Diário do Alentejo

Porquinho doce finalista das 7 Maravilhas

06 de setembro 2019 - 19:00

O porquinho doce, da pastelaria Luiz da Rocha, estará entre os 14 finalistas que amanhã, sábado, disputarão a eleição das 7 Maravilhas Doces de Portugal. A final do concurso será transmitida pela RTP, a partir de Montemor-o-Velho, Coimbra. O porquinho doce, confecionado pela centenária pastelaria Luiz da Rocha, em Beja, está entre as 14 iguarias finalistas do concurso 7 Maravilhas Doces de Portugal, concurso da RTP que irá eleger, amanhã, dia 7, em Montemor--o-Velho, Coimbra, através de votação do público, os grandes vencedores.

 

O porquinho doce, único representante do distrito de Beja ainda em competição e um ícone gastronómico da região, é fabricado e procurado ao longo de todo o ano. Imprescindível nas mesas de Natal dos baixo alentejanos, altura em que a sua produção chega a ser 40 vezes superior ao resto do ano, é riquíssimo em história e sabor. Se por um lado nos desperta a curiosidade pela iconografia, tão característica do imaginário alentejano, por outro encontra as suas raízes na importante tradição conventual que, durante séculos, marcou a cidade e os seus arredores. Conta por isso uma história de território e das gentes que por Beja passaram e é hoje, mais atual do que nunca, um dos mais doces símbolos da cidade. 

 

Segundo Alfredo Saramago, autor de várias obras de história e antropologia das tradições gastronómicas portuguesas, devemos a criação do porquinho doce, ou porco doce recheado, às freiras baptistas, por contraponto às freiras evangelistas que teriam desenhado o “cordeiro recheado”, ambas do Real Convento de Nossa Senhora da Conceição, atual Museu Regional de Beja, célebre por ter sido residência de soror Mariana Alcoforado, autora das famosas Cartas Portuguesas.

 

PROCESSO DE FABRICO 

Ingredientes: Açúcar, amêndoa, ovos, cacau, gila, pão. Corta-se a quantidade de massa de pão e amêndoa proporcional ao tamanho do doce, faz-se um rolo, espalma-se e coloca-se na base. Em cima desta base dispõe-se o doce de ovos previamente confecionado. Abre-se uma cavidade onde se coloca o doce de gila. Coloca-se outra porção de doce de ovos e por fim a massa de pão. Molda-se à mão para dar a forma desejada. Corta-se uma parte da pasta de cacau e coloca-se por cima do preparado anterior. É esta pasta que dá a tonalidade ao porco, tornando-o similar, na cor, ao porco de raça alentejana. Com a referida pasta faz-se à mão o focinho, as orelhas, as patas, o rabo e ainda os leitões, as bolotas e os maceirões. Os olhos são feitos em chocolate branco e negro.

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