Apresentando-se como “líder global em treinos para os mercados de aviação civil, defesa e segurança”, a CAE diz estar presente em cerca de 35 países, apresentando “soluções de treino virtual para tornar os voos mais seguros” e “manter a prontidão das forças de defesa”.
Segundo João Gomes Cravinho, a opção dos canadianos pelo Baixo Alentejo prende-se com a existência de “boas condições logísticas e de voo”. Um dos fatores decisivos é a existência de “muitas horas anuais de céu azul”, condição essencial para a formação dos pilotos. Outro é a disponibilidade de espaço aéreo. “Com o congestionamento do tráfego aéreo que existe no continente europeu é difícil encontrar uma área, como a de Beja”, onde esse problema não existe. “São dois critérios muito importantes que colocam Beja na primeira linha de prioridades”.
O ministro da Defesa diz que, a concretizar-se, a instalação da escola significaria a deslocação para a cidade de cerca de meia centena de pessoas. A que se somam mais 100, que integram a Esquadra de Voo 101 que será transferida da Base Aérea n.º1, em Sintra, para a Base de Beja, processo que estará concluído até 22 de abril do próximo ano. A medida é justificada pela necessidade de “libertar espaço aéreo de Sintra devido à intensidade de fluxo para o aeroporto Humberto Delgado”.
A missão desta esquadra é a formação em exclusivo de pilotos para a FAP, sendo daqui que saem os pilotos de todas as outras esquadras, nomeadamente, para os aviões de carga e transporte, caças ou helicópteros. Para além desta tarefa, os instrutores da 101 ainda participam em ações de cooperação técnica militar nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palop), mais concretamente, em Angola e Moçambique, contribuindo com a sua experiência para a formação de instrutores naquelas nações.
Deslocalização da Esquadra 502 permanece “em aberto”
O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, diz que ainda não existem decisões tomadas relativamente à possível deslocalização para Beja da Esquadra 505, atualmente estacionada no Montijo. A decisão está dependente do estudo de viabilidade ambiental que permitirá, ou não, construir um novo aeroporto complementar ao de Lisboa na Base Aérea do Montijo. Em termos de efetivos, a esquadra 502 conta com 40 pilotos, cinco oficiais de manutenção, sete navegadores, 80 sargentos (operadores de cabine, operadores de vigilância, mecânicos) e 12 praças mecânicos que executam missões de vigilância, transporte aéreo e busca e salvamento, entre outras.