Diário do Alentejo

Politécnico de Beja aumenta número de alunos

13 de setembro 2019 - 01:00

Segundo dados do Ministério da Educação, foram preenchidas 231 vagas das 516 colocadas a concurso. O ano passado tinham sido colocados 213 alunos. Ainda assim, permanecem em aberto cerca de 55 por cento das vagas.

 

João Paulo Trindade, presidente do Instituto Politécnico de Beja, em declarações ao “Diário do Alentejo” e em análise aos números divulgados pelo ministério, refere: “Apesar de não ser muito significativa, a colocação de mais 18 candidatos, nesta primeira fase de acesso, é sempre, para nós, importante. Em termos percentuais, se quisermos comparar o número de colocações em 2018, registamos uma subida de 8,5 por cento, o que relativamente a outras instituições de ensino superior, da nossa região, tem algum significado. Obviamente, desejaríamos mais”. 

 

Nos cursos de Enfermagem, Desporto e Solicitadoria já não há lugares disponíveis. Mas noutros o número de candidatos foi bastante reduzido. Engenharia do Ambiente e Tecnologias Bioanalíticas não tiveram nenhum aluno inscrito. Em Gestão de Empresas (regime pós laboral) foi colocado apenas um. Ciência e Tecnologia dos Alimentos e Educação Básica tiveram dois alunos colocados.

 

A análise à continuidade destes cursos “tem sido feita em anos anteriores”, refere o presidente do IPBeja: “Este resultado já não é novidade. O que acontece normalmente é que no final do processo de colocação de alunos provenientes dos vários concursos, estes cursos acabam por ficar com um número ‘normal’ de estudantes. Se estes primeiros números se mantivessem é óbvio que a continuação destes cursos seria inviável, mas a nossa expetativa é que, à semelhança de anos anteriores, estas turmas venham a ter um número de alunos que permita o funcionamento dos cursos em causa”.

O número de vagas sobrantes é particularmente significativo em cursos como Agronomia (dos 50 lugares disponíveis foram apenas colocados quatro alunos), Engenharia Informática (ainda há 39 lugares por preencher) ou Solicitadoria, no regime de ensino à distância. A segunda fase de colocações decorre até 20 de setembro. Segundo Pedro Dominguinhos, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, estes resultados, em linha com o verificado na maioria dos institutos politécnicos, “revelam claramente os efeitos” do reajuste de vagas em benefício das instituições localizadas no interior do País.

 

“Já se notam claramente esses efeitos, com mais colocados no ensino superior. Dissemos que algumas coisas têm de ser feitas nesse sentido. Dissemos em primeiro lugar que as bolsas do [programa] +Superior deviam ser disponibilizadas aquando do concurso nacional de acesso - e já o são - e acho que isso foi positivo. Este ano até houve um aumento relevante do valor dessas bolsas, que acho também que é extremamente positivo. Nota-se esse efeito de mais estudantes nas instituições do ensino superior, que tem um efeito mais expressivo no número de colocados de estudantes internacionais”, acrescenta Pedro Dominguinhos, em declarações à Lusa.

 

Os politécnicos de Beja, Portalegre, Castelo Branco, Bragança, Guarda são exemplos de institutos onde as vagas para estudantes internacionais estão já todas preenchidas, com cerca de 100 a 200 estudantes internacionais acolhidos, em média, por cada instituição.

 

ALOJAMENTO DIFÍCIL 

A chegada de novos alunos traz velhos problemas, a começar pelas dificuldades de alojamento. O Governo garante que já estão disponíveis em todo o País 600 novas camas destinadas aos estudantes do Ensino Superior, totalizando 15 965. No entanto, para Beja, Faro e Portimão, em conjunto, a percentagem de aumento é de apenas dois por cento, em relação ao ano anterior. 

 

Numa nota distribuída à imprensa, a tutela informa que o maior aumento de alojamentos a preços regulados observou-se no Porto (mais 19 por cento) e Lisboa (11 por cento). No Alentejo (Beja) e Algarve (Faro e Portimão) são referidos como estando já disponíveis 44 novas camas, o que significa um aumento de dois por cento. Assegurando que a situação “não é crítica”, o presidente do Instituto Politécnico de Beja, João Paulo Trindade, sublinha que o objetivo de aumentar a oferta de alojamentos para os estudantes é “um processo

contínuo” que tem sido desenvolvido com a tutela, e que “não está encerrado”. Em análise está a possibilidade de ocupar um espaço, cedido pelo município de Beja, na praça da República. “Apesar de ainda ser insuficiente”, as 420 camas atualmente disponíveis permitem que o presidente do Instituto Politécnico de Beja considere que “a situação não é crítica”.

 

Carolina Cruz, estudante de Turismo e ex-dirigente da Associação Académica de Beja, considera que os preços na cidade são os “adequados”, no entanto sente-se “cada vez mais dificuldade” em arranjar casa. “Beja tem cada vez mais estudantes, mas as condições de acolhimento não têm aumentado na mesma proporção”, conclui.

Comentários