Diário do Alentejo

Pedro do Carmo defende "reforço do potencial rural"

14 de maio 2020 - 18:00

O deputado do PS Pedro Carmo elogiou, no parlamento, a resposta dos agricultores portugueses ao surto de covid-19 e defendeu que a agricultura deve continuar a ser apoiada no “novo normal”, pós-pandemia. 

 

 “O interior, a agricultura, a pecuária, a pesca e outros setores produtivos responderam, e corresponderam às necessidades dos portugueses”, conseguindo que, em tempo de confinamento e estado de emergência, os portugueses continuassem com “comida na mesa”, afirmou Pedro Carmo, numa declaração política.

 

O deputado socialista enalteceu a forma como os produtores se adaptaram às dificuldades, com a quebra de vendas a hotéis e restaurantes, por exemplo, e destacou as alternativas, como a distribuição digital. A capacidade produtiva alimentar nacional “adaptou-se a novas realidades de distribuição e precisa de continuar a ser acompanhada para superar os bloqueios e consolidar o seu posicionamento no ‘novo normal’”, a é necessário habituar, afirmou.

 

E independentemente de “bloqueios na distribuição”, problema anterior à pandemia, tenham de ser ultrapassados, “este reforço do potencial rural na plataforma digital, à mão de semear de qualquer um, na sua casa, tem e dever continuar a ser aprofundado”.  

 

No debate que se seguiu, ouviram-se críticas, à esquerda e à direita, à exceção da parte em que todos elogiaram a campanha para apelar ao consumo de produtos portugueses. 

 

Ricardo Vicente, do Bloco de Esquerda, sublinhou que grande parte da agricultura é feita em minifúndios ou de base familiar, lembrou que há agricultores a vender os seus produtos “abaixo do custo da produção” e desafiou o PS a apoiar as propostas bloquistas para se definirem taxas máximas de intermediação. E Emília Cerqueira, do PSD, criticou o conjunto de “frases feitas” que todos defendem e questionou Pedro Carmo de o resto da sua bancada subscreveria tudo o que disse.

 

Pelo PCP, o deputado João Dias afirmou que “o maior cego é o que não quer ver” e acusou o Governo de, até agora, ter tomado medidas insuficientes para os problemas de numa agricultura que “são bem maiores do que aqueles” que os socialistas pensam.

 

Já José Luís Ferreira, dos Verdes, desafiou o PS a “tirar do papel” da lei o estatuto da agricultura familiar e fazer mais na criação de mais circuitos de distribuição, pequenos e locais.

 

À direita, a deputada Cecília Meireles, do CDS, concordou que os agricultores portugueses “estiveram à altura” e advertiu o deputado do PS que o “mercado digital não responde às necessidades da maioria dos produtores”. Por fim, Cristina Rodrigues, do PAN, recordou que Portugal é autosuficiente no “leite, ovos, milho, vinho e pouco mais” e criticou a opção feita nos últimos anos, já com Governos do PS, de "megalatifúndio" de olival, de fundos internacionais, “grandes beneficiários” de investimento público.

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