes para o IPBeja, “submetidos há bastante tempo”, que ainda não foram aprovados, nomeadamente, “a comunidade de autoconsumo energético, que vai proporcionar uma autossuficiência energética bastante grande no instituto”, e “que os desafios que existem neste momento são bastante grandes”, designadamente, “a transição para universidade politécnica, o início dos doutoramentos no IPBeja”, portanto, “as instituições, e incluindo o Politécnico de Beja, estão a passar por períodos de muita mudança”. Quanto à única candidatura conhecida até ao momento, confirmada em fevereiro por Aldo Passarinho, docente do IPBeja, Maria de Fátima Carvalho frisa que “todos os docentes, pelo estatuto, têm o direito a concorrer, portanto, é uma coisa perfeitamente normal”.

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