Diário do Alentejo

José Tadeu Freitas, Associação Recolher e Dar

17 de dezembro 2019 - 14:20

Texto Nélia Pedrosa

Decorreu no início do mês mais uma campanha de recolha de alimentos, promovida pelo Banco Alimentar Contra a Fome. Qual o balanço que faz em relação ao distrito de Beja?A campanha saco do Banco Alimentar Contra a Fome de Beja, dos dias 30 de novembro e 1 de dezembro, decorreu de forma muito positiva, provando-se a solidariedade da população e de todos quantos tornaram a campanha possível graças ao seu voluntariado. Nesta campanha, que decorreu em 13 concelhos do distrito, foram recebidos nos nossos armazéns 26 170 quilos de alimentos, que serão distribuídos às instituições durante os próximos seis meses. Cabe às instituições elaborar o cabaz familiar ou a confeção de alimentos para que os mesmos cheguem a quem deles necessita. Em termos comparativos foram doados ao Banco Alimentar mais 2610 quilos de alimentos, tendo-se verificado ainda um aumento no número de voluntários que ultrapassou o milhar (1042).

A quem se destinam estes géneros alimentícios?O Banco Alimentar tem como desígnio a luta pelo desperdício e a canalização deste para apoiar os mais carenciados. O Banco Alimentar de Beja tem protocolado com 28 instituições beneficiárias, em todos os concelhos da Cimbal – Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, cabendo a estas promover a forma como os alimentos chegam às famílias carenciadas. Em novembro foram apoiadas 3094 pessoas, entre cabazes distribuídos a famílias e refeições confecionadas pelas instituições beneficiárias. A gestão das famílias é da exclusiva responsabilidade das instituições beneficiárias, sendo que o Banco Alimentar está sempre disponível para servir de ponte com as instituições para podermos chegar ao maior número de pessoas.

Estas campanhas do banco alimentar realizam-se duas vezes por ano. Que outras campanhas do género promove a Associação Recolher e Dar ao longo do ano? E que outros projetos do género gostaria de ver implementados?A campanha saco tem, na nossa área, um peso de 60 por cento do total que é distribuído anualmente, pelo que, além das campanhas saco, temos a salientar as restantes atividades de angariação de alimentos, desde a campanha Papel por Alimentos, Roupa Usada por Alimentos, a doação em géneros de algumas empresas da região e a captação de alimentos oriundos de outros bancos alimentares. Encontramo-nos nesta fase a lutar por conseguir instalações próprias, que disponham de frio, para podermos receber alimentos frescos doados de outras regiões e assim aumentar a capacidade de resposta. Temos contado com o apoio inequívoco dos municípios, quer na recolha dos alimentos, quer no transporte dos cabazes mensais para as instituições. É ainda um projeto desta direção potenciar a resposta às famílias através de meios mais fáceis com a utilização de sistemas expeditos e de fácil acesso, garantindo assim a total transparência do nosso trabalho voluntário. Pretendemos ainda manter e aumentar o transporte de alimentos de outros bancos alimentares, o que tem sido possível graças ao donativo do custo do transporte que tem partido de alguns beneméritos e instituições que nos apoiam.

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