Diário do Alentejo

Maior bosque ripícola de Portugal plantado no Ardila

15 de setembro 2019 - 00:05

As 65 mil árvores plantadas há 15 anos junto ao rio Ardila, no Alentejo, para compensar as retiradas da área submersa pela albufeira de Pedrógão, deram origem ao atual "maior bosque ripícola de Portugal plantado pelo Homem”. Em causa está uma área com 200 hectares contínuos situada ao longo das margens do rio Ardila, atual albufeira de Pedrógão,  distrito de Beja.

 

Segundo David Catita, da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), o bosque tem 800 metros de largura e é composto por 65 mil árvores de três espécies ripícolas autóctones, nomeadamente choupos, freixos e lódãos. "Não há nada comparável com este bosque […], um exemplo único de compensação ambiental", frisa David Catita, num vídeo sobre o projeto divulgado pela EDIA.

 

Segundo o representante, o bosque nasceu devido a uma "intervenção talvez única em Portugal de plantação específica de árvores ripícolas" autóctones realizada pela EDIA e como medida de compensação pela área submersa com a criação da albufeira da barragem de Pedrógão, integrada no projeto Alqueva. Para "garantir a qualidade da água" da albufeira de Pedrógão, a empresa teve de retirar árvores e arbustos na zona junto ao Ardila que acabou por ficar submersa.

 

A plantação das 65 mil árvores permitiu uma "maximização" do que existia na zona, já que, onde antes havia um rio com algumas árvores ripícolas, existe agora "um plano de água maior", a albufeira de Pedrógão, "com muitas árvores ripícolas à volta", frisa David Catita.

 

O bosque criou "um verdadeiro oásis" para a fauna e a flora características deste tipo de habitats, como é o caso de aves, nomeadamente de várias espécies de pica-pau, que "encontram na madeira macia dos choupos o lugar ideal para ‘escavar’ os seus ninhos”.

 

Segundo David Catita, as novas árvores que compõem o bosque e que "aguentam a submersão", além de permitirem compensar as que foram retiradas da zona submersa. Funcionam como filtro natural dos resíduos das escorrências que afluem à albufeira, melhorando a qualidade da água. Por outro lado, as novas árvores também servem como exemplares dadores de sementes para a regeneração do próprio bosque, sendo que neste caso "é a própria água que faz o repovoamento, levando as sementes para sítios com importância ambiental".

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