“É preciso travar imediatamente novos terrenos com culturas intensivas e superintensivas, ter rapidamente novas regras sobre os fitofármacos” e “fazer o estudo do que é preciso criar, os corredores ecológicos e a distância de segurança entre a cultura intensiva e as populações”, resumiu. O Governo tem “vindo a dizer que está tudo bem”, mas Catarina Martins contrapôs que o BE é chamado “várias vezes” por quem “sente na pele os problemas de saúde e ambientais crescentes”.
Sobre o anúncio do ministro da Agricultura, Capoulas Santos, na semana passada, do fim da concessão de apoios comunitários a novos projetos para instalação de olival e agroindústrias associadas no perímetro do Alqueva, a líder do BE considerou que a medida vem tarde: “Foi permitido tudo o que era preciso ser permitido e, quando já não havia mais, o ministro disse agora vamos parar”.
“Portugal não pode simplesmente orgulhar-se dos recordes sucessivos da exportação de azeite ou de azeitona. É preciso vontade política para compreender que o ambiente e a saúde pública não valem menos do que a rentabilidade imediata e muito alta de quem tem a cultura intensiva e superintensiva”, defendeu.
Para Catarina Martins, o Governo, liderado pelo socialista António Costa, “deve começar a agir rapidamente”, porque “o tempo está a esgotar-se”, mas ainda é possível aprovar legislação nesta legislatura. “O ministro esteve recentemente no parlamento, as suas explicações ficaram aquém do necessário. As populações estão a sofrer todos estes problemas e o que nós dizemos é que, mesmo que não haja toda a legislação pronta, a moratória, as regras sobre os fitofármacos e os estudos podem ser feitos já. O Governo não tem de esperar para fazer esse trabalho”, frisou.
Maria Manuel Neves e Cláudia Figueira são duas das habitantes de Alfundão que fazem parte do grupo de pais da escola do 1.º ciclo que denunciou a proximidade da nova plantação de amendoal, “cerca de 130 metros”, do parque infantil e do estabelecimento de ensino frequentado pelos respetivos filhos.