A Santa Casa da Misericórdia de Cuba pretende construir uma “aldeia social”, novo conceito de “lar de idosos” alicerçado em 12 habitações autónomas, capazes de receber, cada uma, dois utentes. Contudo, para que se passe da intencionalidade à execução da obra, com um custo previsível de um milhão de euros, há que encontrar financiamento.
Texto José Serrano
A Santa Casa da Misericórdia de Cuba solicitou orçamento, a quatro gabinetes técnicos, de elaboração de um projeto de execução de uma “aldeia social”, resposta de alojamento para idosos, a ser localizada no centro da vila, composta por “12 habitações autónomas”, cada uma com capacidade para duas pessoas, que, de acordo com a instituição, “contribuirá para um envelhecimento ativo e saudável”, respeitando a “singularidade de cada indivíduo”.
O provedor da misericórdia, Francisco Orelha, justificou ao “Diário do Alentejo” a necessidade do empreendimento: “As ERPI [estrutura residencial para pessoas idosas] estão a ficar desatualizadas, com falta de respostas à necessidade dos nossos utentes. [Por isso] temos de pensar, seriamente, num novo conceito de lar, capaz de receber uma geração de utentes mais exigentes, habituados às novas tecnologias, melhorando os equipamentos, a sua zona de conforto e qualidade de vida”.
Com uma aposta centrada, também, na “especialização dos técnicos e na formação de pessoal auxiliar”, o equipamento, que se situará num terreno contíguo à ERPI de Cuba, na quinta do Carmo, contará, previsivelmente, com a necessidade de 30 postos de trabalho e terá um custo aproximado de construção de cerca de um milhão de euros. E é precisamente nesse indispensável recurso que reside o maior handicap da intencionalidade da ideia apresentada. “As dificuldades continuam a ser bastantes… há dificuldades de financiamento do projeto no PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e no [Portugal] 2030”, refere o provedor, frisando o que considera ser o esquecimento da “economia social” por parte dos governantes – “Estes investimentos deviam ser da responsabilidade do Estado”.
Francisco Orelha espera, agora, que possa haver “a reprogramação” do PRR, com “algumas verbas disponíveis para este setor”, para que seja possível, “ainda, durante este ano, ter este projeto no terreno” e não “ficar tudo pelo caminho”.